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10 formas de manchar sua reputação profissional nas redes sociais

Desabafar, fazer piadas ou reclamações pelas redes sociais pode gerar demissões. Por isso, profissionais — e empresas — precisam ficar atentos

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
Atualizado em 1 jul 2022, 11h02 - Publicado em 15 jun 2022, 14h47
É

interessante a fase que estamos vivendo, com as pessoas mais ativas nas redes sociais. Muitas, porém, não se dão conta ou insistem em ignorar que o nosso comportamento on-line, tanto quanto o off-line, pode impactar a nossa carreira. Pensando nisso, achei interessante listar alguns alertas de situações reais que deram errado e impactaram negativamente a jornada de alguns profissionais. Minha ideia não é expor ninguém, mas sim ampliar a nossa reflexão e a nossa consciência antes de uma postagem, um comentário ou um compartilhamento nas redes sociais.

1. Descuidar dos comentários em redes sociais fechadas

Nem as redes sociais fechadas devem escapar do nosso cuidado. Um caso que eu acompanhei bem de perto foi o de uma profissional médica do trabalho. O local onde ela trabalhava enfrentou um incêndio. Ela, que estava de férias, fez um comentário considerado pejorativo e ofensivo em uma rede interna de alguns membros da organização — fechada para o público em geral. A questão é que um dos colaboradores que tinham acesso à tal rede salvou a imagem do comentário, que acabou vazando para a diretoria do estabelecimento. Resultado: não apenas ela foi demitida como encontrou resistência de recolocação diante de outros empregadores.

2. Postar fotos sensuais

Soube também do caso de uma profissional com alto cargo executivo de um segmento super tradicional de mercado que tem um Instagram no qual publica tanto informações profissionais quanto pessoais. Certo dia, ela decidiu postar na tal rede um ensaio fotográfico sensual dela mesma. Dentro da empresa, a repercussão da postagem foi classificada como pejorativa e impactou negativamente na decisão da diretoria sobre uma promoção.

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3. Levar discussões internas a público

Durante a pandemia, algumas empresas, mesmo não sendo de funções essenciais, sinalizaram que pediriam aos profissionais que retornassem ao modelo presencial ainda que seus cargos fossem elegíveis ao home office. Foi então que um grupo de colaboradores começou a se manifestar nas redes sociais, de maneira bastante dura, contra esse movimento. Em decorrência disso, dessa falta de busca pelo diálogo particular em vez de simplesmente sair atacando a organização publicamente, acompanhei dezenas de pessoas sendo demitidas.

4. Publicar reclamações que afetam clientes, fornecedores e parceiros de negócio

Já vi também diversos casos de profissionais que postam nas redes sociais reclamações sobre determinados produtos ou serviços sem se darem conta de que a marca em questão tem alguma relação comercial com a empresa na qual trabalham. Muitos desses casos resultaram em advertências, e alguns em demissões. Veja que não se trata de não ir em busca dos próprios direitos, mas sim da forma como fazemos isso e dos meios utilizados.

O mesmo vale com relação a descontentamentos com clientes e fornecedores. Teve, inclusive, o caso de uma médica que fez uma publicação no Twitter com reclamações duras e ofensivas sobre uma paciente que tinha ido ao plantão da noite com um caso que a profissional considerou “simples”. A mesma foi desligada pelo hospital por conta dessa postagem.

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5. Utilizar uma foto inapropriada no WhatsApp corporativo

Lembro-me do caso de uma gerente comercial, adepta do fisiculturismo, que inseriu no perfil do WhatsApp profissional uma foto na qual aparecia vestindo apenas um biquini. A empresa recebeu reclamações de fornecedores que consideraram a imagem inadequada. A profissional foi transferida para outra carteira de clientes e precisou trocar a foto do WhatsApp profissional por outra mais tradicional.

6. Espalhar fake news

Outro caso que acompanhei foi o desligamento do gerente de uma grande multinacional porque ele tem postado fake news nas redes sociais. A atitude irresponsável, tanto na vida pessoal quanto na profissional, foi reprovada pela companhia.

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7. Dar sinais de preferências em negociações

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Uma montadora estava fazendo uma grande cotação com fornecedores do setor automotivo. Eis que, durante esse processo, surgiu em uma rede social privada uma foto que reunia o gerente de compras, alguns profissionais de sua equipe e o representante de um dos fornecedores em um grande evento esportivo. A montadora, então, demitiu todos os colaboradores que apareciam na foto e impediu o fornecedor em questão de participar de futuras cotações por um determinado período de tempo.

