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Transparência salarial: por que divulgar salário no recrutamento

Pesquisa revela que os candidatos dão muita importância para o salário explícito na descrição do cago

Por Letícia Furlan
7 jul 2022, 14h01
S

egundo uma pesquisa realizada pelo Indeed com 858 trabalhadores brasileiros em maio de 2022, 76% deles buscam informações sobre salários antes de se candidatar a uma vaga. O levantamento também mostrou que 61% dos entrevistados falam sobre salário com colegas sem maiores problemas.

“Mas a transparência salarial não pode estar atrelada somente aos números, e sim na discussão de como são calculadas as faixas salariais e o motivo por trás delas”, afirma Felipe Calbucci, diretor de vendas no Indeed Brasil.

Para Fernando Pedro, diretor geral da Assigna, empresa de recrutamento do Talenses Group, é preciso tomar outro cuidado. “Ao terem acesso aos salários dos colegas, os profissionais passam a comparar os motivos pelos quais determinada pessoa recebe mais ou menos e fazem disso uma competição muitas vezes desnecessária”, afirma.

As empresas costumam se basear em pesquisa de mercado e analisar uma série de fatores como histórico de funções e experiências, regiões geográficas, fluência em idiomas, competências técnicas e comportamentais e nível de escolaridade para definir suas faixas salariais entre determinados cargos e funções. “Cabe ao gestor e ao RH a construção de uma jornada que leva em consideração o salário inicial como porta de entrada, mas que está centrada na construção de um plano de carreira dentro da empresa que estimule desafios e resultados e que reconheçam determinado profissional, inclusive — mas não apenas — financeiramente”, diz Fernando.

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Além da equidade salarial, Felipe também afirma que a transparência é essencial para a atração e retenção de talentos. Ao ser transparente desde a publicação da vaga, diminui o risco de um candidato percorrer todo o processo seletivo e desistir por causa de um salário que não condiz com sua expectativa. Para aqueles que já são funcionários, a transparência é importante para que eles se mantenham motivados, querendo continuar trilhando seu desenvolvimento profissional para alcançar maiores remunerações. 

De acordo com a pesquisa da Indeed, 34% dos entrevistados acreditam que o salário não está de acordo com a sua carga de trabalho. “Isso acende um alerta para uma possível perda de talentos, já que os colaboradores são mais propensos a buscar oportunidades onde sentem que seu trabalho é valorizado”, completa.

Conversa franca para evoluir

A percepção de que conversar sobre salário é algo errado tem ficado cada vez mais para trás, principalmente com plataformas que facilitam o acesso a informações sobre remuneração. Essa nova postura tem refletido também nas empresas, que estão avançando quando o quesito é transparência salarial — 71% dos entrevistados da pesquisa sentem que a empresa em que trabalham é transparente sobre o salário com os seus funcionários. 

Felipe incentiva que essa conversa aconteça cada vez mais. “Isso ajuda a esclarecer alguns pontos, como qual caminho o funcionário pode seguir para conseguir negociar um aumento ou para tentar subir de cargo”, exemplifica. Refletir com colegas de trabalho sobre remuneração, benefícios, carga horária e jornada de trabalho pode ser um bom ponto de partida para iniciar conversas importantes sobre como os empregados estão se sentindo no ambiente de trabalho e o que podem fazer, diz o diretor da Indeed.

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Fernando, no entanto, pede ponderação. “É interessante, na medida do possível, conversar com colegas que atuem em funções semelhantes para definir a sua própria pretensão salarial”, afirma. Mas, mais do que isso, o especialista afirma ser importante pesquisar práticas de mercado, conversar com recrutadores e profissionais de RH, e estar informado sobre o contexto econômico. “Fazer uma avaliação do seu plano de carreira de uma forma geral e não apenas focar em remuneração. Sobretudo tomar cuidado para que isso não se torne um motivo de angústia, mas caso aconteça, é importante traçar um plano de como ajustar isso nos próximos passos de carreira”, afirma.

Muitas empresas ainda veem o salário como informação confidencial, pensando, por exemplo, nos seus concorrentes. Felipe considera isso um tabu que vem sendo desmistificado. “Já há muitas empresas entendendo que revelar o salário apenas no fim de um processo seletivo pode torná-lo cansativo tanto para o recrutador quanto para o candidato”, diz Felipe. Já Fernando concorda que a abertura da faixa salarial pode implicar em questões de competitividade, já que os concorrentes teriam acesso às estratégias de RH das organizações. 

A solução, para Fernando, é, no início do processo, abrir a questão da faixa salarial que está trabalhando. Outro caminho é perguntar a pretensão salarial do profissional e entender logo de cara se ele se enquadra dentro da faixa. “Se ele estiver muito longe e não existir a flexibilidade de ajustes na faixa, a empresa pode abrir esse ponto ao candidato, ao mesmo tempo que apresenta os critérios que podem valer a pena um eventual downgrade salarial deste profissional”, explica.

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