Como a geração Z está encarando as mudanças que a pandemia trouxe para o trabalho? Foi para responder a essa pergunta que o LinkedIn conduziu uma pesquisa com profissionais de 16 a 24 anos. No levantamento, fica claro que esse pessoal está preocupado com o trabalho remoto, já que 70% dizem que atuar à distância pode impactar no crescimento da carreira. Para Milton Beck, diretor geral do LinkedIn para América Latina, as empresas precisam olhar com cuidado para esse dado que pode revelar aspectos da saúde mental dos jovens. E os líderes têm um papel importante nisso. “São nas conversas dos líderes com seus liderados que avaliamos o mais pessoal; em discussões e reflexões que vão além do território profissional e criam conexões”, diz o executivo. Leia a entrevista completa a seguir.
O levantamento mostra que 70% dos profissionais da geração Z dizem que o trabalho remoto pode prejudicar seu desenvolvimento. O que as empresas que adotaram o trabalho à distância ou que migrarão para o trabalho híbrido podem fazer para ajudar esses jovens a se desenvolverem no home office?
Treinamento e contato mais próximo dos gestores são fatores importantes no desenvolvimento desses jovens, seja no trabalho presencial, remoto ou híbrido. Neste momento, há também a necessidade de um cuidado especial com o onboarding, que é o processo em que a empresa começa a integrar os funcionários e apresentá-los à cultura organizacional, suas respectivas funções e procedimentos internos. Em outras palavras, a experiência de trabalho remoto ou híbrido é diferente para os profissionais que já estão na empresa e para aqueles que estão entrando. Os entrantes sentem mais dificuldade de se adaptar, já que perdem um pouco do contato do dia a dia, no qual você aprende ou conhece algo novo sobre a empresa até na hora do café.
Mas, um dos pontos que tenho observado é como a saúde mental dos funcionários cada vez mais precisa estar em pauta nas empresas, principalmente nesses novos modelos de trabalho. E é esse ponto que gostaria de enfatizar. Acredito que empresas e lideranças possam adotar duas abordagens para entender o estado da saúde mental de todos da equipe, incluindo os jovens. Pesquisas de clima e questionários com respostas anônimas permitem captar as informações do grupo. Mas são nas conversas dos líderes com seus liderados que avaliamos o mais pessoal; em discussões e reflexões que vão além do território profissional e criam conexões. A partir dessa combinação de dados, é possível agir de maneira mais assertiva para ajudar a preservar a saúde mental dos jovens – e ações como a contratação de psicólogos, dias de folga ou eventos internos de conscientização podem ser implementadas.