Empresas apostam em benefícios mais imediatos para reter talentos
Segundo estudo da Evermonte Executive Search, previdência privada tem menor adesão, assim como remuneração de longo prazo.

O “Report de Remuneração Diretoria Executiva 2025”, da Evermonte Executive Search, revela uma mudança na estratégia de retenção de executivos no Brasil. De acordo com a pesquisa, as empresas estão reduzindo os incentivos de longo prazo e priorizando a remuneração fixa e os benefícios de curto prazo para atrair e manter seus principais líderes.
O levantamento mostra que 58,4% dos entrevistados não possuem nenhum componente de remuneração de longo prazo. Entre os que têm, 19,4% contam com bônus retenção, 16,9% recebem stock options e apenas 3,1% possuem phantom stock options. Segundo Felipe Ribeiro, sócio responsável pela divisão de Tecnologia e Cultura da Evermonte, esse movimento reflete uma mudança significativa nas políticas de remuneração das companhias brasileiras. “Há um foco maior nas estratégias de curto prazo, como os aumentos salariais e os benefícios mais imediatos, em detrimento dos incentivos atrelados ao desempenho futuro ou à valorização das companhias”, destaca o headhunter.
Benefícios essenciais lideram
O estudo também mapeou os principais benefícios oferecidos aos executivos. Plano de Saúde (88,8%) e Vale-Refeição/Alimentação (80,6%) lideram, seguidos por Seguro de Vida (71,6%) e Plano Odontológico (70,6%). Em contrapartida, a Previdência Privada aparece com a menor adesão, registrada em apenas 28,4% das companhias, demonstrando uma abordagem predominantemente de curto prazo em termos de estratégias de retenção. Para Felipe, a estrutura de benefícios costuma seguir uma progressão lógica. “Ela começa pela cobertura de necessidades básicas, avança para a segurança financeira com incentivos variáveis e, por fim, contempla aspectos relacionados à realização e projeção profissional. Os chamados incentivos de longo prazo abrangem a compra de ações da empresa, os bônus por desempenho futuro e outros tipos de bonificações”, ressalta.
Diferenças na remuneração entre áreas
Ainda, a remuneração de longo prazo também está fortemente vinculada à posição que o executivo ocupa. Enquanto funções diretamente ligadas ao crescimento e geração de receita recebem pacotes mais robustos, áreas de suporte costumam ter incentivos mais limitados. “Funções como comercial, operações e desenvolvimento de novos mercados frequentemente contam com incentivos de longo prazo mais atraentes. Já áreas como jurídico, RH e compliance, apesar de uma remuneração fixa competitiva, costumam ter menos estímulos de longo prazo”, analisa Felipe Ribeiro.
Diante desse cenário, a estrutura de remuneração dos executivos brasileiros em 2025 reflete um equilíbrio entre a necessidade de retenção no curto prazo e a redução de riscos atrelados a compromissos financeiros de longo prazo por parte das organizações.