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O que os presidentes de Google, Sabin, SAP e Tigre aprenderam com a crise

Depois de um ano de pandemia, quais foram os grandes aprendizados de CEOs brasileiros? Conversamos com quatro presidentes que trazem lições

Por Elisa Tozzi
Atualizado em 23 out 2024, 13h43 - Publicado em 4 mar 2021, 06h00
Homem branco usando máscaras de proteção contra a covid-19
 (Jeshoots/Unsplash)
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Em 26 de fevereiro de 2020, o Brasil detectou o primeiro caso de coronavírus. Mais de um ano depois, o país já ultrapassou a marca de 257.000 mortes e mais de 10 milhões de infectados. A pandemia do coronavírus é uma das mais complexas da história por seu forte impacto na saúde e nas economias. Por isso, os desafios são grandes também para os líderes empresariais, que precisam gerenciar trabalhadores remotos e aumentar os cuidados para aqueles que precisam exercer as funções presencialmente.

Para marcar o aniversário da pandemia, VOCÊ RH convidou os presidentes de Google, Sabin Medicina Diagnóstica, SAP e Tigre para compartilhar seus aprendizados. Todos eles estão muito preocupados em conseguir se colocar no lugar do outro. Leia os depoimentos a seguir.

Adriana Aroulho, presidente da SAP no Brasil

Foto de Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil
(Celso Doni/VOCÊ RH)

“Liderar à distância foi o mais desafiador e ao mesmo tempo o mais importante passo para manter nosso time engajado, coeso, produtivo e para sustentar o nível de atendimento aos clientes da SAP, com um olhar ainda mais consultivo e voltado para ajudá-los nas novas necessidades trazidas pela crise da covid-19.

Adaptamos algumas rotinas para não perder o contato próximo com as pessoas, ainda que o formato fosse o virtual. E isso incluiu também aprimorar ainda mais nosso programa de saúde mental, nossas ações de RH e as ações de comunicação com as pessoas, com muita transparência e compromisso com o bem-estar de todos”

Fabio Coelho, presidente do Google Brasil e vice-presidente da Google Inc. 

Foto de Fabio Coelho, presidente do Google no Brasil.
(Google/Divulgação)
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“Aprendi a estar ainda mais próximo e a aumentar o cuidado com o outro, entendendo que cada um é diferente e tem uma pandemia própria. Estamos vivendo tempos difíceis e precisamos ter a sensibilidade de entender como isso afeta cada indivíduo.

Como líder, acredito que meu papel é de ser um facilitador: inspirar pessoas e permitir que elas se desenvolvam com a humildade de admitir que não se sabe tudo e estar aberto a ouvir as necessidades dos clientes e das pessoas, aprendendo constantemente. Vejo no papel de cada líder a busca por agregar esses componentes para que cada um se sinta motivado e engajado.”

Lídia Abdalla, presidente executiva do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica

Foto de Lídia Abdalla, presidente do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica
(Cristiano Mariz/VOCÊ RH)
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“Acredito que a maior lição que tiramos desta crise sanitária global, sem dúvidas, é a forma de nos relacionarmos com as pessoas, com o trabalho e com o mundo, que não mais será a mesma. Diante de um cenário tão delicado e desafiador, deparamos com a necessidade urgente de adaptação e flexibilidade da empresa e de toda liderança, e nossa capacidade de respostas rápidas foi colocada à prova o tempo todo, bem como nossa capacidade de inovação na saúde. Foi um exercício diário de resiliência que nos trouxe amadurecimento como pessoas e como líderes. No contexto empresarial, vimos o senso de coletividade ficar mais urgente e latente. No contexto social, aprendemos a observar com mais afinco os impactos do nosso comportamento e como podemos ser pessoas melhores.

Hoje, penso que a pandemia nos preparou da melhor forma para lidar com ela e com qualquer outra crise. A onda de solidariedade contagiante que se formou e nos fortaleceu me dá essa certeza. São inúmeros os aprendizados, mas os principal deles será que cuidar uns dos outros é uma forma de sobrevivência e isso tem total relação com o propósito do Grupo Sabin, de inspirar pessoas a cuidar de pessoas.”

Otto von Sothen, presidente do Grupo Tigre

Foto de Otto von Sothen, presidente da Tigre
(Tigre/Divulgação)

“Precisamos reconhecer que as pessoas estão inseguras, com medo e preocupadas com o futuro. Por isso, é crítico ter maior proximidade e frequência de comunicação da liderança com nossos times e os clientes são críticas. Devido à angústia e à incerteza, é ainda mais importante reconhecer e agradecer os sacrifícios do time e comunicar a esperança no futuro sem dourar a pílula.

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Também devemos entender que as pessoas vivem realidades muito diferentes dentro da mesma empresa, o que requer discursos e tratamentos diferentes para públicos diferentes: o pessoal administrativo e de gestão segue em grande parte em home office; o pessoal de fábrica e logística trabalha diariamente de forma presencial; é fundamental também a aplicação e comunicação incessante de rigorosos protocolos de saúde e segurança

Além disso, por todos estarem com uma carga muito pesada, temos que encontrar o equilíbrio: por um lado, precisamos separar tempo para pensar e preparar o futuro. Por outro, é crítico planejar pausas no dia para não esgotar os times.

Nesse contexto, os líderes não precisam ter receio de demonstrar fragilidade e reconhecer quando não têm a resposta. As pessoas apreciam quando os líderes se mostram humanos e compartilham suas fraquezas e medos.”

 

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