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Desenvolvimento de liderança: 4 conceitos que todo líder deve conhecer

Existem algumas teorias que podem ajudar no exercício da liderança. Conheça os conceitos e livros para se aprofundar no tema

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
Atualizado em 25 dez 2021, 17h45 - Publicado em 23 jul 2021, 12h24

No meu dia a dia como headhunter, semanalmente, converso com dezenas de profissionais. Noto que a motivação que leva a maior parte das pessoas a querer mudar de emprego tem a ver com a forma com que elas são tratadas dentro das organizações nas quais atuam. Não só por parte dos líderes, mas também pelos pares e pelas equipes.

Em cada entrevista que conduzo, costumo perguntar também sobre alguma situação positiva que o profissional vivenciou com algum gestor. Peço para a pessoa me contar um pouco do perfil desse líder que marcou a carreira dela. E é incrível como as pessoas conseguem citar frases que foram ditas, às vezes, há muitos anos. Ao relembrar esses momentos, algumas conseguem descrever como se sentiram.

O mesmo acontece quando as pessoas contam situações embaraçosas que passaram com suas respectivas lideranças. Nesses casos, também é comum o profissional conseguir dizer com muita precisão alguma frase que ouviu, como aquele gestor fez com que a pessoa se sentisse mal. Muitas relatam que o ocorrido abalou de forma irreversível a admiração e a relação de confiança que existia com o líder.

Após ouvir tantos relatos parecidos, para mim, fica claro o grande impacto que as lideranças e o ambiente como um todo têm na qualidade de vida das pessoas. É evidente, também, o quanto a habilidade de comunicação com as pessoas ao redor é importante para quem tem gestão de pessoas e para aqueles que almejam ter gestão no futuro.

Nos tempos atuais, cada vez mais as organizações se dão conta de que a empatia e uma boa comunicação são fundamentais para exercer uma liderança inspiradora. E acredito, por conversar com tantos líderes, que liderar uma pessoa ou um grupo é algo que pode ser aprendido, desenvolvido e aprimorado. Por isso, compartilharei algumas sugestões de fontes de pesquisa que podem ajudar tanto você quanto eu a nos tornarmos líderes melhores.

1. Comunicação não violenta

Tenho estudado sobre a comunicação não violenta e vejo o quanto temos espaço para evoluirmos nesse sentido dentro das organizações e convido você a pensar no tema também. São pequenos ajustes que podem ser feitos para que a comunicação flua para um ciclo de aproximação em vez de se direcionar para um ciclo de destruição.

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Não é um processo tão simples identificar e reconhecer que costumamos nos comunicar de uma forma violenta. Exige força de vontade e auto-observação para perceber pequenas coisas que podemos estar empregando na forma de nos comunicarmos e que podem fazer com que o outro não se sinta bem. Mas se tivermos êxito em pequenas boas práticas de uma forma mais genuína, podemos construir conexões mais profundas e enriquecer as nossas relações com as pessoas que nos cercam. É importante observar mais as nossas próprias formas de reagir a cada situação, além de baixarmos a guarda na forma de nos comunicarmos, para efetivamente passarmos a ver a outra pessoa.

O trabalho da nossa comunicação nos ajuda, também, em situações de conflitos. A diversidade de ideias é importante para termos dentro das organizações mudanças e transformações mais positivas. Podemos crescer nessas situações. Mas nem sempre as pessoas sabem encarar o conflito de forma positiva. Quando conseguimos adotar uma postura positiva diante das divergências, contribuímos para a criação de ambientes mais solidários, empáticos e humanizados.

Para saber mais sobre o tema, vale ler o livro de Marshall B. Rosenberg, psicólogo norte-americano e PHD em psicologia. Foi ele quem criou o conceito por meio do livro Comunicação Não Violenta. Rosenberg afirma que todos nos comunicamos de forma violenta, mas – muitas vezes – não nos damos conta disso, e que ao observarmos a forma de nos comunicarmos conseguiremos ter mais empatia e causaremos um impacto positivo no outro.

