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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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Como a pandemia está influenciando a atração de talentos?

Home office, propósito e qualidade de vida estão sendo mais valorizados, assim como o perfil do chefe. Veja sete tópicos essenciais no recrutamento

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
11 dez 2020, 14h12

Hoje, escrevo sobre um ponto que têm me chamado a atenção nas entrevistas. Os candidatos estão mudando bastante a forma de avaliar uma proposta de emprego. Eles não estão mais prioritariamente apegados a benefícios ou distância entre casa e trabalho. A questão da pandemia tem trazido, de uma forma geral, uma maior humanização para o dia a dia corporativo e isso faz com que muitos profissionais tenham repensado quais são os valores que de fato são importantes para eles na hora de escolher um novo empregador.

Tenho notado que eles estão especialmente atentos a sete questões:

1. Trabalho remoto

Eles estão avaliando o quanto a empresa deseja manter a flexibilidade de trabalho remoto. Muitos profissionais gostaram da experiência de trabalhar de casa. Inclusive, existe um movimento de pessoas migrando dos grandes centros para cidades do interior e litoral, já que foi provado que, em muitas funções, é possível trabalhar de qualquer lugar. Algumas empresas já anunciaram o fechamento dos escritórios físicos, aderindo ao trabalho à distância de maneira definitiva. É claro que ainda há pessoas que preferem os ambientes formais, mas vejo que boa parte dos profissionais gostariam que suas organizações aderissem a um modelo mais híbrido, com apenas um ou dois dias de trabalho no escritório. Já ouvi candidatos revelando o desejo de ir ao escritório quinzenalmente e trabalhar à distância o restante do tempo.

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2. Responsabilidade Social

Há candidatos interessados em saber qual tem sido o posicionamento do potencial empregador diante do momento em que a sociedade está vivendo e quais ações tem tomado para aliviar o desconforto do outro. Vejo, claramente, as pessoas deixando de entender que as empresas existem exclusivamente para darem lucro aos seus acionistas. Elas entendem que a companhia precisa contribuir de forma significativa para a sociedade na qual ela está inserida. Foram muito bem avaliadas pelo mercado as empresas que se engajaram em ações, como: montadoras que ajudaram a reparar respiradores; empresas de cosméticos e de bebidas que disponibilizaram suas linhas para a produção de álcool em gel; companhias de calçados produzindo pares para os profissionais da saúde; grupos do setor têxtil fabricando aventais e equipamentos de segurança para o setor de Saúde; grandes grupos de consumo fazendo doações em dinheiro e de produtos; e até doações financeiras feitas pelos próprios bancos. De uma forma geral, vimos empresas com uma atitude de união em prol de um bem comum. Esses fatores ajudaram muito a causar um impacto positivo na sociedade.

3. Propósito

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O propósito da empresa e do produto ou serviço que ela oferece também têm chamado a atenção dos candidatos. As pessoas querem estar em organizações das quais elas possam ter orgulho de falar para seus amigos e familiares. Nesse sentido, é importante que o produto ou serviço não prejudique o meio ambiente ou a saúde humana, por exemplo. Aqui, podemos incluir, também, a missão, a visão e os valores, pontos bastante pesquisados pelos potenciais candidatos antes de definir se querem participar de um processo seletivo.

4. Humanização corporativa

Na sala de entrevista, os candidatos têm se mostrado interessados em entender qual tem sido a postura da empresa com relação aos desafios enfrentados pelos seus funcionários durante a pandemia. O quanto a empresa tratou bem os funcionários nesses últimos meses? Houve compreensão quanto às dificuldades de adaptação ao novo modelo de trabalho? O quanto a companhia conseguiu manter um clima saudável e um nível de pressão adequado, apesar de todos os desafios enfrentados por muitos setores.

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5. Rotatividade (turnover)

Existe uma preocupação genuína de quem está avaliando uma nova vaga de entender o porquê de aquela vaga estar aberta e também qual tem sido o turnover da empresa durante a pandemia. Empresas que reduziram drasticamente os quadros e agora começam a recontratar podem sentir um pouco mais de dificuldade para atrair profissionais de talento, pois há um receio de quem está no processo seletivo sobre a continuidade da vaga e a possibilidade de fazer carreira no longo prazo dentro da organização.

6. Qualidade de vida

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Com o home office, naturalmente, os profissionais economizam o tempo de deslocamento que antes investiam no trajeto entre a casa e o trabalho. Com isso, muitos puderam se dedicar a atividades extras, ainda que fosse em formato online. Esse novo cenário fez crescer, ainda mais, a valorização pela qualidade de vida, item que está sendo observado pelos candidatos antes mesmo que o salário. Apesar de a remuneração ser um ponto sempre relevante, a sensação que tenho é de que muitas pessoas aprenderam a viver com menos e fizeram modificações em suas cadeias de valores.

7. Perfil do gestor e do projeto

Independentemente do momento do mercado, do País ou do mundo, o perfil do gestor e o projeto em si sempre vão ser pontos bem analisados pelos candidatos. A diferença é que, no momento, eles estão muito pareados com os fatores acima listados. Se mantém, também, a valorização pelas oportunidades de crescimento na carreira, no médio e longo prazo, e pela possibilidade de ser desafiado e trabalhar com autonomia para poder deixar um legado naquela empresa.

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Achei interessante levantar esses pontos para sugerir que as equipes de RH e líderes reflitam durante as suas estratégias de atração de talentos. Tenho conversado com representantes de muitas empresas. Nem sempre esses profissionais ressaltam as ações das empresas durante a pandemia com o destaque que elas merecem. É importante que eles saibam o quanto esses projetos têm valor dentro e fora da companhia, inclusive na sala de entrevista.

No passado, o norte-americano Milton Friedman ganhou o Prêmio Nobel de Economia com a tese: “A responsabilidade social das empresas é aumentar seus lucros”. Também houve um tempo em que o livro A Meta, de Eliyahu M. Goldratt tornou-se leitura obrigatória nos cursos de negócios de todo o mundo. Eu mesma, no curso de Engenharia, tive matérias que nos fizeram ler esse livro. Essa obra nos ajuda a entender o mundo dos negócios, mas deixando claro que a razão de existir das empresas é o lucro.

Acredito que o ano de 2020 ajudou muito as pessoas a verem as coisas de uma forma um pouco diferente. Esse, inclusive, já era um movimento que vínhamos acompanhando nas novas gerações que estão chegando ao mercado. Os profissionais de hoje demonstram uma forte preocupação com os conceitos de propósito e significância, o que acredito que influenciará para que o mundo mude um pouco as rédeas. 

A pandemia e o discurso dos candidatos dos mais diversos níveis hierárquicos têm me provado que o mercado de trabalho de fato está mudando. Entendo que para atrair os melhores talentos para ciclos mais longos é válido que as empresas tenham essa conscientização. E se a sua empresa não fez nada pelo próximo durante esse período de pandemia, dentro ou fora da companhia, ainda dá tempo de começar. 

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Foto de Isis Borge
(Divulgação/VOCÊ S/A)
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