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Psicóloga e professora de educação executiva da FGV, especialista em saúde mental corporativa e dependências tecnológicas
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Desemprego, medo e ansiedade: os perigos para a saúde mental em 2021

Os esforços para cuidar do bem-estar mental continuarão neste ano e as empresas precisarão se tornar lugares cada vez mais seguros psicologicamente

Por Edwiges Parra, colunista de VOCÊ RH
2 fev 2021, 08h00

Caro leitor,

Antes de mais nada, desejo a você e a todos os seus saúde, paz, força e fé neste ano que se iniciou e já vem com grandes desafios.

Não, não é uma visão pessimista, mas sim uma forma de lidar com a realidade e buscar alternativas e soluções para enfrentarmos, com otimismo e muito trabalho, a crise que nos acomete!

Faço aqui uma breve curadoria do que se já foi apurado como consequências do cenário da pandemia em 2020 para “fosforilar” seus neurônios, refletir sobre como devemos enfrentar os prejuízos à qualidade de vida e bem-estar, e como agir como os agentes para manter e promover a saúde mental no ambiente do trabalho.

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Desemprego segue alto

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil chegou a 14,6% no terceiro trimestre de 2020, sendo a considerado a maior taxa da história desde 2012, o que corresponde a 14,1 milhões de pessoas sem trabalho. Os dados são da Agência Brasil.

Aumento do uso de psicofármacos

De acordo com o levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia, a venda de medicamentos psiquiátricos cresceu na pandemia. Os antidepressivos e estabilizadores de humor, por exemplo, tiveram aumento de 13,84%, no primeiro semestre de 2020 em comparação com o ano anterior.

Não é à toa. Sobreviver ao confinamento e ao isolamento social, temer contrair a covid-19 (e desenvolver sintomas graves ou ter sequelas) são questões que se tornaram uma tormenta para o psicológico da população. Além disso, sobreviver ao desemprego e à possível perda de renda tem sido uma luta diária para todos.

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Tanto é que o Ministério da Saúde enviou para os municípios brasileiros mais de 649 milhões de reais para minimizar os impactos da saúde mental da população gerada pelas restrições consequentes a pandemia.

Preocupação global com saúde mental

Na semana do Fórum Econômico Mundial de Davos, dentre todas as pautas importantes, faz parte da agenda a preocupação com o bem-estar mental das pessoas no ambiente de trabalho.

Em sua 16ª edição, o Relatório de Riscos Globais 2021 com base em 2020, traz tendências, análises e apresenta o que temos que estar atentos para este ano. Carolina Klint, líder de gestão de riscos da Marsh, que contribuiu para o estudo, diz que a nova onda do coronavírus traz desafios para as empresas. Segundo ela, “os funcionários são seres humanos” e, por isso, os cuidados com a saúde mental tornaram-se um dos fatores mais importantes da gestão corporativa.

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A fala dela me lembrou de minha aula sobre Liderança Autoconsciente, que fui convidada a ministrar na FGV para o programa C-Levels. Para mim, soa estranho dizer o jargão que líderes devem exercer uma liderança humanizada. Afinal, isso só se aplicaria se fôssemos seres de outra espécie, não?!

Abalados e Reflexivos

Outro dado interessante, que o relatório das 10 Principais Tendências Globais de Consumo de 2021, feito pela consultoria Euromonitor International. O estudo apresenta as tendências de futuro e uma delas é o que denominam de Abalados e Reflexivos, que retrata a necessidade em superarmos as adversidades.

Tal superação tem recrutado nossa resiliência psicológica, limitado as experiências e provocando choques econômicos.

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Segundo o relatório, as empresas devem fornecer produtos e serviços que auxiliem na promoção da resiliência (respeitando os limites subjetivos de cada pessoa) e do bem-estar psicológico que ajudem os consumidores / trabalhadores (inferência minha em nossos múltiplos papéis da vida) que se viram abalados e ao mesmo tempo reflexivos – quem não se vê ou se viu em menor ou alto grau nesta condição? Isso nos ajudaria a lidar com circunstâncias adversas e conquistar autoconfiança.

 Interessante notar, também, que o bem-estar psicológico, principal prioridade para consumidores, é o indicador mais importante de uma boa saúde, como mostra o gráfico abaixo:

Gráfico
(EUROMONITOR INTERNATIONAL/Divulgação)

As perguntas de 2021

A partir deste breve recorte dentro de volume expressivo de pesquisas e dados produzidos em 2020, o meu recado principal para vocês é que tudo que foi feito para tentar mitigar os impactos negativos contra a saúde mental dos trabalhadores está apenas começando.

Temos um caminho a ser percorrido com muita responsabilidade, constância, regularidade, profissionalismo e comprometimento.

Precisamos repensar sobre as seguintes perguntas:

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  1. Como identificar e resolver os principais desafios da manutenção da saúde mental e garantir bons resultados para todos (empresas e colaboradores)?
  2. Como tornar-se uma empresa de cultura organizacional inclusiva, diversa, saudável psicologicamente e líder em seu mercado?

Deu para ver que temos muito trabalho pela frente, certo? Saúde mental não é modismo, mas responsabilidade e compromisso de todos e deve estar integrada aos assuntos vinculados à economia e ao desenvolvimento humano, profissional, social e educacional.

Mãos à obra e não se preocupe: há uma luz – não no fim do túnel – mas agora!

Um forte abraço!

Foto de Edwiges Parra
(Divulgação/VOCÊ S/A)
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