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81% das empresas têm salários mais altos para homens do que para mulheres

Embora 61% das mulheres tenham ensino superior, elas ganham menos e ocupam apenas 10% dos cargos de liderança na maioria das empresas

Por Elisa Tozzi
Atualizado em 9 dez 2020, 22h48 - Publicado em 3 nov 2020, 07h00

Qual é a representatividade das mulheres no mundo corporativo? Foi para responder a essa pergunta que a TRIWI, consultoria de marketing digital, entrevistou executivos 2.542 de RH de empresas de todo o país. Os resultados mostram que, embora a luta pela equidade de gênero no trabalho aconteça há anos, as companhias ainda têm um longo caminho a trilhar para dar mais voz – e oportunidades – às mulheres.

Segundo o levantamento, apenas 27% das companhias têm mais de 51% de funcionárias e 53% possuem mais de 30%. E, embora 61% das mulheres tenham nível superior, a maior parte das empresas (32%) tem apenas 10% de empregadas na liderança e em somente 19% das companhias elas ganham o mesmo salário que os homens.

Para Ricardo Martins, CEO da TRIWI, esses números revelam a discriminação nas organizações. “Isso é acreditar que as mulheres são menos qualificadas do que os homens para exercer alguma função. Muitas empresas evitam contratar mulheres recém casadas ou que estão prestes a casar, pois entendem que seu próximo passo será ter filhos, e querem evitar que a profissional fique fora da empresa na licença maternidade”, diz o executivo. “Isso de fato existe em muitas empresas, apesar de ficar oculto entre os gestores. Outro bom exemplo, quantas mulheres grávidas são contratadas por empresas? Até hoje eu vi apenas um caso.”

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Do ponto de vista salarial, Ricardo sugere que as companhias definam – e sigam – políticas sérias relacionadas à igualdade de gênero. “Se uma mulher executa uma mesma função que um homem o seu salário deve ser igual. Não há razões cabíveis que justifiquem a diferença”, diz o CEO.

E as negras?

No caso de mulheres negras, a situação também é preocupante. De acordo com a pesquisa, 24% das empresas não têm afrodescendentes em seus quadros e 47% têm apenas um décimo da equipe formada por negras.

“Não tem como dizer que não há mulheres negras qualificadas no mercado de trabalho, isso não existe. O que existe é desigualdade de gênero e raça, mesmo que velada. Todas as empresas precisam fazer sua parte, as que podem criar diferenciação são as de grande porte. Como no caso da Magazine Luiza que abriu recentemente um processo de trainee apenas para negros. E, infelizmente, foi criticada por alguns”, diz Ricardo.

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Como mudar esses números

Transformar essa situação, de acordo com o CEO da TRIWI, passa por criar uma estratégia de igualdade entre mulheres e homens, com políticas que envolvam a busca pela equidade na quantidade de funcionários, no percentual líderes e no valor dos salários. “A adequação não é um bicho de sete cabeças, basta querer e fazer”, afirma o executivo.

Outro ponto crucial é montar um canal de denúncia para casos de assédio, já que 90% das empresas ouvidas pela TRIWI não possui essa prática. “As denúncias devem ser  analisadas por um comitê adequado, envolvendo mulheres e homens de diferentes funções e diferentes cargos hierárquicos. As denúncias não podem ficar em vão e devem ser analisadas a fundo. Mas muitas delas não são levadas até o fim, principalmente, quando o denunciado ocupa cargo de chefia”, explica Ricardo.

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