Foi depois da Primeira Guerra Mundial que as mulheres passaram a ganhar aos poucos o espaço no mercado de trabalho. No entanto, não tiveram seus direitos inicialmente assegurados e havia uma enorme exploração da mão de obra feminina, ganhando menos que os homens e com carga horária muito superior, sendo exposta até a condições insalubres.
No Brasil, a inserção da mulher no mercado de trabalho foi tardia. A Constituição de 1934 garantiu jornada diária de oito horas, equiparação salarial, descanso semanal, férias remuneradas, licença-maternidade remunerada, proibição de mulheres em trabalhos insalubres, assistência médica e sanitária às gestantes e impediu demissões no período gestacional.
Atualmente, as mulheres no Brasil já são a maioria da população e uma grande parte é responsável pelo sustento de suas famílias. O que é desafiador, pois é necessário tentar conciliar vida pessoal, profissional e maternidade.
Pontuamos que na cidade de São Paulo, desde o ano de 1985, o número de mulheres cursando faculdade e com curso superior (diplomadas) é maior que o de homens. No entanto, elas são minoria nos cargos de CEO: 4% têm essa função. Já nos cargos executivos, somente 3% são ocupados por mulheres. E isso não acontece por falta de interesse, já que mulheres e homens têm ambições equivalentes. Além disso, o percentual de mulheres executivas sem filhos é maior que homens (45% entre elas ante a 19% dos homens).
Os impeditivos
Alguns fatores podem ser elencados como impeditivos para que a mulher ascenda em sua carreira profissional. Destaco três principais abaixo.
1. Conflito de prioridades
Para a mulher, equilibrar o trabalho e a família é de suma importância e ela tende a abrir mão de progredir profissionalmente para cuidar da família. Com uma divisão de tarefas justa e equilibrada, muitas mulheres deixariam de ter tanta dificuldade em conciliar vida familiar e profissional e em conquistar os cargos e a carreira tão sonhados.
2. Maternidade
Algumas mulheres precisam abrir mão de ascender na carreira para serem mães e carregam um sentimento de culpa depois de dar à luz, por sentirem que falharam. É por isso que muitas mulheres optam pela maternidade após os 40 anos. Segundo o Ministério Público, este percentual aumentou 49,5% em 20 anos.
3. Machismo
Ainda é comum que líderes do sexo masculino valorizem e promovam com mais frequência os seus semelhantes, ou seja, os homens. A própria sociedade mantém preconceitos com a atuação da mulher como um todo, existindo uma forte discriminação salarial, apesar disso ser proibido por lei.
O abuso doméstico e a subestimação dos atos praticados por mulheres acaba limitando os passos femininos. O machismo ainda é muito forte, presente e carrega um abismo entre os gêneros, muitas vezes indicando que a mulher é inferior ao homem.
Essa questão é tão presente que apenas 19% das mulheres em cargos executivos acreditam ter as mesmas oportunidades de promoção que os homens, mesmo com mesma qualificação. Embora a cultura machista ainda impere, mudanças vem ocorrendo gradativamente, e empresas estão empenhadas em promover a igualdade e oportunidades e salários, pois entendem que a diversidade no ambiente de corporativo é benéfica de diversas formas.
A mulher precisa estar atenta a todos estes obstáculos do mercado de trabalho, não ter medo e lutar para ter a mesma igualdade de oportunidades na profissão.