São Paulo (SP) – Ouvir o funcionário é uma maneira interessante de testar a qualidade da estratégia de negócios de uma empresa. Quando o empregado fala com desenvoltura sobre o assunto, é sinal de que a mensagem foi compreendida e que ele está ciente de seu papel.
É assim que as coisas funcionam na Schneider Electric, com sede em São Paulo, fabricante de uma vasta gama de produtos de energia elétrica que equipam de casas a usinas. A cada três anos, a multinacional de origem francesa lança uma estratégia mundial, que vem com nome novo e é rapidamente disseminada entre as equipes — primeiro, num encontro com os 300 gestores e, depois, deles para toda a empresa.
A passagem de 2011 para 2012 marcou a entrada de uma nova estratégia, que vai até 2015. Os profissionais já assimilaram a proposta. “É tudo transparente”, diz um gestor. A melhor prova dessa facilidade de comunicação é notada nos processos de aquisições. A Schneider comprou várias empresas no Brasil nos últimos anos, como o Grupo Steck, em 2010, a SoftBrasil, em 2011, e a CP Eletrônica, em junho deste ano.
Hoje a Schneider Electric tem nove fábricas no país e 13 filiais de vendas. Momentos de incorporação de empresas costumam criar expectativa e ansiedade devido ao receio de mudanças e cortes. Mas não é o que se vê, segundo os empregados. “Cada aquisição proporcionou a oportunidade de crescer e mudar de área”, diz uma funcionária.
Isso acontece porque a companhia facilita as coisas para quem vem de fora, reduzindo a burocracia e a tensão. Ocorre o que, na gíria do RH, se chama de harmonização de benefícios: se um profissional da empresa que foi comprada vai perder, por exemplo, um plano de saúde melhor, é feita uma compensação no salário.
Parece que funciona. As aquisições têm sido tranquilas também porque a Schneider está em fase de expansão e não houve, nos últimos anos, razões para cortar pessoas. “O crescimento dos negócios ajuda a melhorar o clima”, diz um funcionário.
PONTO(S) POSITIVO(S) | PONTO(S) A MELHORAR |
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A imagem no mercado motiva os funcionários: a empresa fornecerá equipamentos para obras importantes, como os estádios da Copa de 2014. | A empresa tem um programa de trabalho em casa, mas os funcionários dizem que ainda falta uma cultura que veja o home office com bons olhos. |