A nova cultura da SKY busca gentileza e proximidade entre líderes e times
Modelo híbrido de trabalho, "candura radical" e aproximação entre gestores e suas equipes: conheça as transformações culturais da SKY
À frente da área de gestão de pessoas da SKY, empresa de serviço de banda larga e televisão por assinatura, Simone Oechsler tem um grande desafio: ajudar a perpetuar a nova cultura corporativa. Há dois anos, a companhia revisou seus valores e trouxe as pessoas para o centro da estratégia, aproximando líderes e liderados e criando pilares como o de “candura radical”, que, nas palavras da executiva, “consiste em genuinamente se importar com as pessoas e dar feedback capaz de prover crescimento e aprendizagem”.
Com parte dos funcionários em home office por conta da pandemia, a SKY ainda não conseguiu inaugurar seu novo escritório, criado para aumentar o senso de colaboração no dia a dia de trabalho. A empresa vai apostar no modelo híbrido, mesclando trabalho remoto e presencial. “Existem aqueles que preferem a estrutura de um escritório físico. Nosso objetivo é ter um ambiente que atenda às diferentes realidades”, diz Simone.
Na entrevista a seguir, a diretora de RH explica mais sobre o momento da companhia.
A SKY passou por uma grande transformação cultural recentemente. Quais foram os desafios do processo e os principais resultados?
Desde o início de 2019, a SKY vem passando por uma mudança de cultura, que começou com uma escuta ativa dos colaboradores alinhada aos desafios do negócio. Entendemos que precisávamos construir um ambiente mais colaborativo, inclusivo, inovador, com candura radical, senso de dono e urgência.
O maior desafio foi assumir que era preciso alinhar a rota, passando a investir 100% nas pessoas. São mais de 1500 funcionários, com os mais variados perfis e necessidades, e que precisam ter suas individualidades consideradas pela companhia.
Uma série de ações foram realizadas, desde a implantação de novos benefícios, uma comunicação mais fluida, a valorização da diversidade, e maior proximidade entre líderes e suas equipes. Definimos, então, seis atitudes que consideramos fundamentais para a sustentação da cultura da empresa: accountability, senso de urgência, colaboração, inovação, inclusão e candura radical, que consiste em genuinamente se importar com as pessoas e dar feedback capaz de prover crescimento e aprendizagem, sempre.
Já há resultados dessa transformação?
Com isso feito, os resultados mais gratificantes começaram a aparecer. Em agosto de 2020 criamos o nosso comitê de diversidade, uma etapa importante no nosso processo de evolução. Atualmente, 41% de mulheres estão ocupando posições de liderança, 26% dos colaboradores são pretos, pardos ou amarelos, 3% de deficientes ou com alguma dificuldade, e 9% tem acima de 50 anos de idade. Essa diversidade e senso de inclusão foi fundamental para a transformação cultural da SKY. Ainda temos muito que crescer, nosso propósito é de evoluir na diversidade e inclusão em 6 frentes – gênero, gerações, raça/etnia, LGBTQI+, pessoas com deficiência e identidade cultural/socioeconômica/religiosa – criando segurança psicológica e um ambiente respeitoso e acolhedor das diferenças. Isso inclui também diferentes formas de pensar, tornando as equipes muito mais produtivas.
Quais práticas a empresa adotou durante a pandemia para proteger os funcionários?
A prioridade é a segurança de nossos funcionários, parceiros de negócios e clientes. 90% dos colaboradores estão trabalhando de home office, desde o dia 16 de março do ano passado. Nesse momento, não temos uma data prevista de volta ao escritório. A empresa segue monitorando os casos e, quando voltarmos, será em um formato de trabalho flexível e que respeite as necessidades e realidade de cada área e funcionário.
Também no primeiro semestre de 2020, realizamos uma ação chamada Food Insecurity, que foi criada para atender os colaboradores que vivem onde há escassez de alimentos. No Brasil as Regiões Norte e Nordeste foram as mais afetadas nessa questão, por isso entregamos duas cestas básicas para cada funcionário que reside nessas regiões. No total, foram 78 pessoas no Norte e Nordeste que receberam as cestas básicas.
E como lidaram com o pessoal que está na linha de frente, fazendo atendimento presencial?
Como serviço essencial, continuamos atendendo seus clientes presencialmente em todo país com demandas técnicas que necessitam de visitas presenciais. Para garantir a continuidade da entrega do serviço com qualidade e segurança, investimos mais de R$ 10 milhões em EPIs para nossos parceiros da rede credenciada, que estão no campo realizando os atendimentos.
Foram kits com cerca de 43.000 unidades de álcool em gel, quase 10.000 unidades de álcool etílico para a limpeza de equipamentos em geral, 1,6 milhão máscaras e 670.000 sapatilhas descartáveis. Estabelecemos ainda um protocolo de prevenção que assegura a proteção de todos, que inclui as medidas recomendadas pelas autoridades brasileiras e da Organização Mundial da Saúde, bem como, o compartilhamento contínuo de informação sobre prevenção. Para isso, criamos uma série de conteúdos educacionais e guias de apoio sobre a doença e como se prevenir.
A empresa inaugurou um novo escritório, quais são os destaques em termos de arquitetura e como isso vai influenciar na vivência dos funcionários?
Batizamos o novo escritório de SKY Place e ele é uma parceria com a WeWork. O espaço é uma tradução dessa nova forma de trabalhar, com cada vez mais transparência e colaboração, possibilitando maior integração entre as áreas, sem lugares predeterminados, com espaços de trabalhos rotativos e sem divisões físicas entre mesas, o que torna o ambiente de trabalho mais dinâmico e criativo. Também investimos em um ambiente mais moderno, com áreas informais de convivência, além mais espaços para reuniões e brainstorms. Uma mudança total de mindset, pois estamos focados em menos hierarquia e mais contribuição. O espaço é totalmente acessível e temos a estrutura necessária para funcionários com deficiências de mobilidade e visão.
Essa nova estrutura está diretamente alinhada com o formato de jornada híbrida que a empresa terá após a pandemia. Entendemos que existe uma grande parcela de funcionários que se adaptou ao home office, prática que já acontecia na SKY, e dentro das possibilidades de cada função, apoiaremos àqueles que quiserem continuar nessa estrutura, oferecendo, inclusive, a opção para trabalho totalmente remoto. Mas paralelamente, existem aqueles que preferem a estrutura de um escritório físico. O nosso objetivo é ter um ambiente de trabalho que atenda à essas diferentes realidades, sempre alinhados tecnologicamente com os pré-requisitos necessários para que isso aconteça. Acreditamos que a combinação de jornada híbrida associada a um espaço colaborativo só pode trazer bons frutos para todos.
Como líder, quais têm sido seus grandes aprendizados durante a crise da covid-19?
Aprendi a desaprender, reaprender e aprender quando ponderar e quando arriscar, ouvindo as pessoas e buscando soluções em conjunto. A covid-19 foi um importante ponto de inflexão para a transformação de qualquer indivíduo e a quebra de muitos paradigmas, pois todos, sem exceção, saíram da sua zona de conforto. Auto desenvolvimento e atividades para equilibrar corpo e mente tem sido fundamental para passar bem por esse momento.
De modo geral, percebo que o maior legado mesmo desse período está sendo a derrubada de muros entre líderes e liderados. É incrível ver times engajados, mesmo com o distanciamento, e a nova cultura organizacional, viva e em evolução.