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Isis Borge Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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Como se preparar para a licença-maternidade?

Mulheres e empresas precisam ficar atentos a alguns pontos importantes antes, durante e depois da licença-maternidade

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ S/A
10 fev 2020, 12h00
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  • Acredito que a maternidade, seja ela gestacional ou por adoção, é um dos momentos mais especiais na vida de um casal e impacta profundamente a vida das mulheres que optam por serem mães. Sei disso porque tenho dois filhos.

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    É fácil observar como a gravidez pode gerar uma série de angústias e incertezas sobre a trajetória profissional. Por estar atenta a isso, tenho me aproximado dos grupos de mães que mantiveram suas carreiras e, também, de empresas que apoiam as mulheres nesse período tão importante.

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    Com base em relatos que já ouvi – das mães e dos empregadores – reuni abaixo as principais dúvidas das mulheres, seguidas das minhas percepções sobre cada tema, e sugestões de boas práticas para as empresas.

    Dúvidas das mães

    1. Vou perder meu emprego? 

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      Muito provavelmente não. Na maior parte dos casos, a reação do empregador a uma gestação ou adoção é muito positiva. Claro, infelizmente casos assim ainda acontecem e com certeza merecem bastante atenção para serem extintos. Mas percebo que o mundo corporativo está evoluindo nesse sentido.

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      2. Qual é o período de licença-maternidade?

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      O regular são 120 dias corridos, mas pode chegar a 180 dias em empresas que aderiram ao Programa Rede Cidadã. Não esqueça que é possível emendar o período com as férias. Isso, tanto para gestação, quanto para adoção.

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      3. Quando contar ao empregador sobre a gravidez?

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      A liderança direta deve ser a primeira a saber sobre a gravidez, mas não necessariamente nos primeiros dias, a não ser em casos de gestação de risco ou de funções que podem prejudicar a vida do bebê. Excluindo esses casos, não há problema algum divulgar a informação após o terceiro mês de gestação.

      4. Como proceder diante de um aborto espontâneo?

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      Ainda que seja triste, é necessário falar sobre esse assunto. Isso porque muitas mulheres não sabem que, quando atuam dentro do regime CLT, têm direito a um afastamento do trabalho diante de um aborto espontâneo. Se a interrupção acontecer antes da 23ª semana, a mulher tem direito a 14 dias de licença. Caso a perda ocorra após a 23ª semana, a licença-maternidade é integral. Se acontecer com você e sentir necessidade de tirar alguns dias para se recuperar, peça um atestado médico e veja com sua empresa quais são os próximos passos

      5. Como deixar o trabalho organizado para o período de ausência?

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      Para evitar transtornos, caso seja necessário se ausentar antes do previsto, recomendo listar em uma planilha as atividades que realiza; a frequência que devem ser executadas; e as áreas de interface com seus respectivos interlocutores. É importante, também, fazer registros semanais ou mensais dos status das ações. A liderança direta deve ser comunicada sobre a existência e localização desses documentos. É gentil, também, que a mulher se coloque à disposição para indicar pessoas que possam assumir suas responsabilidades e propor uma reunião de transição

      6. Preciso ficar atenta aos e-mails urgentes ou mensagens do celular durante a licença?

      O ideal é que a mulher se desligue do ambiente corporativo assim que iniciar a licença-maternidade para aproveitar de forma saudável todas as fases. Então, combine com o seu empregador a regra do jogo para sair tranquila. O foco deve ser no descanso, nos cuidados pessoais e na atenção total ao bebê e às atividades que estreitem os laços da família com a criança. Eu, por exemplo, adorei fazer passeios ao ar livre, participar de aulas de dança materna e ir às sessões de “Cinematerna”.

      7. Quando devo começar a organizar o retorno ao trabalho?

      O meio da licença-maternidade é o momento ideal para que a mulher comece a organizar seu período de retorno. É muito importante o apoio do cônjuge nesse processo e os dois devem decidir juntos sobre com quem a criança ficará (familiar, berçário, babá?), quais serão os impactos da nova rotina no orçamento, e quais serão as mudanças para a criança. Se estiver em dúvida, busque apoio de mulheres que estejam passando (ou que já tenham passado) por isso. É importante também que no último mês de licença a mãe crie momentos de afastamento do bebê para que ambos possam ir se acostumando com a realidade que está por vir.

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      Conselhos para os empregadores

      1. Defina quem vai assumir as atividades da gestante

      Quem vai assumir as atividades da gestante no período de licença? A demanda será distribuída entre pessoas da própria empresa ou será necessário contratar um profissional temporariamente? É importante que o RH se prepare em relação a esses questionamentos para não sobrecarregar os profissionais da equipe da gestante e, assim, garantir um bom andamento das atividades.

      2. Dê apoio à mulher durante a gestação

      Benefícios não financeiros são ótimos para manter profissionais. Alguns mimos costumam encantar, como: reserva de vaga no estacionamento próximo à entrada; plano de saúde com serviço especial às gestantes; abertura ao home office no fim da gestação; jornada flexível como incentivo à realização de exames; apoio do RH na resolução de questões com o plano de saúde e escolha da maternidade; disponibilização de uma nutricionista para acompanhar a gestante; e entrega de snacks mais saudáveis e frutas. Visitei uma empresa que presenteou a gestante com um porta-retratos que tinha a imagem do ultrassom, por exemplo. Além disso, há companhias que organizam um chá de fraldas internamente.

      3. Permita que a mulher esqueça da empresa no período de licença

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      O empregador deve ter ciência da importância desse momento e respeitar o período de afastamento. Em geral, após a licença-maternidade, a mulher retorna ao trabalho com mais garra e determinada a unir forças para ter sucesso na profissão e proporcionar um futuro mais próspero para o bebê

      4. Seja acolhedor nas boas-vindas

      Faça com que a mulher se sinta bem-vinda. Para isso, uma sugestão seria decorar a mesa da mãe com um porta-retratos que tenha a foto do bebê. Se possível, estude a possibilidade de oferecer uma sala de apoio à amamentação e um kit para coleta e armazenamento do leite materno. Um frigobar exclusivo para o armazenamento do leite materno também é interessante para garantir a higiene. Algumas empresas já incluíram berçário nas instalações. Seria ótimo se mais empresas adotassem essa medida.

      5. Considere estender a licença-paternidade

      Para finalizar, convido todos os empregadores a pensarem sobre a extensão da licença-paternidade, já que o momento também é especial para os homens e a participação deles é essencial no cuidado com as crianças. Há casos, inclusive, de homens assumindo integralmente a responsabilidade sobre os filhos. Ainda precisamos amadurecer esse tema no Brasil, mas exemplos de outros países nos mostram que vale a pena pensar no assunto.

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      A licença-maternidade é muito importante para a qualidade de vida da mãe e da criança e, se bem organizada, não prejudica os negócios da empresa e nem a carreira da mulher.

      (Divulgação/VOCÊ S/A)
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