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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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Hiring bonus: o que você precisa saber sobre as “luvas” de contratação

O bônus de entrada oferecido para posições mais altas, como as de diretoria, é uma prática comum em diversas empresas. Entenda quando usar

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
16 jul 2021, 08h00

É usual o uso do chamado hiring bonus na contratação de altos executivos para posições-chave das companhias. Diante da disputa de talentos cada vez mais acirrada, tenho observado muitas dúvidas sobre o tema, tanto por parte dos candidatos, quanto das empresas. Foi isso que me motivou a abordar esse assunto no texto desta semana.

O que é hiring bonus?

É um bônus de entrada, oferecido na contratação de um executivo assim que ingressam em uma nova organização. Ele pode ser pago de uma vez ou parcelado, em duas ou três parcelas – quando usado como uma ferramenta de retenção.

Esse tipo de bônus é usual na contratação de altos executivos, em cargos de diretoria ou acima deles. É bem raro ver o uso desse benefício para cargos gerenciais ou de outras faixas da pirâmide.

Formas de pagamento

O valor pode ser pago na folha de pagamento, junto com o primeiro salário do executivo, estando sujeito à tributação. Mas também pode ser pago separadamente, como uma ajuda de custo e sem incidência de encargos trabalhistas.

Quando essa bonificação é dividida, a primeira parcela é paga no primeiro mês de contrato. Já a segunda e terceira parcelas são pagas, respectivamente, no segundo e terceiro anos de contratação respectivamente. Por acordo, se o colaborador decidir sair da empresa antes do vencimento de alguma parcela, ele perde o direito ao benefício pendente.

A definição sobre o pagamento em folha ou fora dela é bem particular de cada empresa. Mas o que eu vejo com mais frequência é a bonificação entrando como uma ajuda de custo, ou seja, o executivo recebe o valor líquido já em sua primeira semana de trabalho.

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Quando o hiring bonus é aplicável ?

É uma ferramenta de atração de talentos e costuma ser cabível na hora de fechar o acordo para dar mais segurança ao novo executivo que está sendo contratado. Também é utilizado para minimizar alguma perda que esse profissional venha a ter com a movimentação entre empresas.

Seis situações em que o hiring bonus é usado

1. Executivos com muitos anos de atuação em uma mesma empresa

É normal que esse executivo sinta insegurança na hora de aceitar uma nova proposta e pedir demissão de sua atual organização. Os receios são compreensíveis, afinal ele já tem um legado reconhecido na companhia onde está, além de relação de confiança com os demais executivos e certa estabilidade – o que é bem relativo, mas as pessoas costumam se sentir seguras depois de alguns anos. Muitas vezes, esse profissional tem pacotes de retenção em vigor, como ações que ainda não foram “vested” (termo usual para pacote de ações que foram outorgadas, mas ainda não podem ser usufruídas) e bônus de longo prazo.

Nesses casos, ter um bônus de entrada na nova companhia passa uma mensagem positiva com relação aos planos de longo prazo do novo empregador e pode dar ao executivo mais segurança para pedir demissão e seguir com a mudança. É importante dizer que nenhuma organização vai dar um hiring bonus porque o executivo em questão vai abrir mão dos 40% da multa do fundo de garantia ao pedir demissão. Afinal, ele só teria essa multa em caso de demissão. Mas se ele tiver um montante em ações e bônus a vencer nos anos seguintes, isso sim pode ser apresentado para a nova empresa. Então, inicia-se uma negociação sobre a possibilidade de cobrir parte desse valor em um bônus de entrada.

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2. Nova oportunidade de trabalho com pacote de benefícios inferior ao que o executivo recebe

Um exemplo desse caso é que às vezes o executivo tem um carro em uma organização e não terá na nova empresa, é bastante razoável a nova empresa dar um hiring bonus para cobrir o valor de um novo carro no mesmo padrão do carro que esse executivo tem para que ele possa comprar um novo carro com esse recurso ao aceitar essa nova proposta.

3. Situações que envolvem realocações

Normalmente, quando uma empresa contrata um executivo de outra cidade, estado ou país, nem sempre a empresa tem a política de ajuda de custo com mudança e aluguel para o executivo recém-chegado. Em casos como esse, pode ser uma boa alternativa oferecer um bônus de entrada para que esse profissional possa custear a mudança e os primeiros meses na nova cidade. Há casos em que a empresa até tem uma política de ajuda com a mudança e o hotel por até 90 dias e, mesmo assim, opta pelo bônus de entrada para auxiliar o executivo a se estabelecer na nova localidade.

