Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Estes engenheiros são mais procurados agora. E a carreira em longo prazo?

Cinco cargos de engenharia estão em alta. Confira também o que diz o pró-reitor do Instituto Mauá sobre a carreira em longo prazo

Por Camila Pati
Atualizado em 21 out 2024, 18h50 - Publicado em 17 ago 2018, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • São Paulo – Na consultoria de recrutamento Page Personnel, especializada cargos técnicos e de suporte à gestão, a demanda por alguns tipos de engenheiros em 2018 está entre 30% e 35% maior do que no ano passado.

    O crescimento na procura é efeito de um movimento de reposição de funcionários, não se trata ainda de aumento nos quadros de funcionários. “Não há nada a comemorar, ainda, porque é um movimento tímido”, diz Renato Trindade, gerente da consultoria.

    O momento atual segue difícil para a grande parte das áreas de engenharia no Brasil. Profissões como engenheiro civil e engenheiro naval continuam na lista das carreiras em baixa no Brasil.  

    Mas, a boa notícia é que a área industrial está voltando a recrutar engenheiros e técnicos, depois de anos em marcha lenta. “A partir de 2015, as áreas industriais foram muito afetadas, com menos projetos e menos vendas a queda no número de posições foi grande”, diz.

    Três anos depois, os sinais de crescimento nas contratações de engenheiros vêm dos setores automotivo e químico. De acordo com Trindade, em 2018 ele recrutou mais profissionais para o setor automotivo do que em todo o ano passado.

    “A indústria automotiva está retomando e há toda uma cadeia de fornecedores que tem o mercado movimentado por ela. A área química, uma das últimas a sofrer com a crise, retoma com mais força por ser base para boa parte das indústrias”, explica o executivo.

    Continua após a publicidade

    O maior volume de contratações é na região Sudeste e Trindade destaca o mercado automotivo e de metais no estado de Minas Gerais, com um polo de demanda por engenheiros. Região de Recife (PE) e a indústria de base no Sul do Brasil também têm tido mais contratações.

    Confira os engenheiros mais buscados pela Page Personnel em 2018 e que devem continuar em alta pelos próximos 3 a 6 meses:

    Engenheiro de Projetos

    O que faz: coordena todas as etapas de um projeto, desde a concepção a implementação.  Profissional multidisciplinar que atua com as mais diversas áreas da empresa.

    Perfil: formação em engenharia e/ou especializações em gestão de projetos.

    Continua após a publicidade

    Salário: de 8 mil a 10 mil reais. 

    Por que está em alta: a retomada de investimentos e de mercado, faz com que as empresas voltem a investir em grandes projetos.

    Engenheiro de Aplicação

    O que faz: é o “braço” técnico do executivo de vendas porque é especialista no que diz respeito aos produtos e/ou serviços ofertados.  O suporte do engenheiro de aplicação é em todas as etapas: negociação, apresentação e definição da proposta. “Ajuda na parte técnica da venda, do desenho da proposta à precificação”, diz Trindade.

    Perfil: formação em engenharia, nas mais diferentes áreas.

    Continua após a publicidade

    Salário: de 8 mil a 12 mil reais.

    Por que está em alta: a retomada de produção e vendas na indústria faz com que empresas busquem esses perfis com o objetivo de conquistar novos clientes e projetos. “Todas as indústrias contratam esse tipo de engenheiro”, diz Trindade.

    Engenheiro de Manutenção

    O que faz: toda a programação de manutenção preventiva e corretiva. Controles de KPIs e gestão junto ao time de produção para o melhor funcionamento das máquinas e toda linha de produção.

    Perfil: formação em engenharia, com foco nas habilitações: elétrica, mecânica, automação e mecatrônica.

    Continua após a publicidade

    Salário: de 8 mil a 10 mil reais.

    Por que está em alta:  é um profissional que foi mais procurado com a crise já que as linhas de produção, em queda de produtividade, estavam livres para manutenção de rotina. A redução na aquisição de novas máquinas também exige melhor gestão do parque fabril.

    Engenheiro Químico

    O que faz: combina conhecimentos de química, biologia, física, computação e matemática para projetar, construir e operar plantas químicas de matérias-primas em produtos finais por meio de processos químicos.

    Salário: de 8 mil a 12 mil reais.

    Continua após a publicidade

    Motivo para alta em 2018: retomada da produção coloca novamente esse perfil no radar da indústria.

    Engenheiro de Segurança Contra Incêndio e Pânico

    O que faz:  habilita empresas, indústrias, condomínios para que possam gerenciar, projetar, bem como atuar em situações que envolvam sistemas preventivos contra incêndio e pânico.

    Perfil: formação em engenharia e/ou especializações em segurança do trabalho.

    Salário: de 8 mil a 10 mil reais.

    Por que está em alta: os últimos eventos com incêndios nos EUA, Brasil e Londres levantaram uma atenção especial para esse assunto.  O trabalho bem feito de um engenheiro de segurança pode trazer redução significativa no preço de seguro. 

    Como fica a carreira em engenharia em longo prazo?

    Apesar de confirmar a perspectiva de retomada na área de engenharia, Marcello Nitz, pró-reitor acadêmico do Instituto Mauá de Tecnologia, diz que os números da Page Personnel ainda não refletem a situação da engenharia no Brasil. “Esse aumento é interessante, mas muito otimista, ainda não reflete a média geral”, diz o acadêmico. 

    De acordo com ele, a preocupação com a empregabilidade em curto prazo, porém, não é o mote do Instituto Mauá. “O país vive um momento de instabilidade, mas a gente prepara o aluno para uma vida ativa de 40 a 50 anos. Nesse período, certamente ele vai ter muitas idas e vindas na trajetória profissional”, diz.

    A versatilidade do profissional formado em engenharia faz com que suas possibilidades de carreira ultrapassem a fronteira da sua habilitação específica. “O engenheiro é um profissional que cabe em outros segmentos de mercado”, diz Renato Trindade, gerente da Page Personnel.

    Bancos e consultorias são alguns dos setores de fora da engenharia que mais contratam os engenheiros. E é a formação acadêmica o que dá a eles um diferencial competitivo em várias áreas do mercado de trabalho.

    “Engenharia é um curso muito exigente. Desenvolve uma capacidade analítica e habilidade para solução de problemas”, diz o pró-reitor acadêmico do Instituto Mauá. Por isso, ele garante que muitas tarefas que parecem difíceis para profissionais de outras áreas são executadas com naturalidade por engenheiros.

    A formação ampla, segundo Nitz, dá fôlego aos engenheiros para que possam buscar outras formas de trabalho para além do emprego típico, sem ficar à mercê de ondas do mercado.

    Entre os alunos do Instituto Mauá, o interesse pelo empreendedorismo tem crescido, por exemplo. “Vemos alunos engajados em projetos de inovação e também há alunos buscando oportunidades no exterior”, diz Nitz.

    A capacidade de empreender e de inovar são características essencial ao novo perfil da profissão. “Ser engenheiro hoje não é a mesma coisa do que era antigamente. A base técnica fundamental da engenharia pode até ser a mesma, mas a forma de trabalhar mudou”, diz.

    Uma sólida preparação técnica que acompanhe os avanços da indústria e traga qualificações adequadas às mudanças tecnológicas continua sendo essencial, mas não é mais o bastante para manter o profissional no mercado de trabalho. “Se não ele entra no mercado, mas não fica”, diz.

    Seguindo a demanda atual, desenvolvimento de competências sócio emocionais, coaching, técnicas de negociação e apresentação em público são itens que já fazem parte da grade curricular do Instituto Mauá.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Você RH impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.