PetroRio promove esportes 24h em plataformas offshore
Petrolífera foi a primeira no mundo a manter um professor de educação física embarcado. Iniciativas como essa tiraram 45% de seus funcionários do sedentarismo.
Guilherme Augusto, 35 , acorda todo dia pontualmente às 5h15. Ele levanta, toma café – uma porção de mamão, suco de laranja e um pedacinho de bolo – e começa sua rotina de trabalho.
Até aqui, normal. A rotina do Guilherme pode soar igual à sua. A diferença é que, no caso dele, isso não acontece em terra firme: Guilherme é técnico de instrumentação no Campo de Tubarão-Martelo, plataforma offshore da PetroRio, localizada na Bacia de Campos (costa norte do RJ).
Às 6h, começa o expediente. Durante 12 horas, a função dele é a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos, fazendo o reparo e cuidado de todo o maquinário da plataforma. Mas ele tem que estar a postos depois das 18h também: se der algum chabu, ele é chamado emergencialmente para resolver. Isso tudo para garantir que 10 mil barris de óleo – ou 1,6 milhão de litros – sejam produzidos por lá todos os dias.
Depois de um trampo desses, não seria surpresa se ele fosse direto para a cama. Mas não: Guilherme se dirige à academia da Prio (dentro da plataforma), onde corre 1 hora e faz aula de funcional com os professores Thiago e Alexandre, presentes todos os dias para ajudar os colaboradores na construção de uma vida mais saudável, independentemente das circunstâncias.
Guilherme não foi sempre assim. Ele chegou a pesar 114 kg, e viu seu sedentarismo atingir o ápice quando participou de uma corrida patrocinada pela Prio, em 2023, e sofreu para chegar à linha de chegada, conta à Você RH. Hoje, ele e sua esposa já participaram de três corridas pela empresa.
Guilherme atribui sua jornada a uma vida mais saudável 100% às iniciativas da Prio. No início de 2018, a empresa contratou Anderson Rocha para ajudar na construção de um programa de bem-estar, e combater um problema de sedentarismo que, segundo ele, é crônico do ramo. “Montamos um programa de acompanhamento clínico para fazer o mapeamento, inicialmente com os colaboradores da sede da Prio em Botafogo, e descobrimos que 26% deles eram hipertensos”, conta o gestor. Depois de 120 dias, com as novas implementações da empresa, esse número reduziu para 7%.
Com o sucesso da operação por aqui, Anderson decidiu estender os benefícios aos colaboradores offshore, que ficam 21 dias embarcados (e depois 21 dias em casa). Além das iniciativas que eles podem acessar com suas famílias quando estão por aqui – grupos de trilha, campeonatos de vôlei, corridas e caminhadas –, na plataforma os profissionais têm acesso a professores e aulas 24h por dia, dando à Prio o título de primeira empresa a fazer isso no mundo.
Em alto-mar, colaboradores têm acesso a aulas de yoga, jiu-jitsu e personal trainer, além de serviços de psicólogo e nutricionista online. Toda manhã, a Prio ainda oferece a “ginástica laboral”, que é montada pensando na função de cada colaborador. “Se a gente sabe que um funcionário trabalha em um movimento repetitivo que pode dar tendinite na mão dominante, por exemplo, pensamos em exercícios para fortalecer a prevenir que aquela condição se desenvolva”, explica Rocha.
Quando o programa foi implementado, em 2021, 74% dos colaboradores offshore eram sedentários. Ano passado, esse número caiu para 29% (vale dizer que, para ser considerado ativo, o colaborador precisa participar de, no mínimo, duas atividades oferecidas). Para Guilherme, é a corrida e o funcional. “Musculação não é muito minha praia, não quero ficar fortão, não. Mas pretendo continuar participando das corridas. Mudou muito a minha vida”, finaliza.
Este texto faz parte da edição 93 (agosto/setembro) da Você RH. Clique aqui para conferir outros conteúdos da revista impressa.
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