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As atitudes mais irritantes dos recrutadores, segundo candidatos

Conheça os comportamentos mais irritantes dos recrutadores, na opinião de quem busca uma nova oportunidade profissional

Por Izabel Duva Rapoport
Atualizado em 5 dez 2020, 20h58 - Publicado em 28 jul 2017, 10h00

Mentiras, ansiedade em excesso, atrasos e faltas são aspectos que podem colocar o candidato na lista negra dos recrutadores, certo? Mas e o outro lado? A ausência de feedback, a geração de falsas expectativas e até o desconhecimento do currículo do profissional entrevistado são alguns dos comportamentos dos recrutadores que mais irritam quem concorre a uma oferta de trabalho.

Para investigar as atitudes que despertam a ira dos candidatos, a VOCÊ S/A teve acesso a informações coletadas pela Reachr, plataforma de recrutamento digital que aproxima profissionais e vagas de emprego com base na compatibilidade dos perfis, e conversou com especialistas. “A pesquisa foi realizada para entender as frustrações das empresas com os candidatos e as insatisfações deles com os processos de seleção, de modo a desenvolver uma solução que conciliasse as duas pontas”, diz Marcelo Braga, sócio da Reachr, em São Paulo.

As conclusões desse levantamento resultaram na lista que você confere abaixo. Saiba como lidar com cada uma dessas situações para evitar que elas o prejudiquem na disputa por um posto de trabalho.

Falta de retorno

Um processo seletivo costuma ser longo e cansativo e mexe com a expectativa dos candidatos. Por isso, ficar sem resposta sobre o resultado aborrece e gera desmotivação.

Mas os especialistas se defendem dizendo que a falta de retorno é, muitas vezes, consequência de indefinições na própria empresa contratante. “Com a recessão, as companhias passaram a ponderar muito mais antes de contratar, e isso provoca imprevisibilidade e demora na resposta aos concorrentes”, afirma Luciano Salamacha, consultor empresarial e professor na FGV Management em Ponta Grossa, no Paraná. Para ele, é preciso entender que pressionar um retorno, além de não auxiliar em nada, poderá deixar uma imagem negativa, de alguém que tem dificuldade para suportar situações adversas ou de pressão.

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Falsas expectativas

Promessas ilusórias sobre admissão, cargos ou salários podem acontecer por falta de alinhamento entre a equipe de RH e o alto escalão da empresa, deixando os postulantes muito irritados. “A criação de falsas expectativas a respeito de uma vaga costuma gerar estresse nos candidatos, principalmente nos que estão desempregados, quando a falta de dinheiro e de perspectiva futura consome o equilíbrio psicológico”, diz Luciano.

Checar as informações, nesses casos, pode não ser tão simples, mas é importante. “Perguntas ao recrutador como: ‘existe alguma possibilidade de o salário ser modificado?’ ou ‘há algum risco de esses benefícios não serem colocados no meu pacote?’ podem ajudar”, diz Sergio Gomes, sócio da Ockam, consultoria de transformação organizacional, de São Paulo. Outro caminho é pesquisar sobre a companhia em sites de avaliação de empresas, como o LoveMondays, para conhecer as queixas mais frequentes de funcionários e ex-funcionários.

Quem tem conhecidos empregados na organização contratante pode tentar sondar se, de fato, quem trabalha lá recebe tudo o que está sendo prometido a você. Não fazer planos sobre a contratação também evita possíveis desconfortos, pois, além da alta concorrência, a vaga pode ser cancelada.

Excesso de formalidade

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A formalidade do recrutador, quando excessiva, cria um ambiente que pode intimidar. É possível que essa atitude resulte apenas do perfil pessoal do entrevistador, que nem sempre percebe essa postura como falha no processo de seleção, mas os candidatos devem ficar alerta, pois isso também pode corresponder ao perfil da vaga e do setor de atuação e essa característica ser um pedido da empresa. “É comum áreas como controladoria, engenharia e planejamento financeiro ou estratégico exigirem formalidade. E ser capaz de identificar essa necessidade é um fator importante para a posição”, afirma Sergio, da Ockam.

Interrupções

Alguns entrevistadores têm o costume de interromper com frequência as falas do candidato. “A escuta em um processo de seleção é fundamental. Não bastam perguntas bem-feitas”, diz o sócio da Ockam. Nesses casos, o profissional deve ser paciente, ouvir o recrutador com atenção e não deixar escapar o momento certo para pedir a palavra. expressões como “por falar nisso”, “já que você tocou nesse ponto” ou “só para concluir” podem servir de gancho para tomar a palavra ou concluir um raciocínio.

Julgamento

Lidar com o nervosismo da entrevista não é fácil. E o desafio fica ainda maior quando o profissional percebe que está sendo julgado depreciativamente. Isso acontece, por exemplo, nos questionamentos sobre o pouco tempo que ficou em uma posição. “é necessário usar o bom senso e não levar para o lado pessoal”, diz Daniela Verdugo, da Fit RH Consulting, empresa de recrutamento executivo, de São Paulo.

