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Banco do Brasil anuncia novidade na remuneração dos seus 98 mil empregados

Exclusivo: todos os servidores do BB serão obrigatoriamente acionistas do banco, segundo acaba de anunciar Paulo Rogério Caffarelli

Por Camila Pati
Atualizado em 21 out 2024, 18h50 - Publicado em 9 ago 2018, 10h18
BANCO DO BRASIL: funcionários agora são acionistas (Pilar Olivares/Reuters/Reuters)
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São Paulo – “A partir de agora, todo funcionário do Banco do Brasil, além de ser funcionário, é acionista da empresa”, revelou Paulo Rogério Caffarelli, presidente do banco, com exclusividade para VOCÊ S/A.

Hoje, todos os 98.416 funcionários da ativa do banco ganharam três ações do BB. A novidade na remuneração dos servidores é parte de um plano de incentivo de resultados e representa de mais 9,6 milhões de reais em ações.

“Mais do que o valor em si, é que a gente vai poder comunicar que todo empregado é também dono da empresa. Nosso mote agora, nossa campanha é que no Banco do Brasil você é atendido pelo dono”, diz Caffarelli.

Pelas regras do benefício, essas três ações não podem ser vendidas pelo servidor até que ele se aposente ou saia do banco. A ação fica custodiada pelo BB sob o CPF do servidor. Enquanto ele estiver na ativa obrigatoriamente ele tem que ser acionista do banco.

E a sua participação nas ações do banco pode aumentar ao longo dos anos, já que outra mudança também foi anunciada hoje: os servidores receberão metade do bônus semestral (por meio do Plano de Desempenho Gratificado – PDG – premiação vinculada ao resultado e ao desempenho dos funcionários participantes) em ações do banco. A outra metade é por crédito no cartão Alelo, empresa que tem como sócios o BB e o Bradesco.

As ações que o funcionário receber pelo PDG, conforme o seu desempenho, poderão ser monetizadas imediatamente, ou ele poderá ir criando a sua carteira de ações do banco, diz Caffarelli.

O PDG, segundo o vice-presidente de gestão de pessoas do BB, João Rabelo, abrange milhares de servidores. “Dos 98 mil funcionários, 80 mil já fazem parte desse programa e a partir desse semestre vão receber essa parte em ações”, diz Rabelo.

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Em conferência por telefone com VOCÊ S/A, os executivos deram mais detalhes sobre as mudanças e ações ligadas ao plano de incentivo voltadas ao engajamento dos servidores. Desde a chegada ao comando do banco, em 2016, Cafarelli orgulha-se de uma série de ações que fizeram subir o índice de satisfação e engajamento dos servidores do banco.

Em 2018, obteve-se o maior percentual histórico de respondentes (quase 70% dos funcionários do Banco) na pesquisa de satisfação, e o  índice satisfação profissional mais alto dos últimos 15 anos: 83,6% do total. 

Confira a entrevista:

VOCÊ S/A: O que muda na remuneração dos funcionários?

Paulo Rogério Caffarelli: Cada um dos funcionários do banco na ativa terá três ações na sua conta. Isso faz parte de um plano de incentivo de resultados, só que mais importante não é o valor em si, o mais importante é que a gente vai poder comunicar que todo colaborador, todo funcionário, todo empregado, além de ser colaborador, funcionário, empregado, é também dono, acionista da empresa. Nosso mote agora, nossa campanha é que no Banco do Brasil você é atendido pelo dono. E outra coisa, a partir de agora o bônus pago via Plano de Desempenho gratificado, o PDG, será pago metade em ações e a outra metade por crédito na Alelo.

VOCÊ S/A Como o senhor avalia o engajamento dos servidores do BB?

Paulo Rogério Caffarelli: A gente tem visto crescimento em relação ao engajamento com a causa do Banco do Brasil, com atendimento aos clientes, com o dia a dia do banco e assim por diante. Isso vale para quem está na linha de frente, nas agências, vale para quem está na sede do banco e para quem faz o back office do banco, que é o pano de fundo. Então a gente vem coroar isso, a gente está feliz que o pessoal vem se engajando. O nosso mote agora, a nossa campanha é:  no Banco do Brasil você é atendido pelo dono.

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VOCÊ S/A: O que o Banco do Brasil tem feito para aumentar a competitividade na atração de talentos em relação a outros bancos, como o Itaú e Santander, que crescem em relevância como marca empregadora?

Paulo Rogério Caffarelli: O que acontece na prática é que eu não consigo ir ao mercado e buscar um gerente pronto, buscar um analista de mercado de capitais pronto, um auditor pronto. Aqui o banco tem carreira única e o funcionário entra mediante concurso público. Então nós temos que estimular e preparar esses funcionários aqui no Banco do Brasil para que eles possam ter um encarreiramento.

VOCÊ S/A: O senhor poderia dar um exemplo de ação voltada ao desenvolvimento de carreira?

Paulo Rogério Caffarelli: Nós criamos no ano passado, um game chamado Game DesEnvolVer, é um programa de formação de funcionários que engloba os colaboradores em início de carreira: atendentes, caixas, supervisores do atendimento operadores de sala de autoatendimento. É um game nos moldes de um videogame: conforme a pessoa vai superando as etapas, vai ganhando certificações.  Na hora de premiar aqui, na hora de nomear, a gente também leva em consideração esse desempenho.

