Abril Day: Assine Digital Completo por 1,99

A crise chegou na área de recursos humanos

A terceira edição da pesquisa exclusiva VOCÊ RH - DELOITTE mostra que o salário em quase todos os níveis da área de gestão de pessoas caiu em 2017

Por Marcia Kedouk
Atualizado em 21 out 2024, 16h55 - Publicado em 18 dez 2017, 04h00
Foto: Germano Lüders 20/09/2017 (Germano Lüders/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

Depois de um período de alta, a remuneração dos profissionais de recursos humanos teve queda nos últimos dois anos. Em 2013, um diretor de RH recebia um total de 39 746 reais, considerando o salário-base acrescido de comissão, bônus e participação nos lucros. Em 2015, ele passou a ganhar 41% mais, chegando a 56 074 reais. Hoje, seu rendimento médio encolheu 8%, ficando em 51 479 reais.

O pagamento de gerentes e supervisores também oscilou, com alta em 2015 — de 2% e 18%, respectivamente —, seguida de baixa em 2017, de 6% e 3%. Se avaliada só a remuneração-base, o tombo foi menor, mas ainda assim caiu de 0,2% a 4%. Apenas a função de analista teve acréscimo em ambos os critérios — de 4% nos últimos 24 meses. Mas o ganho perdeu para a inflação. (O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo acumulado de maio de 2015 a abril de 2017 foi de 13,74%.)

Os dados são da terceira edição da pesquisa exclusiva encomendada por VOCÊ RH à consultoria de negócios Deloitte, que mapeou o salário em 18 cargos da área de recursos humanos, do analista ao vice-presidente. Participaram do estudo 252 empresas (129 a mais do que a última análise, de 2015), de 12 segmentos da economia, sendo metade delas com faturamento acima de 200 milhões de reais.

A crise chegou na área de recursos humanos
Toque para ampliar (Ricardo Teles/ Vale/Divulgação)

A crise pela qual passa o Brasil está na raiz das perdas. “Como os dois últimos anos não foram de bons resultados para a maioria das companhias, a remuneração variável ficou menor, principalmente entre os executivos”, afirma Roberta Yoshida, sócia da área de consultoria em gestão de capital humano da Deloitte e uma das responsáveis pelo estudo.

Continua após a publicidade

Não foi só o dinheiro que diminuiu — as equipes também. Pouco mais de 45% das corporações participantes afirmam que empregam até dez profissionais no departamento de recursos humanos. Dois anos atrás, a maior parte das organizações tinha até 20 pessoas nesse setor.

Com menos gente, o líder de RH (CHRO, da sigla em inglês) precisa alocar recursos em ações mais estratégicas. O desafio — que virou bordão — de “fazer mais com menos”, de formar pessoas para encarar o futuro imprevisível e de economizar com os cursos encaixotados do mercado fez com que os especialistas em treinamento e desenvolvimento (T&D) fossem valorizados.

A crise chegou na área de recursos humanos
Toque para ampliar ()
Continua após a publicidade

O gerente de T&D, o terceiro mais bem pago do RH em 2013, passou a ser o segundo em 2015 e alcançou a liderança neste ano, com ordenado médio de 22 152 reais. No mesmo período, o supervisor de treinamento saiu da lanterninha e também chegou ao topo, com ganho mensal de 11 383 reais. Ambos os níveis desbancaram os profissionais de remuneração, tradicionalmente os de maior salário entre seus colegas. A diferença, de 1% a 2%, é pequena, mas reflete uma tendência de negócio.

As empresas não têm mais como ampliar a oferta salarial nem de onde cortar custos. O estratagema de números parece ter se esgotado. “Hoje, o que as diferenciam num ambiente competitivo é a capacidade de engajar os funcionários, papel que depende da liderança”, diz José Augusto Figueiredo, presidente para o Brasil e vice-presidente para a América Latina da consultoria Lee Hecht Harrison (LHH). “Por isso, a questão central nas companhias é o desenvolvimento dos líderes e das novas gerações.”

Capacitação sempre foi prioridade, mas ultimamente tem se mostrado um desafio. Não só o aprendizado em si é um fator importante para os trabalhadores se apegarem ao empregador, como a forma como se ensina tem passado por uma profunda revisão. Os modelos tradicionais de treinamento, em que um fala enquanto outros escutam, entretêm cada vez menos, principalmente os jovens. “Essa é uma área que está lidando com novas demandas, que requerem pessoas inovadoras e antenadas com as tendências”, diz Roberta, da Deloitte.

Continua após a publicidade

A expectativa de que os profissionais sejam capazes de traduzir as necessidades do mercado e aplicá-las ao negócio não se restringe à equipe de treinamento e desenvolvimento. Essa é uma visão que permeia a gestão de pessoas e exige que o principal executivo da área seja, de fato, um líder para toda a corporação.

A crise chegou na área de recursos humanos
Toque para ampliar (Minerva Studio/Thinkstock)
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

ABRILDAY

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Impressa + Digital

Receba Você RH impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.