4. Oferta de pacote anual de salário inferior ao atualmente recebido

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Muitas vezes, o valor orçado para uma contratação envolve certa burocracia e segue políticas criteriosas por parte das empresas. Em contrapartida, o executivo ideal está em um patamar salarial mais alavancado em outra empresa ou está no mercado em busca de uma recolocação, mas com um histórico de remuneração mais elevado.

Nesses casos, uma prática que vejo – quando a empresa deseja muito o tal executivo, mas não tem como aprovar uma remuneração maior – é o cálculo do hiring bonus para, pelo menos, equiparar o pacote salarial ou diminuir a diferença que exista. Em muitos casos, também é feito um combinado de que, se o profissional tiver um bom desempenho no primeiro ano, o pacote salarial pode ser revisto. Esse reajuste salarial pode, inclusive, constar na proposta de trabalho com as metas de atingimento claramente descritas.

5. A data de início na nova empresa não coincide com a de recebimento do bônus na empresa anterior

Nem sempre é possível esperar a data em que o executivo receberia o bônus na atual organização para efetuar a contratação na nova empresa. Ao mesmo tempo, muitos executivos não estão dispostos a abrir mão do bônus a ser recebido quando faltam um ou dois meses para esse pagamento.

Nesses casos, é usual ter o aceite do executivo, mas a data de início na nova companhia ser acordada de ocorrer após ele ter recebido a gratificação. Alguns empregadores concordam em esperar. Mas, em muitos casos, isso não é possível, pois exige-se o início imediato. Nessas situações, para garantir a contratação do executivo, algumas empresas assumem o valor do bônus que seria recebido pelo executivo por meio de um hiring bonus. Na maioria dos casos, esse valor não é total. Mas, pelo menos, costuma girar em torno de 70% ou 80% do valor que o profissional receberia no bônus se permanecesse na empresa anterior.

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6. Ferramenta de encantamento

Vejo também o uso do hiring bonus para atrair a atenção de candidatos muito desejados que estão participando de mais de um processo seletivo. Nesse caso, costuma-se oferecer dois ou três salários adicionais como bônus de contratação para elevar a motivação do profissional. Essa iniciativa pode ser tomada mesmo quando a nova empresa tem um pacote salarial anual mais atrativo, benefícios pareados e o candidato não perdendo nada em incentivos de longo prazo na organização na qual atua.

Essas são algumas das situações mais comuns que eu acompanho na oferta de bônus de contratação. Mas é importante ter em mente que podem existir outras situações nas quais esse tipo de ferramenta pode ser utilizada. É interessante, então, que o RH sempre tenha em mente que esse é o tipo de atributo que pode fazer a diferença no fechamento da vaga.

Quanto aos candidatos, recomendo tentar negociar um hiring bonus antes de recusar uma proposta por algum detalhe que venha a desagradar. Mas tenham ciência que nem sempre a empresa pode ofertar um hiring bonus, existem vários processos seletivos de posições bastante estratégicas que fecham sem esse bônus de entrada.

Uma alternativaé a oferta de ações da companhia na entrada do executivo. Essa iniciativa não costuma ter um impacto tão forte na decisão do candidato, se comparado ao bônus, mas é uma opção caso a empresa não tenha no orçamento a verba disponível para um hiring bonus. É, também, um fator que pode motivar a decisão do executivo almejado.

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O valor do hiring bonus costuma, na maior parte dos casos, ser um meio termo quando se está tentando cobrir algo que o profissional “perde” ao trocar de emprego. O risco da mudança sempre vai existir. Mas, muitas vezes, a adrenalina, a motivação e as perspectivas do novo desafio compensam. Sem contar que, ao se abrir para ouvir o que o mercado tem a dizer, é possível que o profissional enfrente na empresa atual algum descontentamento que ultrapasse a questão financeira e que – provavelmente – continue existindo caso ele decida permanecer na empresa.

Não aceitar uma nova e promissora oportunidade de trabalho por algum detalhe financeiro da proposta pode ser um erro no longo prazo. Corre-se o risco de assumir a posição de um pássaro que permanece na gaiola, mesmo com a porta aberta, apenas por ter receio de voar.

Assinatura de Isis Borge
(VOCÊ RH/Divulgação)

 

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