O Grupo Movile, empresa que tem entre suas marcas iFood, Sympla e Playkids, está preocupado em aumentar o índice de diversidade entre seus funcionários. Por isso, a companhia desenhou, ao lado da consultoria Taqe, um recrutamento inclusivo para o Mobile Dream – um dos grandes projetos de atração e desenvolvimento de talentos da Movile. O objetivo era que 70% dos candidatos contratados fossem de grupos minorizados. A empresa superou a expectativa e o índice chegou a 83% dos 180 profissionais selecionados – a iniciativa contou com mais de 25.000 inscritos.
“Mais do que recrutar, formatamos o programa para encontrar pessoas com alto potencial e desenvolvê-las. Isso começa no processo seletivo com um curso preparado para candidatos e se perpetua com um programa de um ano com mentoria, bolsa de idiomas, treinamentos e mais de 40.000 cursos EAD disponibilizados”, diz Matheus Fonseca, gerente de produtos de RH do Grupo Movile.
Para atrair profissionais diversos, a Movile se conectou com coletivos e organizações voltadas para a causa da inclusão e cuidou para que a comunicação não afastasse nenhum grupo. “O processo foi feito 100% às cegas, o que garantiu que ninguém tivesse acesso a informações pessoais que pudessem gerar vieses. Também demos todo o apoio para que que todas as pessoas conseguissem participar, enviando modem de internet para a casa delas e alugando coworkings espalhados pelo país”, diz Matheus.
Bons resultados
Para o executivo de RH da Movile, é inaceitável que as empresas deixem de agir para transformar a realidade da falta de inclusão. “A partir do momento que começamos a acelerar e a nos posicionar, tivemos um aumento considerável na relevância da nossa marca empregadora e isso afetou diretamente, por exemplo, o número de pessoas inscritas no Mobile Dream”, explica Matheus. Além disso, ele aponta que 80% dos contratados dos grupos minorizados estão atingindo resultados acima do esperado dentro da empresa.
A preocupação das companhias com o assunto deve ser uma tendência crescente porque a diversidade melhora indicadores importantes, como a inovação. “O ambiente de negócio está mais complexo e a inclusão de pessoas diversas nas empresas é uma forma de acelerar a resolução de problema e de aumentar a capacidade de encontrar soluções”, diz Denise Asnis, cofundadora da Taqe e especialista em RH.
Mas não são só os resultados que contam. Segundo Matheus, a inclusão é importante por ser a postura correta. “Ter pessoas diversas no time é a coisa certa a se fazer por vários motivos e não acreditamos em um futuro que seja diferente disso. Precisamos quebrar estruturas e sistemas que perpetuam o preconceito e a marginalização, precisamos criar espaços para todos e todas”, diz o gerente da Movile.