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Mulheres se sentem pressionadas a estarem “belas” no trabalho

Mesmo em meio a pandemia, quase 70% das mulheres que participaram de um levantamento relataram sentir pressão no ambiente de trabalho

Por Hanna Oliveira
Atualizado em 10 dez 2020, 20h27 - Publicado em 25 nov 2020, 11h00
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  • A Singu, maior marketplace de beleza e bem-estar da América Latina, realizou um levantamento com mais de 1.300 mulheres, divulgado com exclusividade por VOCÊ RH, que apontou ser grande a pressão estética que essas profissionais têm sofrido, mesmo em meio a pandemia. A pesquisa mostrou que quase 70% das participantes sentem-se pressionadas no ambiente de trabalho para estar com a “beleza em dia”. Sendo que 20% declararam “precisar estar sempre impecáveis, pela exigência do trabalho”. Entre as participantes da pesquisa, 71% estavam em regime de trabalho remoto. 

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    Questão histórica 

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    A pesquisa revela uma tendência que vai na contramão do home office, que parecia ser um ambiente de trabalho marcado por mais informalidade e flexibilidade. Para a professora-doutora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Mirtes de Moraes, a pandemia evidenciou questões históricas relacionadas ao papel da mulher, pois o necessário isolamento social acaba evidenciando as imposições de papéis de gênero. 

    “Desde o século 19, a partir da República, houve a consagração da casa e do lar como espaço da mulher. Todas as extensões desse espaço e a própria relação do cuidado doméstico, do cuidado com os filhos, acaba sendo uma responsabilidade social feminina”, diz Mirtes.

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    Nesse sentido, a pesquisa apontou que embora as mulheres sintam a pressão do mercado, o dia a dia profissional ainda é um fator de dificuldade para se seguir “rotinas de beleza”, com um número de 46% declarando que a profissão dificulta a adoção de uma rotina e 19%, que dificulta muito. “As mulheres estão fazendo home office, mas não estão apenas trabalhando. Não há uma preocupação [de grande parte dos homens], por exemplo, de fazer o almoço e auxiliar nas atividades das crianças na escola. Mas há uma preocupação das mulheres frente a essas questões”, explica Mirtes.

    A questão levantada pela professora ganha reforço nos números: dados do IBGE de 2019 mostram que  85,7% dos brasileiros realizaram afazeres domésticos no ano passado, destes, 92,1% tiveram a participação feminina contra 78,6% de masculina.

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    Sobre a pressão estética, a professora explica que há uma visão social de que a mulher que não segue determinados rituais de beleza não estaria cuidando adequadamente da sua apresentação pessoal. “Vemos homens trabalhando de camiseta, mas das mulheres exige-se que estejam maquiadas, com o cabelo penteado. Se não aparecer dessa maneira, são ‘desleixadas’”.

    Os marcadores de raça e gênero

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    No quesito raça e gênero a pressão estética pode recair de modo mais forte e profundo, reforçando pensamentos racistas e transfóbicos. “Quando pensamos na mulher preta e na mulher trans, percebemos um preconceito maior. Muitas negras acabam alisando  ou prendendo o cabelo”, diz Mirtes. Ela afirma que quando as pessoas veem um cabelo crespo solto o consideram “exótico” em vez de bonito. “Ainda hoje você tem poucas mulheres negras e trans executando cargos num campo mais empresarial”, diz a professora. 

    O papel das empresas nessa desconstrução

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    Para Mirtes, estamos num processo de construção de um caminho mais diverso e inclusivo. E os avanços têm sido positivos nos últimos tempos, com o surgimento de consultorias e força da agenda de diversidade. “É estar ganhando por uma causa mais politizada, não no sentido partidário, mas de ter uma consciência de quem são e de que direitos a pessoa deve ter. É muito interessante pensarmos que num passado não tão longínquo falávamos de diversidade e hoje falamos de inclusão”, finaliza.

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