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O que os funcionários querem em 2022?

Flexibilidade, direito à desconexão, empatia... Como as empresas podem responder melhor às necessidades em transformação de seus profissionais

Por Sophie Hennekam, chefe de pesquisa na Audencia Business School, na França
Atualizado em 23 out 2024, 17h20 - Publicado em 22 mar 2022, 12h32
Um homem aparece sentado no sofá sorrindo enquanto usa o computador.
 (Ekaterina Bolovtsova/Divulgação)
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pós dois anos de restrição social e adoção ampla do home office, as necessidades dos funcionários inevitavelmente mudaram. Isso foi ilustrado em um estudo diário que realizamos durante o primeiro lockdown envolvendo pais e mães trabalhadores. Esses profissionais, trabalhando de casa enquanto também cuidavam de seus filhos, relataram mudanças tanto em suas identidades profissionais quanto pessoais, enquanto refletiam sobre suas necessidades, desejos e crenças.

Então, o que as organizações podem fazer para atender às necessidades, desejos e expectativas dos trabalhadores com filhos?

Apoio

O home office pode levar a sentimentos de isolamento, afetando negativamente a autoestima. Além disso, algumas empresas podem colocar pressão indevida sobre seus funcionários para garantir a produtividade. No entanto, em vez de pressão e estresse, os profissionais precisam de um apoio extra dos empregadores durante esse período desafiador. Ser gentil e apoiador, reconhecer as dificuldades que eles podem estar enfrentando e demonstrar solidariedade são atitudes importantes.

Por exemplo, uma ligação semanal para checar como os empregados estão é uma ótima maneira de os empregadores demonstrarem interesse em seu bem-estar. Ser empático deveria ser visto como força, e não como fraqueza.

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Flexibilidade

Com os limites entre a vida profissional e pessoal menos definidos, surgiram novas formas de trabalho. Como os funcionários têm preferências individuais diferentes sobre quando eles trabalham melhor, é do interesse dos gerentes permitir-lhes organizar seu dia de trabalho em torno de parâmetros mais flexíveis. Oferecer flexibilidade reduz os níveis de estresse e é um sinal de confiança. De fato, muitos empregos não exigem a jornada padrão. Então, permitir horários de trabalho mais maleáveis, mesmo com ajustes diários ou semanais para acomodar a todos, é uma forma fácil de apoiar a equipe – e é provável que o empregador seja recompensado com maior entusiasmo e produtividade.

O direito de se desconectar

Durante a pandemia, os trabalhadores podem se sentir mais pressionados a responder a e-mails e chamadas a qualquer hora do dia, levando a uma situação em que as cargas de trabalho se tornam insuportáveis, com o trabalho fazendo parte da vida das pessoas 24 horas por dia, 7 dias por semana. Isso é obviamente insustentável, e em alguns países resultou em leis pelo direito à desconexão.

A França foi pioneira em termos de reconhecimento legal do “direito de desconectar” em 2016. Em fevereiro de 2021, o Parlamento Europeu incentivou outros países europeus a adotar legislação semelhante para ajudar a mitigar o impacto negativo da cultura do “sempre disponível” no bem-estar e no equilíbrio da vida profissional. No Brasil, o direito à desconexão deve ganhar espaço na lei trabalhista caso um projeto sobre teletrabalho (home office) que tramita no Senado seja aprovado. Esse projeto visa garantir ao trabalhador o direito ao tempo livre, desconectando-se dos dispositivos móveis e de internet que tenham ligação com seu emprego. Se aprovada, a lei pode garantir que o funcionário seja excluído dos grupos de mensagem de seu emprego durante as férias. Além disso, o trabalhador poderá contar as horas trabalhadas fora do expediente como horas-extras, entre outros direitos.

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Considere circunstâncias pessoais

Embora a igualdade de tratamento dos funcionários seja importante, cada funcionário se encontra em uma situação diferente e enfrenta uma questão pessoal única. Portanto, é difícil elaborar políticas e práticas que funcionem para todos. É bom verificar regularmente como estão seus funcionários e simplesmente perguntar do que eles precisam. Ninguém sabe melhor que tipo de apoio é mais adequado do que os próprios funcionários. Adotar uma abordagem individual evita o desperdício de recursos e de tempo em apoio posterior ao problema pessoal que, de outra forma, não seria necessário.

Sophie Hennekam é professora de comportamento organizacional e chefe de pesquisa do departamento de administração da Audencia Business School, na França. Ela estuda questões relacionadas à diversidade, igualdade e inclusão

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