Assine VOCÊ RH por R$2,00/semana
Edwiges Parra Psicóloga e professora de educação executiva da FGV, especialista em saúde mental corporativa e dependências tecnológicas
Continua após publicidade

Desânimo e apatia se proliferam na pandemia: como enfrentá-los?

Cada vez mais pessoas sentem que estão definhando e observando a própria vida por uma janela embaçada. Aprenda a recuperar o ânimo

Por Edwiges Parra, colunista de VOCÊ RH
12 jul 2021, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Nem tudo se resume a diagnósticos binários, como burnout ou depressão. Tenho observado a importância disso especialmente durante a pandemia, com base em meus atendimentos terapêuticos, aulas, palestras e relatos das pessoas com as quais interajo.

    Publicidade

    A longa duração do período da pandemia, a necessidade de lidar com diversas expectativas relacionadas ao tema e o tempo têm sido fatores implacáveis no impacto sobre a nossa saúde emocional. Além disso, precisamos enfrentar um alto volume de informações, inúmeras fake news, intolerância à divergência de opiniões e preocupações com as finanças e a saúde. Com tudo isso, nosso sistema de ativação de perigo do cérebro é altamente estimulado, mantendo-se constantemente em alerta para fugir ou lutar.

    Publicidade

    Para lidar com todas essas questões e adotar um estilo de vida para sobreviver a esse cenário, cada um de nós desenvolveu uma nova rotina de adaptação a partir de recursos próprios – intelectuais, psicológicos, emocionais, financeiros e de saúde.

    Definhamento: a emoção dominante de 2021?

    Mas muitos estão com um sentimento comum, que não é nem burnout (porque continuam tendo alguma energia), nem depressão (porque ainda têm esperança), mas uma sensação de desânimo que o psicólogo Adam Grant definiu como “definhamento” em um artigo para o jornal The New York Times. Isso acontece quando uma pessoa tem a sensação de vazio e estagnação na forma como ela se percebe diante da vida. Os sinais são variáveis e passam por esquecer que dia da semana é hoje frequentemente, e por uma impressão de que se está observando a própria por meio de um para-brisa enevoado. Para Adam Grant, esse sentimento pode se tornar a emoção dominante em 2021.

    Publicidade

    Ouso dizer que carregaremos essa emoção enquanto não nos sentirmos seguros no nosso ir e vir – até que saúde, segurança, educação, social e finanças indiquem uma reação positiva frente a esse momento. Por isso é tão importante cuidar da saúde mental.

    As consequências do desânimo

    De acordo com a psicologia, saúde mental é a capacidade de tomar decisões em relação à própria vida, ter a capacidade de se organizar interiormente e organizar o que está em volta. Quando estamos definhando, ficamos debilitados vivendo em um vazio entre a depressão e a saúde mental – ou seja, sem bem-estar e qualidade de vida.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Uma pessoa pode não apresentar sintomas relacionados a um diagnóstico de doença mental, no entanto, ela carece do estado de saúde, pois não consegue usar toda sua capacidade para lidar com as adversidades e enfrentar o mundo de forma autônoma e funcional.

    Foi isso o que o sociólogo Corey Keyes observou. Ao acompanhar o comportamento social das pessoas, ele ficou surpreso ao ver muitas que não se apresentavam deprimidas, mas também não tinham sinais de prosperidade. Esse fato levou Keyes a concluir que as pessoas que estão definhando agora têm mais probabilidade de sofrer de depressão grave ou de transtornos de ansiedade nos próximos dez anos.

    Publicidade

    Como sair dessa apatia

    Talvez a saída seja buscar formas para entrar em estado de flow, conceito idealizado pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi que o descreve como “um estado mental que acontece quando uma pessoa realiza uma atividade e se sente totalmente absorvida em uma sensação de energia, prazer e foco total no que está fazendo”.

    Identificar e estabelecer esses momentos de flow não é uma tarefa fácil, pois a nossa dificuldade de atenção e concentração já vem abalada há tempos, pois temos muitos estímulos que nos fazem perder a atenção. Mas vale tentar o exercício.

    Publicidade

    Outro caminho é criar pequenos desafios que te desafiem e estimulem a ampliar a sua mente, a desenvolver novas habilidades e a gerar capacidade de enfrentamento e solução de problemas. Os desafios são diversos, como metas de leituras, montagem de quebra-cabeças ou, até, objetivos esportivos – como é o meu caso.

    Em maio de 2020, resolvi sair do sedentarismo e me cuidar. Meu primeiro desafio foi me estimular a acordar diariamente às 5h para meditar e, depois, fazer exercício físico em casa (no auge da pandemia). Em agosto, resolvi voltar a correr. Essa atividade física me trouxe um maior senso de propósito na vida, mais energia e mais coragem para enfrentar as adversidades.

    Continua após a publicidade

    Em junho de 2021, fiz uma meia maratona (de 21km) e foi uma realização extrema. Em um ano muita coisa aconteceu. Muitas batalhas foram enfrentadas, muitas vitórias foram vencidas e muitos dias difíceis aconteceram, mas tenho a certeza de que a decisão de assumir um desafio com relação à minha saúde e longevidade foi o gás necessário para enfrentar e viver a vida com mais energia e otimismo.

    Este é um momento oportuno para repensarmos como estamos nos cuidando. Cada vez mais precisaremos de nossa saúde e bem-estar para lidar com um futuro que pode ser próspero, desde que tenhamos condições de lidar com suas adversidades com seriedade e prontidão.

    Não desista de você!

    Assinatura Edwiges Parra
    (VOCÊ RH/Divulgação)

     

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Você RH impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.