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Como o Grupo Movile, dono do iFood, treina as lideranças

O crescimento acelerado da dona do iFood trouxe um ponto de atenção: os chefes não estavam tão preparados para gerir pessoas. Aí o RH entrou em cena

Por Monique Lima
Atualizado em 23 out 2024, 10h23 - Publicado em 1 set 2020, 08h00
Luciana Carvalho, vice-presidente de gente e performance do Grupo Movile: treinamentos continuam, mesmo durante a quarentena  (Omar Paixão/VOCÊ RH)
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Esta reportagem foi publicada na edição 68 de VOCÊ RH.

Uma das startups unicórnios brasileiras — aquelas que alcançam valor de mercado de 1 bilhão de dólares —, a Movile vem de um crescimento acelerado impulsionado pelas seis empresas que fazem parte do grupo. A mais famosa é o iFood, mas no portfólio também estão PlayKids (conteúdo educativo digital para crianças), Sympla (venda e gestão de ingressos online), Zoop (fintech voltada para empresas), Wavy (soluções de atendimento online ao consumidor) e MovilePay (fintech de meios de pagamento). Com tantos negócios pulsantes, não é de estranhar que a Movile venha em crescimento na casa dos 60% nos últimos oito anos.

Para dar conta de tudo isso, a equipe também precisa aumentar constantemente e, só em 2019, a startup fez 1.500 contratações. Com tanta gente nova — e inexperiente — entrando, o RH detectou um problema: a liderança não estava totalmente preparada para gerir as equipes. Por isso, era necessário pegar firme e fortalecer a chefia.

“Precisamos desenvolver nossos colaboradores para que alcancem o protagonismo em suas funções”, diz Luciana Carvalho, vice-presidente de gente e performance do Grupo Movile.

A SOLUÇÃO

Embora já tivesse uma plataforma de treinamentos online desde 2016, a startup notou que ainda devia se aprofundar em algumas temáticas que se tornavam relevantes para os negócios. Para isso, estruturou, com a ajuda de uma consultoria, quais indicadores gostaria de mapear e chegou à conclusão de que era preciso aumentar o número de contratações de minorias, melhorar a qualidade da liderança e entender como lidar com a inteligência artificial e o trabalho remoto.

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Com essas informações em mãos, em 2018 o RH definiu as competências que precisavam ser lapidadas entre os gestores: paixão pelo negócio, engajamento, pensamento estratégico, visão de futuro e poder de transformação. Essas habilidades foram incorporadas em um novo programa de desenvolvimento, que dura seis meses e é dividido entre aulas e mentorias.

Um dos treinamentos se mostrou mais importante do que nunca durante a crise do coronavírus, que colocou o país em quarentena: o de gestão de equipes remotas. “O home office faz parte da empresa e nunca foi um tabu para as equipes, mas apresenta desafios, como a distância entre as pessoas, que nem todos os gestores entendiam”, diz Luciana.

Quando a crise da covid-19 chegou, 77% da liderança da área de tecnologia, por exemplo, já havia sido desenvolvida no tema em uma trilha de quatro meses que mapeou as especificidades de liderar pessoas em home office.

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O RESULTADO

O projeto de desenvolvimento de lideranças já capacitou 455 funcionários e começou a render frutos em outras áreas estratégicas para a startup, uma delas é a de diversidade e inclusão. Como tiveram treinamentos sobre vieses inconscientes, os gestores começaram a notar os próprios preconceitos e a prestar mais atenção ao recrutar — entendendo que precisam ampliar seu olhar para as minorias.

Os resultados surgiram no programa de estágio de 2019. Entre os selecionados, 50% são negros e 47% são mulheres ocupando cargos de tecnologia. “Isso mostra a capacidade do RH de criar soluções que se alinhem com o negócio e potencializem a entrega de resultados”, diz Luciana.

Durante a quarentena, os treinamentos (para os líderes e para os que não têm cargo de chefia) continuam e foram adaptados à versão digital. E há novos programas para os chefes — um deles é voltado para a gestão do estresse. “As capacitações se mantêm importantes. Consideramos desenvolvimento um compromisso muito sério, independentemente da circunstância”, explica a executiva.

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(VOCÊ RH/VOCÊ RH)

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