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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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Como falar sobre salário durante o processo seletivo?

É preciso criar uma boa estratégia para abordar a remuneração e definir a pretensão salarial. Entenda quais aspectos levar em conta

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
13 ago 2021, 10h25
Imagem mostra dois homens negros apertando as mãos.
 (Pexels / Tima Miroshnichenko/Divulgação)
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Acredito que uma das perguntas mais desconfortáveis nos processos seletivos tenha haver com o tema de remuneração e pretensão salarial. Sabendo disso preparei esse artigo com algumas recomendações das melhores práticas.

Como definir a pretensão salarial

A sugestão é ter dois valores em mente, a pretensão almejada que te fará feliz nesse novo desafio e que obviamente precisa estar alinhada às práticas de mercado para aquele determinado tipo de função e segmento. E saber também qual é o valor mínimo que se está disposto a aceitar como remuneração, que cubra com alguma folga os custos fixos.

Para a definição da pretensão mínima é importante ter uma planilha de custos detalhada.  Lembre-se de incluir um percentual para imprevistos, gastos extras e amenidades. Existem ótimos aplicativos e sites que ajudam com essa análise.

Para a pretensão salarial desejada, pesquise práticas de mercado, converse headhunters e profissionais de RH que entendam do tema de remuneração, além de na medida do possível, conversar com amigos que atuem em funções semelhantes. Tenha a sua própria faixa salarial como um balizador médio. O porte da empresa e o segmento também influenciam a faixa salarial ofertada, na maioria dos casos empresas de grande porte costumam ter faixas um pouco maior que empresas de pequeno e médio porte.

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No cenário econômico atual, eu tenho visto muitas pessoas mudarem de empresa na mesma faixa salarial e quando têm algum acréscimo salarial, os aumentos são de no máximo 30% acima. Tem sido bem raro ver aumentos mais expressivos.

Quando abordar o tema de remuneração em um processo seletivo

A minha recomendação é aguardar para falar sobre salário e pretensão salarial apenas quando for solicitado. As empresas costumam abordar o tema de uma forma mais superficial no primeiro contato com o candidato, por telefone ou na primeira entrevista e depois voltam a abordar o tema mais próximo do final do processo seletivo. Isso pode causar uma apreensão nos candidatos, mas eu sempre acho mais interessante o candidato aproveitar as entrevistas iniciais para demonstrar que ele é o candidato certo para a vaga e só depois entrar em uma conversa mais aprofundada sobre o pacote salarial e a expectativa de remuneração.

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Tem sido comum a inclusão de mais entrevistadores visando uma melhor tomada de decisão, e muitas vezes os entrevistadores não sabem a faixa da vaga. Geralmente as fontes seguras que sabem essa informação são o gestor direto e o profissional de RH envolvido na contratação, falar sobre remuneração com outros entrevistadores não é recomendado.

As empresas costumam ter faixas salariais similares, se olharmos os mesmos segmentos e portes de empresas. Então é grande a probabilidade de a remuneração ser coerente e alinhada às práticas de mercado.

A maioria das empresas também costuma ter alguma flexibilidade para trabalhar a faixa salarial dependendo do perfil encontrado e a aderência à função e cultura da empresa. A maior parte dos gestores não está disposto a perder bons talentos por remuneração. Então se a empresa achar que você é o candidato certo, existe a chance, dependendo da política da empresa, de se chegar a uma proposta atrativa que faça sentido para os dois lados.

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Quando questionado sobre a pretensão salarial, fale com tranquilidade sobre o tema e se posicione. Ficar em cima do muro não costuma ser a melhor alternativa. Alguns candidatos com receio de perder a vaga têm medo de falar qual o valor que querem de remuneração. Nesses casos costumo recomendar que falem o que esperam receber e se for o caso diga que está flexível a ajustar a pretensão salarial se for preciso por tem interesse naquela oportunidade.

Sempre analise o pacote completo e não apenas o valor da remuneração mensal

No momento que a empresa formalizar o pacote de remuneração ofertado, geralmente no envio da carta proposta, analise o pacote como um todo. Esse é o momento para tirar todas as dúvidas nos mínimos detalhes para tomar a melhor decisão.

Existem uma série de fatores indiretos que podem deixar uma proposta mais ou menos atrativa e isso inclui a política de remuneração variável e os benefícios da empresa. Comparar apenas a remuneração mensal pode ser um equívoco.

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Saiba com precisão o cálculo do seu salário anual, que inclui a remuneração fixa e variável além do bônus projetado. E compare com o pacote anual proposto. Um ponto de atenção é a remuneração variável, nem sempre o valor nominal projetado tem sido praticado. Pergunte quais são as métricas por trás da remuneração variável, investigue o quanto foi pago para o executivo que estava nessa função ou em funções similares no último ano para ter uma ideia se o que é dito é de fato factível de ser recebido. Também é importante perguntar se o valor da remuneração variável que está sendo informada é com base no target de 100% das metas ou se a empresa já está passando o valor máximo possível se o profissional atingir 150% ou 200% da meta por exemplo. Algumas empresas têm multiplicadores para situações que a meta é superada e outras não, saber esse tipo de detalhe faz diferença.

Após o cálculo de remuneração compare os benefícios um a um, observando todos os detalhes para verificar a atratividade da proposta.

Como pleitear um ajuste na proposta

Se você estiver desconfortável com algum item da proposta, seja transparente e com educação converse com a empresa visando verificar se é possível ajustar o pacote. As empresas costumam tentar segurar um bom candidato se o pedido for coerente. Sempre opte por conversar com a empresa antes de declinar a proposta.

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Traga soluções para a empresa e não problemas

Pense diversas alternativas que poderiam acomodar a situação de uma forma satisfatória. Dando alternativas você aumenta as chances de a empresa tentar ajustar a situação. Pode ser que por uma política interna o valor do salário mensal não possa ser revisto, mas talvez a empresa possa incluir algum benefício que ela não estava considerando na oferta inicial. Às vezes pode ser negociado um hiring bônus por exemplo. Pense nas alternativas A, B e C para conversar com a empresa.

Faça a análise no médio e longo prazo

Observe a oportunidade como um todo e não só o pacote de remuneração. A remuneração é importante, mas a sua identificação com o desafio proposto, com a empresa, com o gestor e as demais pessoas que teve contato também são importantes e poderão dizer muito sobre a sua permanência no longo prazo naquela empresa.

Se você estiver em dúvida sobre aceitar ou não uma proposta, ou mesmo sobre como abordar alguma questão com a empresa, converse com um headhunter para te ajudar.

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(VOCÊ RH/Divulgação)
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