Abril Day: Assine Digital Completo por 1,99

Quais as empresas com mais vagas – e mais atraentes – para jovens

Entenda o que as empresas entre as 45 Melhores para Começar a Carreira, pesquisa exclusiva da VOCÊ S/A, fazem de diferente

Por Raquel Beer, da Você S/A
Atualizado em 21 out 2024, 18h08 - Publicado em 9 dez 2018, 05h00
 (foto/Thinkstock)
Continua após publicidade

No início dos anos 2000, mudanças importantes afetaram o mercado, entre elas a chegada da geração Y. Uma década depois, foi a hora de a geração Z, dos nascidos entre 1994 e 1999, dar os primeiros passos na vida profissional. Embora essa renovação seja um processo natural, nem todas as empresas se adaptaram às características, às aspirações e aos interesses das gerações Y e Z, cuja infância se passou em um mundo conectado e globalizado.

As companhias demoraram a entender que precisavam se adaptar, o que resultou em uma baixa retenção que, somente nos Estados Unidos, custa mais de 30 bilhões de dólares ao ano.

Um dos motivos para a rotatividade é a imagem que as companhias passam às novas gerações. Em uma pesquisa realizada em 2018, a consultoria Deloitte perguntou a 10.455 pessoas da geração Y e quase 2.000 da Z, espalhadas por 36 países, quais deveriam ser as prioridades das organizações.

As respostas ressaltam a preocupação com a sociedade: criação de empregos (43%); geração de impactos positivos em educação, saúde e bem-estar (39%); e desenvolvimento de produtos e serviços inovadores (36%). Só depois surgem as questões financeiras, como gerar lucro (24%) e ser mais eficiente (21%). A má notícia é que, para 75% dos jovens, “as empresas focam apenas seus interesses, e não o que é melhor para a sociedade”.

Mais atraentes

Por isso, é tão importante passar uma boa imagem para as novas gerações, tão críticas quanto ao mundo corporativo. Se no passado só o que faziam era divulgar descritivos de vagas, hoje as equipes de recursos humanos desenvolvem estratégias de comunicação para mostrar a esse público os valores corporativos.

A preocupação é um destaque entre as 45 Melhores Empresas para Começar a Carreira, pesquisa exclusiva da VOCÊ S/A que mostra a satisfação do jovem com o trabalha e a empresa.

Essa é a realidade na consultoria PwC Brasil. “O que atrai são não apenas as oportunidades de desenvolvimento mas o modo como a organização faz a diferença na sociedade”, diz Érica Braga, diretora de RH da PwC Brasil. Ela conta que os esforços de atração da companhia estão voltados para as redes sociais.

Continua após a publicidade

A empresa promoveu uma campanha no Instagram chamada “100 dias de um trainee”, em que convidava trainees recém-contratados a publicar fotos e contar mais sobre seu dia a dia. “As redes sociais são claramente o meio de comunicação mais efetivo para falar com os jovens, e nós aproveitamos as plataformas para mostrar nosso propósito e nosso impacto social, algo que não fazíamos anos atrás.”

Outro exemplo é a SAP. Em 2006, a empresa abriu um parque tecnológico na cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, para abrigar sua área de desenvolvimento, a SAP Labs Latin America. De lá para cá, viu sua equipe saltar de 20 para mais de 1 000 funcionários, e a expectativa é que 1 000 contratações ocorram até 2022, focadas em recém-formados.

Para conquistá-los, programas foram lançados. Um deles é o University Ambassadors, no qual funcionários divulgam a empresa em eventos nas universidades. No Students@SAP, alunos do ensino médio, técnico e superior são convidados a passar uma tarde na companhia e aprender sobre suas atividades.

Outra ação é o SAP Labs ­TechSchool, um workshop gratuito de 40 horas no qual especialistas da SAP compartilham com universitários conhecimentos sobre tecnologia e dão dicas de como se preparar para um processo de seleção.

Foi por meio de um desses programas que a SAP Labs contratou o estudante de ciência da computação André Bittencourt, de 22 anos, que morava em Brasília e nunca tinha ouvido falar da empresa. O primeiro contato foi em uma maratona de programação na qual representava sua faculdade.

Continua após a publicidade

Durante o evento, ele assistiu a uma apresentação de programadores da SAP. “Conversei com um deles, que me contou que também participava de maratonas quando tinha minha idade, e que isso o ajudou bastante no trabalho. Foi legal, rolou uma identificação”, diz.

