Assine VOCÊ RH por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Janeiro Branco alerta para a necessidade de cuidar da saúde mental

A data surgiu há dez anos por iniciativa de psicólogos. Saiba sua importância e entenda o que as empresas podem fazer para aderir à campanha.

Por Hanna Oliveira
Atualizado em 3 jan 2024, 18h18 - Publicado em 18 jan 2021, 13h39

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) quase 1 bilhão de pessoas convivem com transtorno mental no mundo. Os problemas relacionados à saúde mental se intensificaram ainda mais com a chegada da pandemia do novo coronavírus, tendo o mesmo órgão lançado em 2020 um documento que pedia atenção ao tema em meio à crise humanitária. 

Para a psicóloga clínica Ingrid Cancela, a pandemia potencializou o sofrimento mental em diferentes aspectos, inclusive num sentido de estar mais em contato com problemas internos, que antes poderiam ser acobertados com distrações. “Como estávamos no ‘automático’, buscávamos esquecer o que nos incomodava com distrações. Hoje, além do contato com os problemas familiares e as questões de convivência, há o medo da perda de emprego, da renda e da saúde. Isso contribui para o aumento de casos”, analisa.

No entanto, este cenário não é exclusivo da pandemia. Segundo relatório do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) já em 2011 o adoecimento mental era um dos principais motivos de afastamento do trabalho. Neste cenário, uma data passa a ganhar cada vez mais importância entre as campanhas de conscientização: o Janeiro Branco.

O que é o Janeiro Branco?

A data surgiu em 2014 pela iniciativa de psicólogos que buscavam, justamente, promover conscientização sobre saúde mental em meio a um cenário de expansão de adoecimento. “Ele nasce disso: o aumento de casos, e vem com a conscientização para que você possa pensar como você está se sentindo”, explica Ingrid.

Continua após a publicidade

Por que em janeiro? 

A concepção da data em janeiro veio no sentido de aproveitar a virada de ano, a renovação da esperança e uma oportunidade de começar de novo. “É o momento em que nós vamos recomeçar. Podemos utilizar janeiro para fazer uma folha em branco e reescrever como nós queremos esse ano, como queremos nos ver”, diz a especialista.

Empresas e funcionários em sofrimento mental

Para Ingrid, neste momento de pandemia, não apenas doenças como depressão, distúrbio de ansiedade e síndrome do pânico estiveram em franca ascensão, a síndrome de burnout aumentou exponencialmente. A síndrome de burnout é uma doença muito ligada ao ambiente de trabalho e se relaciona com o esgotamento mental na realização de uma atividade. “O esgotamento e o medo do desemprego fizeram com que as pessoas se doassem demais para o trabalho e desenvolvessem a doença e isso contribuiu para o aumento de afastamentos no trabalho”, explica Ingrid.

Nesse caminho, é preciso que as pessoas olhem para si mesmas e saibam que podem ter ajuda especializada e das pessoas que a cercam. “Precisamos quebrar esse tabu e preconceitos que se tem ao se falar sobre a saúde mental.Ter contato com essa questão. Pensar ‘não estou bem, para quem posso pedir ajuda?’ Ou ‘eu tenho que ser super herói?’. O colaborador precisa buscar ajuda, fazer sua parte”, diz Ingrid.

Um ponto agravante desse cenário é que, mesmo algumas pessoas buscando ajuda, elas sentem medo de revelar o estado de sofrimento mental em que estão para suas empresas e acabarem demitidas. Ingrid acredita que é nesse momento que as companhias precisam montar um cenário de acolhimento: “A empresa deve ter sensibilidade no olhar para que possa contribuir nesse momento, trazer a segurança para ele e melhorar sua qualidade de vida, porque isso traz resultados incríveis também para ela, não só para o colaborador”. 

Continua após a publicidade

Conscientização e ações em empresas

O Janeiro Branco pode ser uma oportunidade de começar a abordar a questão da saúde mental nas empresas. Ingrid acredita que as companhias podem pensar em ações que também envolvam a saúde física para auxiliar na melhoria da saúde mental: “É possível trazer educadores físicos e nutricionistas para darem palestras, orientações para melhorar essa questão física, criar um ambiente saudável”. Outro caminho possível é o incentivo à prática de técnicas mentais como exercícios de respiração e momentos dedicados para meditação.

Mas além de projetos específicos em datas que debatem o assunto, manter o olhar atento para os sinais e se mostrar genuinamente interessado nos funcionários é o melhor caminho de apoio: “É muito importante a empresa passar essa segurança para ele, porque assim estará promovendo saúde. Ao mesmo tempo, com esse investimento na saúde emocional, vai ter um colaborador muito mais à vontade para produzir, trabalhar, sentindo mais qualidade, foco e motivação para poder contribuir”, finaliza.

Compartilhe essa matéria via:

Quer ter acesso a todos os conteúdos exclusivos de VOCÊ RH? É só clicar aqui para ser nosso assinante.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Você RH impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.