VOCÊ S/A: Esse tipo de ação tem o objetivo de tirar a imagem de que o Banco do Brasil, por ser o mais antigo, tem ambiente menos moderno do que o apresentado pelos outros bancos?

Paulo Rogério Caffarelli: Ao mesmo tempo em que tenho essa dificuldade de não poder buscar um profissional pronto, eu tenho que formar, e a dificuldade de sofrer o reverso, muitas vezes o mercado vem buscar o profissional aqui e eu não tenho a contrapartida, também nós temos uma coisa muito importante: o funcionário vê aqui dentro uma perspectiva muito boa de crescimento na empresa.

VOCÊ S/A: Como funciona o crescimento de carreira?

Paulo Rogério Caffarelli: o crescimento não é mais como era no passado vinculado ao tempo de banco, é vinculado à meritocracia. Nós temos regras de meritocracia e na última ‘fotografia’ que nós tiramos, num volume de mais de 13 mil nomeações, nós tivemos 12 nomeações fora do critério. E essas 12 estavam fora do critério porque eram funcionários específicos para a área de tecnologia do banco que vieram com essa experiência de tecnologia de fora do banco.

João Rabelo, (VP de gestão de pessoas): Para todos os cargos há processos seleção, com critérios claros, desde executivos até gerente de contas. As pessoas que têm interesse em ser gerente de contas se oferecem para essa bolsa de talentos, são entrevistados e passam a pontuar e aí passam a participar de um grupo de selecionados que podem ter a sua promoção isso serve para gerente de conta, gerente de agência superintendente, até executivos da empresa.

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VOCÊ S/A: Como é feita a avaliação da alta liderança do banco?

Paulo Rogério Caffarelli: Contratamos a Korn Ferry que fez um trabalho de avaliação, vice-presidentes, dos diretores, gerentes executivos, superintendentes, é um trabalho que envolve quase 600 pessoas no total, isso está no comando da empresa justamente para a gente revisitar se essas pessoas que estão no comando estão digamos adequadas a cumprir esse papel. As que não estão nos estamos treinando e preparando essas pessoas para que elas fiquem adequadas.

VOCÊ S/A: O que torna interessante o trabalho no BB?

Paulo Rogério Caffarelli: Temos situação interessante aqui que é a de proporcionar para o funcionário o crescimento dentro do banco. Ele pode ir para o exterior, pode trabalhar agência, na sede do banco, no mercado de capitais, no private, ele pode trabalhar na área de comércio exterior e até no centro cultural.

VOCÊ S/A: Como é o processo de seleção para quem quer seguir carreira internacional no Banco do Brasil?

Paulo Rogério Caffarelli:  A gente frequentemente faz seleção para que as pessoas se habilitem a trabalhar em nossas agências no exterior. Esse processo foi criado recentemente também a gente cria uma “bolsa de talentos” para preenchimento das vagas quando necessário.Nós estamos construindo todo um instrumental que permite ao funcionário melhorar a sua formação e nisso também resultado gerado no banco. Isso serve para alta gestão, é um fenômeno em que todos passam a tangibilizar  atitude.

VOCÊ S/A: quais as características da atitude valorizada pela sua gestão no Banco do Brasil?

Paulo Rogério Caffarelli: É o comprometimento

João Rabelo: A 4ª Revolução Industrial muda hábito de consumo e isso não é específico de uma classe ou grupo, vale para todos. Isso nos obriga a repensar constantemente a empresa. Nesse repensar constante temos que estar muito próximos dos nossos clientes para identificar as necessidades e essa atitude que o presidente Cafarelli diz é isso de identificar as oportunidades dentro das necessidades que o cliente tem, observar isso e tentar atender e continuar mantendo nosso propósito de ser um grande prestador de serviço para todos os nossos clientes.

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VOCÊ S/A: Que outras ações o senhor tomou e que fizeram subir o engajamento dos funcionários com essa atitude e causa?

Paulo Rogério Caffarelli: desde a minha chegada, a gente começou a fazer o que a gente chama de Café com o Presidente. Já fiz 36 cafés em que recebo 20 funcionários que vêm de todos os lugares para escutá-los. Tivemos aqui o que a gente chama de Conselho diretor Itinerante, nós visitamos, conversamos com os administradores para saber o que precisa ser melhorado. Tem um site chamado Fale com o presidente em que o pessoal consegue sugerir uma série de ideias. Algumas a gente implementa, há ideias que dependem de tecnologia para implementar e ideias que a gente explica que não dá para implementar. Tem o Programa de Desempenho Gratificado que é um paradigma.

A gente criou uma rede social dentro de banco, e essa rede social é extremamente democrática no sentido de as pessoas podem se manifestar, então de uma certa maneira também reforçou essa abertura dos diálogos que nós fizemos. Trabalhamos a questão da equidade de gêneros. De forma a aumentar o número de mulheres participando da gestão, respeitando a diversidade.

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