8. Xingar e usar palavrões

Uma estagiária foi admitida em uma grande empresa. Feliz, comemorou com uma postagem no Twitter recheada de palavrões. Uma pessoa viu e sugeriu, por meio de um comentário, que ela não utilizasse tal linguajar. A estagiária, então, xingou essa pessoa, que, por “azar”, fazia parte do conselho da empresa em questão. Resultado: a estagiária foi desligada no mesmo dia. Vale destacar que a empresa encontrou os posts por meio de hashtags inseridas por pessoas que acharam a postura da estagiária ofensiva.

9. Curtir e comentar postagens inadequadas

É comum, também, alguns gestores observarem quais tipos de postagem o colaborador atual ou um candidato curte ou comenta no próprio LinkedIn e, com base nisso, formar uma opinião positiva ou negativa sobre aquele profissional e o que ele valoriza na carreira ou espera dela. São informações que, inclusive, podem influenciar o líder sobre a oferta, por exemplo, de uma promoção.

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10. Perder a noção na festa corporativa

Um caso que teve muita repercussão na mídia foi o da festa à fantasia em uma empresa de tecnologia. Um dos colaboradores escolheu um traje que alguns pares avaliaram ter viés pornográfico. Fotos da equipe fantasiada foram colocadas nas redes sociais. Na matriz da empresa no exterior, algumas pessoas se sentiram ofendidas e denunciaram a imagem. A alta liderança da matriz solicitou que o gerente do Brasil demitisse o colaborador que usou a tal fantasia. Diante da recusa de todas as classes de liderança do Brasil de concretizar a demissão, a matriz decidiu demitir não apenas o colaborador, mas também o gerente, o diretor e o presidente da companhia que não acataram a ordem.

Rede social não é lugar de recrutamento, mas pode servir para checagem de perfil e desempate

Em processos seletivos, alguns gestores buscam olhar os perfis pessoais dos candidatos nas redes sociais para conhecerem mais sobre a pessoa que estão avaliando. E não é incomum que alguns desses líderes tenham impressões negativas sobre um profissional por causa de algum comportamento no universo digital. Lembro-me, por exemplo, do processo em que um gestor estava indeciso entre dois profissionais. Nas redes sociais, um deles era extremamente crítico e incisivo com relação a uma série de temas, desde política e futebol até assuntos mais banais do dia a dia. As postagens, no caso, confirmaram algumas impressões coletadas durante a entrevista. O outro, por sua vez, tinha uma rede privada, ou seja, o gestor não conseguiu muitas informações extras positivas ou negativas fornecidas por ele próprio. Como ambos tinham qualificações técnicas semelhantes, o gestor preferiu arriscar com o segundo candidato que citei.

Você pode estar pensando que as redes sociais são algo privado e que as pessoas têm o direito de liberdade de expressão e de serem elas mesmas nesse meio. Mas não se engane: desabafar, fazer piadas ou reclamações pelas redes sociais pode gerar demissões. É claro que precisamos estimular ambientes corporativos em que, cada vez mais, as pessoas possam viver as próprias verdades e serem quem são. Mas não dá para negar que ainda estamos atravessando um processo de transição entre mentalidades mais conservadoras e mais modernas. Somado a isso, é fundamental considerar como princípio o respeito pelo outro e entender que cada organização é um universo particular, principalmente aquelas com unidades em diferentes países ou mesmo regiões do Brasil.

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Tenha atenção especial a postagens em momentos de sentimentos extremos

Minha recomendação é: menos é mais. Pense muito bem antes de qualquer ação. Evite fazer postagens em momentos de profunda euforia ou profunda tristeza — ou seja, quando você se encontra fora do seu padrão normal. O risco de fazer algo de que você pode se arrepender é enorme. Procure propagar uma corrente do bem e sempre pense na imagem que deseja transmitir ao outro, sejam líderes, pares, liderados, parentes, amigos, conhecidos ou desconhecidos. Na dúvida, não faça a postagem.

Lembre-se também de sempre preservar a imagem tanto da empresa na qual trabalha quanto das pessoas que trabalham com você. As situações listadas podem parecer até absurdas, injustas, desproporcionais ou descabidas aos olhos de alguns. Mas são fatos — e os impactos na carreira dos envolvidos foram grandes. Por isso, preze pelo bom senso e o cuidado sempre.

Minha intenção ao listar esses exemplos reais é que você considere pensar, pelo menos, duas vezes antes de postar, compartilhar e comentar em uma rede aberta ou fechada, principalmente se no seu perfil você se identifica de alguma forma como profissional membro de determinado setor ou de alguma organização específica.

No mundo digital, um comentário ou uma publicação é como um papel picado que você joga ao vento. Depois de lançado ao ar, ele sai completamente do seu controle.

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