Dias depois, ­André recebeu uma lista de vagas abertas na multinacional e se candidatou. No processo de seleção, fez teste de programação na ferramenta HackerRank e passou por uma entrevista técnica pela internet, na qual teve de escrever códigos para resolver um problema com a tela de seu computador compartilhada com um especialista da SAP, que o questionava sobre suas decisões. André foi aprovado e hoje está fazendo um estágio de seis meses.

No fim desse período, retornará a Brasília para concluir seus estudos. “Mas quero voltar para cá, com certeza”, diz.

 

Educativo e divertido

Uma das grandes preocupações das empresas é criar momentos nos quais os candidatos se sintam à vontade para ser eles mesmos. “Há abertura para olhar a personalidade e a história de vida.

Não queremos saber qual faculdade a pessoa cursou, mas como aproveitou essa experiência”, diz An­dre­as Auerbach­, sócio da consultoria Nexo HW. “Mais do que encontrar os futuros diretores, procuramos jovens que incomodem o sistema de forma positiva, engatilhando evoluções na empresa”, acrescenta.

Continua após a publicidade
Quais as empresas com mais vagas – e mais atraentes – para jovens
Isis Vendramie, analista de desenvolvimento humano e organizacional na Votorantim: pitch sobre sua trajetória pessoal e profissional | Omar Paixão ()

Além disso, as companhias precisam desenhar processos seletivos divertidos e educativos. Como consequência, as tradicionais dinâmicas de grupo são transformadas em jogos, competições e até em eventos similares àqueles em que empreendedores precisam vender sua ideia a investidores.

Foi assim que a economista Isis Vendramie, de 26 anos, conseguiu uma vaga de estágio. A Fundação Estudar promoveu em sua faculdade um programa chamado Sinapse, que reuniu seis empresas em busca de talentos. As primeiras etapas foram convencionais: inscrição, currículo, testes online e entrevista.

A parte interessante ocorreu na fase seguinte, quando os selecionados na primeira peneira tiveram 2 minutos para apresentar sua história às empresas. Depois de fazer o pitch, os estudantes encararam uma sabatina de 30 minutos com os recrutadores. Não demorou para que a Votorantim, uma das participantes, entrasse em contato com Isis e agendasse para o dia seguinte uma entrevista para uma vaga na Fundação Votorantim.

A economista saiu da conversa achando que não seria aprovada, já que o papo girou mais em torno do intercâmbio da irmã do que sobre suas habilidades ou sobre o trabalho propriamente. Estava enganada.

Continua após a publicidade

“A entrevista foi tão diferente que achei que não daria certo. Foi a prova de que as recrutadoras não me viam só como profissional, mas como uma pessoa”, diz Isis, que foi contratada e é analista de desenvolvimento humano e organizacional na Votorantim.

Tecnologia como aliada

Como os jovens são nativos digitais, nada mais óbvio do que a tecnologia ter cada vez mais espaço nos processos seletivos. Grande parte das entrevistas e dinâmicas de grupo organizadas pela Cia de Talentos, empresa de recrutamento de jovens, é feita por Skype para tornar o processo acessível a todos.

A consultoria também desenvolveu jogos de tabuleiro online, em que candidatos trabalham em conjunto para resolver uma série de desafios. Há também simuladores de negócios que fornecem aos postulantes a experiência online de trabalhar por um dia na companhia, com tomada de decisões, resolução de problemas e conversa com outros profissionais.

Quais as empresas com mais vagas – e mais atraentes – para jovens

Nos últimos dois anos, a empresa vem testando um algoritmo capaz de analisar vídeos e extrair informações sobre as competências do candidato.

Continua após a publicidade

Segundo Tey Yanagawa, consultora de inovação da Cia de Talentos, a tecnologia assumirá um papel cada vez mais importante nos recrutamentos: ferramentas de inteligência artificial examinarão dados e vídeos, algoritmos farão análises preditivas dos candidatos com maior potencial e aparelhos de realidade virtual mostrarão como é o dia a dia da organização de forma mais imersiva.

“A grande questão é como trazer toda essa tecnologia sem deixar de lado o cara a cara, a interação, a humanização. É uma equação desafiadora”, diz Tey. A chegada de novas gerações pode mudar muita coisa, mas o olho no olho ainda é insubstituível.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

ABRILDAY

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Impressa + Digital

Receba Você RH impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.