Saiba o que faz um… gerente de hotel
Esse profissional coordena todas as operações de hotéis, pousadas e resorts para garantir uma boa estadia aos hóspedes – e mantê-los sãos e salvos.
O expediente de Rodrigo Miranda, executivo da foto ao lado, por muito tempo se desenrolou em um cenário paradisíaco: coqueiros, areia branca, mata atlântica, animais ao ar livre. Mas não era moleza: ele foi gerente do Portobello Resort, um hotel localizado em Mangaratiba, a 110 quilômetros da capital carioca. E sua função era coordenar todas as operações do lugar.
Isso significa, por exemplo, que o expediente incluía uma avaliação presencial de todas as áreas da hospedaria para garantir que lobby, restaurantes e afins estivessem em ordem para receber os turistas muito bem, obrigado. Mas também que sua agenda era lotada de reuniões – com os gestores de cada área, por exemplo, para planejar o dia desde cedo; com fornecedores, para assegurar o bom abastecimento do hotel; e com a diretoria, para decidir os próximos investimentos.
A meta de um gerente de hotelaria é servir com excelência. Mas, antes, vem uma preocupação fundamental: garantir a saúde e a segurança dos hóspedes. Profissionais como Rodrigo precisam, então, monitorar a adequação de seus negócios a regulamentações específicas – e caprichar nesse assunto é um diferencial.
Nosso entrevistado conta, por exemplo, que fez um MBA em gestão de saúde com ênfase em administração hospitalar. Assim, quando a pandemia deu as caras, já tinha certa expertise para pôr em prática no resort, permitindo que ele seguisse de portas abertas. “Nós instalamos barreiras físicas de contaminação, adotamos produtos de limpeza adequados, investimos na individualização de itens, treinamos as equipes e disponibilizamos equipamentos de proteção individual. Tudo como é feito em um hospital.”
Antes de sua passagem pelo Portobello, Rodrigo Miranda também já havia atuado como gerente-geral de um shopping center – e afirma que a estrutura de operações de shoppings, hotéis e hospitais é muito semelhante em termos de segurança, governança e manutenção. “É basicamente o mesmo tipo de equipamento e serviço”, afirma Rodrigo. “A diferença está no cliente final.” Daí as experiências prévias virem bem a calhar.
Mercado aquecido
O ministro do Turismo, Celso Sabino, defende que o setor vive um “momento espetacular”: com alta de 6%, fechou o primeiro trimestre deste ano faturando um recorde de R$ 55,4 bilhões. E as buscas no Google relacionadas a profissões e cursos na área estão acompanhando esse fenômeno. Segundo especialistas da plataforma Onlinecurriculo, o número de pesquisas por “hotelaria” cresceu 83% ao longo do último ano.
Quem deseja seguir carreira no setor precisa estar com as soft skills em dia. “Nós estamos sempre trabalhando com pessoas para servir outras pessoas”, afirma Rodrigo. Por isso, é fundamental se comunicar muito bem, por exemplo, e gostar de se relacionar com os clientes e outros profissionais.
Também vale buscar especializações para se qualificar ou se manter atualizado. Além de um MBA em gestão de saúde, Rodrigo também tem certificados em economia do turismo internacional e governança corporativa, por exemplo. “Mas, na hotelaria, é mais importante ser fluente num segundo idioma – quiçá em mais duas línguas – do que acumular especializações. Quando trabalhava em recepção, por exemplo, usava o inglês diariamente.” Fica a dica para os interessados na área.
A REAL DO TRABALHO
ATIVIDADES-CHAVE
Organizar e supervisionar a cadeia de operações de um hotel; gerenciar o orçamento e manter contato com fornecedores; planejar atividades diárias e em datas específicas, como feriados e datas comemorativas
QUEM CONTRATA
Hotéis, pousadas e resorts.
O QUE FAZER PARA ATUAR NA ÁREA
Embora não obrigatória, uma formação em hotelaria ou administração de empresas é útil, assim como cursos de idiomas e especializações em negócios, governança e afins.
MÉDIA SALARIAL
R$ 7 mil mensais. (Fonte: Glassdoor.)
Este texto é parte da edição 99 (agosto e setembro) da Você RH. Clique aqui e confira outros conteúdos da revista impressa.
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