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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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O que é melhor para a carreira: investir em inglês ou em especializações?

Entender o momento de carreira e os objetivos profissionais são passos importantes para a escolha. Saiba em quais pontos prestar atenção

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
6 ago 2021, 09h00
Mulher oriental jovem com fones de ouvidos, estudando atrás de um notebook em um local ao ar livre
 (Pexels / Zen Chung/Divulgação)
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Na hora de enriquecer o currículo, muitas pessoas enfrentam esse dilema sobre o que priorizar: estudar inglês ou investir em uma especialização, seja ela um MBA, uma pós-graduação ou um mestrado e doutorado. Pelo que eu vejo no mercado, a fluência no inglês, sem dúvidas, abre mais portas, se comparado aos cursos de extensão. Entre as vagas para as quais recruto, 90% pedem inglês. E na sequência a valorização ocorre para os MBAs, depois para as pós-graduações e depois para o mestrado ou doutorado.

Inglês costuma ser prioridade, mas cada caso é um caso

Via de regra, minha recomendação é que você opte pelo inglês. Principalmente se você for um profissional em início de carreira, o foco em idiomas ajudará a abrir mais portas e posteriormente, após algum tempo atuando no mercado, ficará mais fácil optar por qual tipo de pós-graduação para complementar o currículo. Caso seja você seja um profissional mais sênior, o inglês também é importante mas a decisão vai depender de uma avaliação dos seus objetivos profissionais e das exigências das áreas e da empresa na qual você trabalha ou quer trabalhar quanto às qualificações de seus profissionais. Dependendo da área e do segmento, o grau de exigência entre idiomas e especializações pode mudar.

Para profissionais mais seniores em cargos de liderança que ainda não dominam o inglês, o idioma vai gerar um retorno de médio e longo prazo pelo tempo que se leva investindo no estudo, enquanto uma especialização pode ser um passo determinante para uma promoção no curto prazo. Nessa avaliação vale, inclusive, saber a opinião do atual líder, lembrando que algumas organizações, contam com políticas de incentivo financeiro para profissionais que desejam estudar.

Acho importante que você saiba que muitas empresas não exigem dos candidatos um nível de inglês perfeito e extremamente fluente. Em muitos casos, o nível avançado já é o bastante. Mas, desde que o profissional se mostre apto a se comunicar com um bom vocabulário e a participar ativamente de reuniões e treinamentos.

Formas de treinar a fluência em outro idioma

A boa notícia é que, hoje, está mais fácil estudar inglês e outros idiomas, se comparado ao passado, já que, além das escolas tradicionais, contamos com uma série de meios de aprendizagem – alguns gratuitos -, como sites, aplicativos e vídeos no YouTube e no Instagram, nos quais é possível ter acesso ao conteúdo de professores brasileiros e nativos no idioma. Com uma busca mais refinada, é possível até encontrar alguns estrangeiros dispostos a conversar por videochamada.

Uma vez, um executivo comentou que treinava o inglês conversando com idosos de um asilo nos Estados Unidos. Para não se sentirem solitários, esses nativos, com a ajuda de funcionários da casa de repouso em que ficavam, acessavam as chamadas por vídeo e conversavam sobre amenidades.

Outra alternativa que eu avalio como interessante para quem gostaria de aprimorar a fluência no idioma durante um intercâmbio, mas não tem os recursos financeiros necessários, é a modalidade “work and travel” ou trabalho e viagem, na tradução para o português. Nesse formato, vejo pessoas que tiram férias e se inscrevem para ir para um lugar paradisíaco ou turístico trabalhando em troca de hospedagem e refeições.

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Essa alternativa também é muito interessante para quem sonha em fazer um trabalho voluntário em algum lugar diferente. É possível ir para qualquer lugar do mundo e contribuir com diferentes tipos de ações voluntárias. Imagine, por exemplo, ir para a África ensinar algo para as crianças de uma área carente? Existem sites que permitem se cadastrar para esse tipo de ação de trabalho voluntário durante um curto período. Em geral, o viajante paga a passagem e ganha a comida, a hospedagem e a experiência única de participar de algo bem fora da caixinha. Nesse quesito, tenho boas referências de um site que se chama Worldpackers.

A importância dos cursos de extensão

Agora vamos falar sobre a dúvida entre uma pós-graduação, um MBA ou um mestrado. Geralmente, noto, por parte dos gestores, uma valorização maior pelos cursos de MBA e de pós-graduação. Os mestrados costumam ser mais requisitados em áreas técnicas, como a de pesquisa e desenvolvimento, por exemplo. Entre aqueles que já têm um MBA ou uma pós-graduação, alguns podem optar por complementar esse estudo com algum mestrado específico, mas a pós-graduação ou MBA costuma ser a primeira opção a ser cursada.

O curso de extensão geralmente é complementar à área de estudo da graduação. Por exemplo, um profissional de recursos humanos que é formado em psicologia, pode optar por um MBA em negócios ou uma pós-graduação em administração. Já um profissional de recursos humanos que é formado em administração pode fazer uma especialização em gestão de pessoas ou em recursos humanos. Vejo, ainda, profissionais seniores de RH que já têm algumas especializações fazendo mestrado e até doutorado em alguma área que possa agregar valor para o trabalho no dia a dia, como psiquiatria, liderança ou desenvolvimento humano.

A mesma lógica pode ser aplicada para o engenheiro que deseja complementar o conhecimento em administração ou negócios ou o administrador que amplia sua visão com o estudo em finanças ou economia, entre tantos outros exemplos.

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Especializações em alta

Principalmente nesse momento, está muito em alta no mercado a valorização de profissionais de todas as áreas que se especializam em temas relacionados à inovação, transformação digital, gestão de projetos, negócios, liderança e finanças.

Outra observação importante é que, na medida do possível, prefira primeiro ingressar no mercado de trabalho e posteriormente busque uma especialização já dentro da área de interesse. Uma especialização pode inclusive ajudar na mudança de foco de carreira. É mais fácil uma área nova contratar alguém sem a experiência, mas que está cursando ou cursou uma especialização naquele tema. Por exemplo uma pessoa que atua em Compras e quer migrar para o Marketing, pode buscar uma especialização em Marketing para ajudar nesse processo.

Diante da maioria das empresas, profissionais que emendaram o curso de graduação com o mestrado e doutorado sem terem ingressado ainda no mercado de trabalho, podem ser vistos como muito acadêmicos. Então, sugiro a você sequenciar os cursos apenas se a sua intenção for atuar no ramo da educação ou se você quiser atuar como um pesquisador, não necessariamente vinculado ao mundo corporativo tradicional.

O que fazer após o inglês e a especialização?

Para quem já tem fluência no inglês e pelo menos uma especialização, recomendo focar em um terceiro idioma, como o espanhol ou outro que faça sentido dentro do seu plano de carreira. É interessante, também, buscar aprendizado em cursos de curta duração, seja presencial ou on-line. Entre os temas que podem ajudar a alavancar a carreira, estão oratória, Excel, Seis Sigma, negociação, liderança, metodologia ágil e inovação. Para profissionais mais seniores, também pode ser um diferencial buscar especialização como conselheiro. Nesse caso, inclusive, além do conhecimento em si, faz diferença o networking proporcionado durante as aulas.

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Aproveite esse segundo semestre para traçar seus próximos planos de estudo. Certamente essa iniciativa vai te ajudar – e muito – nos próximos passos de sua carreira. Afinal, não basta que existam oportunidades. É preciso estar adequadamente preparado para elas.

Assinatura de Isis Borge
(VOCÊ RH/Divulgação)

 

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