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Três passos para acolher a Geração Z no mercado de trabalho

Relatório “Tendências – Gestão de Pessoas” apontou que os jovens na faixa de 20 anos são os profissionais que mais trazem desafios para a gestão.

Por André Lit, especialmente para a Você RH
10 set 2024, 15h56
Diversos jovens sentado em uma grama sintética utilizando aparelhos eletrônicos pessoais.
 (PeopleImages / Getty Images/Reprodução)
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São compreensíveis a dificuldade e a ansiedade enfrentadas pela juventude atual ao entrar no ambiente de trabalho, especialmente a chamada Geração Z (Gen Z). Conforme a NielsenIQ, em seu recente relatório “Spend Z: A Global Report”, esta geração com os nascidos entre 1997 e 2012 crescerá a uma taxa de 4,2% ao ano e representará aproximadamente 25% da população mundial.

Criada durante o maior boom populacional da história do nosso planeta, a Gen Z está se tornando um dos maiores grupos geracionais existentes e com uma significativa capacidade de consumo. Até 2034, segunda a NilsenIQ, espera-se que o crescimento de seus gastos alcance US$ 8,9 trilhões, superando a Gen Y com US$ 8,8 trilhões, a Gen X com US$ 7,5 trilhões e os Baby Boomers com US$ 1,4 trilhão.

Para o mundo dos negócios, é crucial entender os interesses e comportamentos específicos dessa geração, moldados por um mundo complexo e interações únicas mediadas por tecnologias que se desenvolveram rapidamente. Eles agora fazem parte do ambiente de trabalho ao lado de até outras quatro gerações, e é fundamental que os gestores aprendam a liderá-los com um foco em resultados e bem-estar.

Profissionais com engajamento menor

Um relatório da Gallup de novembro de 2022, “Generation Disconnected: Gen Z in the Workplace”, já mostrava que essa geração é 10% menos engajada do que as demais, valoriza a flexibilidade da carreira e o trabalho remoto, e deseja gestores que se comuniquem claramente e estabeleçam expectativas explícitas. E não se incomoda em esperar achar essas oportunidades. Também relata mais estresse e burnout relacionados ao trabalho: 68% dos jovens afirmam estar frequentemente estressados.

No Brasil, um recente relatório da Great People e GPTW, “Tendências – Gestão de Pessoas”, destaca a reconfiguração do ambiente de trabalho, com 51% dos entrevistados apontando a dificuldade em lidar com os desejos e expectativas das múltiplas gerações dentro de sua força de trabalho. Ao serem questionados sobre qual geração representa um maior desafio, 67% dos entrevistados escolheram a Geração Z, enquanto as demais gerações em conjunto são 33%. 

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O que esta geração demanda, essencialmente, é que ela faça o seu trabalho com bem-estar, que exista um balanço na dedicação ao trabalho e à vida pessoal; que as organizações, além dos seus negócios, tenham propósito com ações afirmativas para a natureza e a desigualdade social. Ela pode estar se manifestando mais a respeito, e isso incomoda. Mas, essencialmente, todos os colaboradores desejam estar saudáveis e trabalhando para organizações saudáveis.

É exatamente isso que todas as pesquisas realizadas pelo Healthy Place indicaram, incluídas no documento “Ciência do Bem-estar”, que aponta 21 elementos agrupados em quatro pilares relevantes para que esse bem-estar seja alcançado. E, para enfrentar essas demandas dos colaboradores desejando ser saudáveis com organizações saudáveis, três pontos são essenciais.

Os três passos

O primeiro é que os seus líderes compreendam a oportunidade que representa ter pessoas que se sintam saudáveis em sua organização, pois isso naturalmente torna todos os processos de negócios mais fluidos e produtivos. O relatório da Gallup “State of the global workplace” mostra a oportunidade que as lideranças têm pela frente: apenas 27% dos colaboradores se sentem envolvidos nas definições de metas, 22% acreditam que a gestão do desempenho não motiva as pessoas, e só 29% são atualizados sobre as informações da organização. Muitas vezes, é necessário parar para refletir, reunindo a liderança numa conversa para compreender o momento atual e definir um futuro mais saudável da sua organização, com o compromisso de todos.

Já o segundo aspecto é conhecer como está a sua organização, e não assumir que as suas dificuldades são semelhantes às pesquisas gerais. Cada organização é única, e precisa entender seus próprios indicadores de desempenho. O caminho recomendado é realizar uma pesquisa estruturada com foco em saúde e bem-estar, com indicadores de desempenho para entender como cada geração percebe sua situação em diferentes áreas organizacionais. Esses indicadores podem ser comparados com as melhores práticas para definir as suas principais prioridades.

Por fim, o terceiro passo: com uma liderança comprometida e conhecendo a situação específica da sua organização, um conjunto de iniciativas podem ser definidas, focando nas necessidades da sua empresa por diferentes perspectivas (por exemplo, níveis, gerações, localizações, áreas), identificando soluções específicas e alcançando melhores resultados, respeitando a sua cultura organizacional.

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Não existe solução mágica para esse desafio, a Geração Z está aí. Os esforços de ajuste devem ser um contínuo aprendizado, com soluções práticas, enfrentando desafios específicos e resolvendo-os coletivamente. Essa atenção mostrará aos colaboradores que a organização realmente se preocupa com eles, respeitando suas diferenças e buscando um ambiente de trabalho saudável, para que o negócio também prospere.

* André Lit é CEO da Healthy Place Brasil

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