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Segundo Rosenberg, a única maneira de se comunicar de uma maneira não violenta e empática é observando nossos próprios sentimentos e nossas necessidades, assim como os do nosso interlocutor. Ele cita quatro passos para termos uma comunicação mais positiva: a observação, o sentimento, a necessidade e o pedido. Aqui, é importante mencionar que a observação é uma ação e não uma interpretação. É algo que poderia ser filmado e não algo subjetivo.

Ele sugere evitarmos frases vagas ou ambíguas dando lugar, na nossa comunicação, a frases completas e objetivas. Quando não somos específicos na nossa observação, o nosso interlocutor recebe a mensagem de uma forma distorcida podendo encarar como uma crítica, o que tende a levá-lo a entrar em uma defensiva. Ele também sugere usarmos uma linguagem positiva ao fazermos pedidos, para evitar gerar resistências no outro. Relata, ainda, a importância de não ter medo de expor a nossa vulnerabilidade.

Duas frases que estão no cerne do conceito do Rosenberg: “O que está vivo em mim ou em você? O sentimento”; e “O que eu posso fazer para tornar a minha vida mais maravilhosa e o que eu posso fazer para tornar a sua vida mais maravilhosa? A necessidade”. Precisamos de uma escuta mais empática para pensarmos nessas duas colocações.

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2. A hierarquia das necessidades

Falando sobre a necessidade do outro, podemos estudar a pirâmide da hierarquia das necessidades, de Abraham Maslow. Maslow trabalha o conceito da necessidade em cinco níveis: fisiologia, segurança, amor/ relacionamento, estima e realização pessoal. A necessidade e o sentimento sempre vão existir, mas – muitas vezes – não conseguimos escutar esses pontos sobre nós mesmos e os outros. É sempre importante entender a necessidade das outras pessoas que convivem conosco no dia a dia no trabalho. Resolver as necessidades tem a ver com entregar valor.

3. A teoria dos dois fatores

Outro conceito que vale a pena pesquisar é a “teoria dos dois fatores”, de Frederick Herzberg, que aborda o conceito da motivação e a satisfação das pessoas no livro A motivação para trabalhar. O autor menciona que o nível de rendimento dos profissionais varia conforme a satisfação no dia a dia do trabalho. Apesar de ser uma teoria com mais de cinquenta anos, é bastante atual e aplicável. Ele fez entrevistas para investigar o que agradava e o que desagradava os profissionais em suas respectivas empresas.

Com esse material em mãos, ele conseguiu compilar os fatores motivacionais que são ligados ao cargo e às tarefas do dia a dia das pessoas; e fazer uma avaliação das empresas de uma forma mais ampla, algo que ele chama de fatores higiênicos. Na visão dele, as principais causas de insatisfação dos colaboradores de uma organização estão relacionadas às questões ambientais, nos relacionamentos interpessoais e nas condições de trabalho.

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4. Líder servidor

Outros dois livros interessantes de serem lidos são: O monge e o executivo – Uma história sobre a essência da liderança e Como se tornar um líder servidor. Ambos foram escritos por James C. Hunter. A ideia do líder servidor é atuar para ajudar as pessoas ao redor a evoluir e se desenvolver. Com uma liderança servidora é possível estabelecer uma cultura de respeito e confiança. Alguém que siga esse conceito geralmente valoriza ideias e opiniões, desenvolve novos líderes e se importa em ajudar os outros, inclusive sendo um bom ouvinte para questões da vida e não só do trabalho. Em geral, tratam-se de pessoas humildes, que incentivam, encorajam a equipe e não têm a intenção de se colocar em uma posição de superioridade.

Como disse Mahatma Gandhi, “precisamos ser a mudança que queremos ver no mundo”. Então, se você, além de progredir ou se estabelecer na carreira, tem a intenção de deixar uma marca nas pessoas que cruzam o seu caminho, que tal rever algumas atitudes no dia a dia do trabalho. O primeiro passo pode ser fazer uma avaliação sincera sobre a necessidade de melhorar a forma como se comunica com o outro. O que você acha?

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