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Remuneração do número um de gestão de pessoas aumentou

E a responsabilidade do copiloto dos negócios também aumentou, mas outros cargos tiveram queda

Por Marcia Kedouk
Atualizado em 5 dez 2020, 19h13 - Publicado em 20 dez 2017, 04h00

Nos últimos anos, a função de braço direito do presidente deixou de ser do líder de finanças (CFO), que desempenhou esse papel durante 20 anos, e passou para o executivo de recursos humanos. “O desafio nas empresas não era mais o equilíbrio das contas, mas, sim, tirar o melhor do corpo social”, afirma Luiz Carlos de Queiróz Cabrera, sócio da consultoria de headhunter Panelli Motta Cabrera (PMC).

O ano de 2013 foi o auge dessa transição do CFO para o líder de gestão de pessoas.  Naquela época, acompanhando a economia, a remuneração do RH  (assim como de vários outros profissionais) subiu. Mas, quando a situação do país começou a piorar, o cenário se inverteu.

Segundo o estudo de VOCÊ RH-Deloitte, em 2017 os cargos de chefia (de supervisor a diretor) sofreram uma redução salarial — com as médias ficando abaixo das registradas em 2015, tanto em remuneração-base como na total. “A queda e a estabilização no salário apontadas na pesquisa são sinais de que houve muita movimentação, com troca de profissionais com alto recebimento por outros com menor”, diz Cabrera. “Não significa perda de importância ou insatisfação com a posição. O CHRO continua sendo o parceiro preferencial do presidente.” De fato, quando se trata do vice-presidente de RH, os valores subiram; seu ganho médio mensal passou de 74 200 reais, em 2015, para 87 500 reais, em 2017. E a conversa no alto escalão mudou de tom.

Toque para ampliar (Globo/João Cotta/Divulgação)

Na PMC, especializada na indicação de líderes de negócio, a busca por diretores e vice-presidentes de RH respondeu por 35% das demandas em 2016. Foi a segunda do ranking, depois de uma soma de presidentes, diretores de operações e conselheiros. Considerando somente as áreas funcionais, a procura pelo número 1 de recursos humanos foi a primeira.

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Em 2017, a caça pelo CHRO continua alta (é a segunda posição mais requisitada), mas com uma especificação mais ampla do que a observada em 2015. “Os conselhos e os CEOs querem profissionais que possam ajudar na gestão da cultura organizacional; na definição e na comunicação do propósito da empresa; nos modernos programas meritocráticos de remuneração e de incentivos; e no processo de aumentar a colaboração e o comprometimento das pessoas”, afirma Cabrera. “Ninguém pede mais um RH bom de remuneração, de recrutamento de talentos ou de desenvolvimento das gerências. Esses aspectos são default”, diz.

Para dar conta do recado, o executivo de recursos humanos tem de ser qualificado. Oito em cada dez são pós-graduados. Quase metade (44%) atuou em outras áreas de negócios antes de ingressar na gestão de pessoas, e cerca de 75% se reportam ao presidente, indica a análise de VOCÊ RH-Deloitte.

“O líder de RH hoje é um profissional que cuida da reputação da marca — não só para o mercado, mas para os funcionários, que passam a ser vistos como clientes internos”, afirma José Augusto Figueiredo, da LHH.

Toque para ampliar ()

A chance de fortalecer a corporação como boa empregadora estava entre os motivos que levaram a executiva Silvia Zwi a aceitar, em outubro de 2015, o cargo de diretora de recursos humanos da Eaton, multinacional de gerenciamento de energia. “O que me atraiu foi a missão de ajudar na retomada do crescimento, e não na gestão da crise”, afirma. “Um dos desafios foi recuperar a atratividade da companhia e trabalhar a marca como uma grande desenvolvedora de talentos, com foco nas oportunidades de carreira.” Entre as ações lideradas por ela está o reforço nos programas de expatriação. Antes esporádicos, os casos de profissionais que passam temporadas no exterior ou se mudam para trabalhar em unidades da Eaton fora do Brasil somaram dez em dois anos. O programa de mentoring Encontro de Gerações, iniciado em 2016, também tem ajudado na criação de um ambiente de aprendizado. Uma vez por mês, um grupo de 20 funcionários, entre jovens e mais experientes, se divide em duplas para conversar sobre carreira durante 1 hora e meia. “Conectar as pessoas de diferentes faixas etárias e visões de mundo não só é estratégico como também garante a sustentabilidade dos negócios”, diz Silvia.

Fazer essa conexão entre o presente e o futuro faz subir a régua do líder de RH. A pesquisa de VOCÊ RH-Deloitte mostra que a prioridade desse executivo hoje nas empresas é ajudar nareestruturação organizacional. Em seguida, estão a necessidade de desenvolver as lideranças e cuidar da cultura e do engajamento.

Toque para ampliar (AntonioGuillem/Thinkstock)

Foi para ajudar nessa transformação que Carlos Hilário chegou à mineradora Anglo American em setembro de 2016. Na época, a companhia vendia ativos para enfrentar a queda de preços de metais e precisava treinar as lideranças e motivar as equipes. O desafio do diretor de RH era consolidar o que a corporação chamou de novas crenças: foco em resultados sustentáveis, atitude de dono, senso de urgência, meritocracia, aprendizado e desenvolvimento, diálogo aberto e simplicidade. “Contextos mais desafiadores geram estresse e ansiedade, e podem tornar a comunicação mais difícil”, diz o executivo. Hilário ajudou a criar neste ano a Roda de Conversa, encontro no qual ele e o presidente se reúnem com 20 empregados para falar sobre qualquer assunto de interesse do grupo. Em 2017 já aconteceram duas edições. “Não basta que o RH ajude a formular a estratégia. É preciso que atue também na criação de um ambiente favorável para que ela seja colocada em prática.”

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“Hoje, o executivo de RH é mais um cientista social do que um psicólogo, porque tem de entender de movimentos coletivos e de transformação de comportamento”, diz Figueiredo, da LHH.

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