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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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Será que você tem uma postura vitimista no trabalho?

Descubra as características dos comportamentos vitimistas e entenda por que essa postura pode fazer mal para a carreira

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ S/A
Atualizado em 15 jan 2021, 16h32 - Publicado em 12 jun 2020, 08h00
cão triste laptop
 (Kyle Hanson/Unsplash)
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O fato é: existem pessoas que se comportam como vítimas e existem pessoas que mesmo diante das adversidades possuem uma postura corajosa, protagonista e determinada. O vitimismo é uma postura mental que macula a autoimagem e a autoestima do indivíduo. Normalmente, os vitimistas tendem a pensar que o universo conspira contra eles.

Deixar-se consumir por esse pensamento reativo pode atrapalhar a carreira. Não apenas para aqueles que estão procurando uma oportunidade de emprego ou participando de um processo seletivo, mas em toda e qualquer circunstância ao longo da vida profissional.

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Nenhuma empresa necessita ter em seu quadro profissionais que tendem a estar sempre na defensiva. E é durante o processo seletivo que podemos explorar as competências comportamentais e os pontos de desenvolvimento da pessoa, captando o quão próxima de uma postura de vítima ela pode estar ou não. Gestores e RHs precisam ter bastante experiência e sensibilidade para observar sinais deste comportamento durante uma entrevista de emprego.

Comportamentos comuns

Há, basicamente, dois caminhos para isso: observação às respostas durante a entrevista e na checagem de referências profissionais. Quanto mais experiente o recrutador, mais fácil ele notará traços de uma personalidade vitimista.

Ao longo da conversa durante uma entrevista, o profissional tende a demonstrar que em diversas situações em que errou ou em que algo não saiu como o planejado, a culpa simplesmente não foi dele. É possível notar também que nas saídas das empresas sempre tem algum fator externo que fez a pessoa querer inconscientemente fugir da organização. Líderes, pares, equipe, clima organizacional são os responsáveis por uma eventual queda de produtividade, por um projeto que não foi entregue da forma necessária, entre outras situações que podem até ter ocasionado sua demissão.

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Este perfil parece envolver sua retórica em uma nuvem melancólica e transfere a responsabilidade de seus insucessos – não apenas da vida profissional, mas também da vida pessoal – a terceiros.

A pessoa que apresenta essa característica costuma se mostrar dependente emocionalmente de opiniões de outros, é ávida por ouvir elogios e feedbacks positivos e se sente arrasada quando ouve uma crítica. Precisa muito dessa autoafirmação para poder continuar produzindo e é comum reclamar da falta de reconhecimento e oportunidades, além de ser tão centrado nele que acredita que tudo o que ocorre ao redor tem a ver com si próprio.

A mania de perseguição pode ser exemplificada na seguinte situação: um dia, seu gestor chegou no trabalho com a fisionomia mais fechada – por qualquer motivo que seja, e a pessoa passa a acreditar que a culpa é dela, entra em uma paranoia e, consequentemente, diminui sua produtividade. Isso não quer dizer que esse indivíduo seja um mau profissional, mas essa postura demanda demais dos gestores, gasta energia de quem está ao redor e pode prejudicar a produtividade da equipe como um todo.

Eu me recordo de um caso de uma profissional. Quando pedi referências para três empresas diferentes, todas relataram que ela passava muito tempo no café, reclamando da vida, de situações corriqueiras, “alugando” os colegas  e prejudicando o andamento das atividades da área. E depois, ainda por cima, ficava até mais tarde fazendo hora extra para conseguir entregar as atividades que deixou de fazer ao longo do dia. Isso pode parecer estranho, mas é uma situação muito corriqueira no mundo corporativo.

Lágrimas na reunião

Outro perfil bastante comum são aqueles profissionais, homens ou mulheres, que quando pressionados por seus gestores choram no meio da reunião. Esse tipo de situação é muito constrangedora para o gestor, que fica sem saber como agir. Situações assim podem e devem ser investigadas em referências profissionais ao longo do processo seletivo. Pergunte abertamente, durante a referência, sobre a inteligência emocional deste profissional diante de situações de pressão.

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É importante salientar que existem muitas pessoas no momento atual passando por crise existencial, ansiedade, depressão ou mesmo enfrentando o burnout por cargas excessivas de trabalho e pressão. É algo que os gestores devem observar e ajudar a solucionar. E nesse contexto fica até mais fácil identificar os reais vitimistas, pois para o vitimista é uma oportunidade única de colocar todos os problemas dele relacionados a esse cenário.

Muitas pessoas que se colocam na postura de vítima não têm consciência que agem dessa forma. Se você se identificou com algumas das situações citadas até aqui, vale o alerta para a reflexão e a busca de ajuda profissional para tentar passar por essa barreira. Tudo na vida tem solução e é preciso saber identificar o problema para poder atacá-lo e mudar. A inteligência emocional costuma ser um dos principais atributos levados em consideração na hora de se promover um profissional.

Agir como vítima numa entrevista não é o melhor caminho para ganhar uma vaga. É melhor mostrar as suas fortalezas, como você pode contribuir com a empresa, comentar sobre exemplos de projetos anteriores. Evite enfatizar que você está passando necessidades, ou mesmo falar mal dos empregadores anteriores. Procure ser uma pessoa positiva. Traga soluções, e não problemas. Existe uma frase que gosto, de Goethe: “a alegria não está nas coisas, está em nós”.

Leia Também: Plano de carreira: como criar para sua empresa.

Foto de Isis Borge
(Divulgação/VOCÊ S/A)

 

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