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A dica é manter a calma e explicar as movimentações de carreira, detalhando por que houve a decisão de ficar por mais ou menos tempo em cada posição e como essas transições fizeram sentido em sua trajetória ou foram importantes para o currículo.

Atraso

Se os entrevistadores reclamam quando os candidatos se atrasam, por que muitos os deixam esperando na sala de espera? Na opinião de Daniela, da Fit RH, isso acontece com uma frequência maior do que deveria.

Porém, quando ocorre, possibilita um tempo a mais de preparação para a entrevista. “O candidato pode aproveitar o tempo livre para revisar seu currículo e repassar mentalmente sua experiência profissional e seus objetivos de carreira”, afirma. Explosões de mau humor só deporão contra você.

Entrevista superficial

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Qualquer um ficaria chateado ao perceber que o recrutador está apressando a entrevista. Geralmente, isso ocorre por dois motivos: agenda desorganizada ou porque o consultor já tem em mente um profissional para ocupar a vaga.

Para a sócia da Fit RH, esse hábito traz ao concorrente o desafio de ser o mais objetivo possível e de demonstrar que merece, sim, ser considerado para a posição. “a pessoa se destaca quando mostra poder de síntese e deve aproveitar o pouco tempo que tem para focar o que é mais relevante em sua trajetória e em suas aspirações de carreira”, diz.

Vaga errada

É frustrante para quem se dispôs a participar de uma seleção descobrir no meio do processo que não tem o perfil da vaga. “Muitos se queixam de ter sido chamados para entrevistas sem nenhuma relação com seu histórico ou qualificação”, diz Marcelo Braga, da Reachr.

Isso ocorre quando os consultores querem mostrar serviço a seus clientes por volume de entrevistas, e não por qualidade. Para Luiz Becker, da GC-5 Soluções Corporativas e professor na FGV do Rio de Janeiro, ao perceber o tropeço, o profissional deve aproveitar para estreitar a relação com o headhunter. “No futuro, podem surgir oportunidades alinhadas com o perfil dele”, diz.

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Despreparo

Segundo Marcelo, da Reachr, é comum os candidatos reclamarem de entrevistas em que o recrutador mal sabia o nome deles ou não tinha preparo para avaliá-los. “Há casos em que o entrevistador faz comentários achando que é outra pessoa e deixa claro que nem viu o currículo antes da conversa”, afirma. Para Luiz Becker, o profissional não deve se deixar abalar. “Ele deve se concentrar e aproveitar o momento para reforçar seus pontos fortes.”

FALHA NOSSA

Agora confira os tropeços que mais queimam os candidatos perante os recrutadores:

Faltar

Não comparecer à entrevista é falta grave. Segundo o sócio da Reachr, alguns avisam em cima da hora; outros simplesmente não aparecem. “Isso acontece inclusive em etapas avançadas, em que o candidato já passou pelo primeiro crivo com o headhunter. Quando chega a hora de a empresa conhecê-lo, ele não vai”, diz.

Não estudar a empresa

Um dos pontos críticos e frustrantes para o recrutador, na opinião de Sergio Gomes, da Ockam, é perceber que o profissional não sabe nada sobre a empresa e a vaga oferecida. “Além de demonstrar desinteresse pela própria entrevista, o candidato dá a percepção de que, se for selecionado, não vai se preparar para reu­niões com a diretoria”, diz.

Mentir e omitir

Por incrível que pareça, muitos mentem no currículo sobre sua experiência e omitem informações importantes. “Principalmente as relacionadas a idiomas, conclusão de faculdade, pós e cursos”, diz Marcelo.

A transparência é valorizada pelos headhunters e qualquer “descuido” nesse item é fatal. “Ser verdadeiro não desqualifica o profissional, pois as habilidades podem ser desenvolvidas. Já a confiança, se for perdida, não tem volta”, afirma o consultor da GC-5, Luiz Becker.

Mudar o comportamento

Para o professor Luciano Salamacha, o maior erro que alguém pode cometer é tentar interpretar um personagem que acha que a empresa está buscando. “o que as companhias querem são pessoas transparentes e autênticas em seu comportamento”, afirma.

Priorizar salário

Embora o pacote de remuneração seja um fator essencial na avaliação da proposta de emprego, não deve ser o foco da entrevista. “A ansiedade dos candidatos em discutir salário e benefícios antes de conhecer as atribuições e os desafios atrapalham a contratação”, afirma Luiz.

Não entender a confidencialidade

Há situações em que a vaga é confidencial e o recrutador não pode revelar nada aos profissionais. “Mas alguns ficam tentando descobrir a empresa, fechando o cerco para que o headhunter dê pistas”, diz Marcelo. Essa atitude atrapalha e deve ser controlada. “além de passar por ‘chato’, o concorrente pode até ser eliminado”, diz Luiz.

 

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