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Neurocientista e sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa na área de neurociência organizacional
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Como a neurociência pode ajudar você a se desligar do trabalho

Construir limites eficientes entre vida pessoal e profissional é um exercício que todos devemos praticar e que vai se tornando melhor com o tempo

Por Ana Carolina Souza, colunista de VOCÊ RH
16 jan 2022, 10h05
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esmo aguardando ansiosamente as férias, muitas vezes parece ser impossível se desconectar do trabalho ou das preocupações que povoam nossos pensamentos. Com tantas demandas e oportunidades que surgem constantemente ao nosso redor, aprender a criar limites saudáveis entre vida pessoal e profissional se tornou uma habilidade fundamental para a manutenção da nossa saúde e bem-estar.

Mesmo quando estamos longe do escritório fisicamente é comum nos pegarmos vendo e-mails, lendo mensagens e pensando nos problemas que precisamos resolver. Esse hábito, ainda que pareça inofensivo, pode ser muito danoso à nossa saúde. Pesquisas mostram que as pessoas que têm maior dificuldade de criar uma divisão saudável entre as atividades pessoais e profissionais tendem a investir menos em atividades consideradas de recuperação — aquelas que promovem bem-estar — e, como consequência, apresentam mais sintomas de exaustão e redução da qualidade de vida. 

A história que contamos para nós mesmos é mais ou menos a seguinte: “Vou só olhar esta mensagem rapidinho.”; “Não quero deixar acumular os e-mails.” ou ainda “Preciso estar de olho, caso aconteça algo urgente!”. A verdade é que simplesmente não sabemos como nos desligar dessas obrigações. O trabalho ocupa uma parte tão importante das nossas vidas que estar distante desta relação gera muita ansiedade e talvez até um certo senso de desconexão. Mas como diz o velho ditado, tudo em excesso faz mal e precisamos desenvolver novos hábitos para atingir um equilíbrio de vida mais saudável.

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Construir limites eficientes entre vida pessoal e profissional é um exercício que todos devemos praticar e que vai se tornando melhor com o tempo. Diversos estudos mostram os benefícios de se distanciar periodicamente das obrigações, desligar a mente dos problemas e se permitir viver momentos de relaxamento e prazer, tendo a oportunidade de engajar e aproveitar plenamente essas atividades.

Por mais saudável que seja a sua relação com o trabalho, este costuma ser um ambiente onde nos desafiamos constantemente, queremos dar o nosso melhor e estar a par dos acontecimentos. Podemos considerar que a relação com o trabalho é naturalmente demandante, dinâmica e, pensando no mundo que vivemos hoje, capaz de gerar uma certa dose de ansiedade. Emocionalmente, para se ter bem-estar precisamos criar um balanço entre os níveis de ativação (alerta) e relaxamento. Por isso, atividades consideradas relaxantes e prazerosas são consideradas saudáveis e ajudam inclusive a melhorar nossa performance no trabalho quando voltarmos com as energias recarregadas! 

Mas, como aproveitar de verdade os momentos de recuperação e não cair nas armadilhas de velhos hábitos e vieses inconscientes? Sabendo que relaxar e se desligar do trabalho é uma prática que pode ser aprendida, o primeiro passo é decidir levar esta proposta a sério e assumir alguns compromissos que irão te ajudar a promover uma mudança em sua rotina. Veja abaixo duas dicas essenciais para aproveitar melhor as suas próximas férias: 

Liberte-se dos pensamentos intrusivos

Todos nós sofremos com o chamado Efeito Zeigarnik, uma tendência natural de pensarmos mais em tudo aquilo que ainda não foi feito. O que acontece é que quando as tarefas incompletas se acumulam na nossa cabeça, nossa atenção se divide, sendo muito mais difícil focar em outras atividades. Esse padrão faz com que nossa mente divague nos momentos de relaxamento e nos pegamos volta e meia pensando no trabalho, mesmo quando deveríamos estar relaxando. Para evitar esse viés, devemos cultivar boas práticas para nos ajudar a eliminar esses pensamentos intrusivos. Para se “desligar mentalmente” você pode fazer uma lista com todas as tarefas inacabadas antes de sair de férias, incluindo uma proposta de como e quando irá resolver essas pendências. Crie um sistema para isso, seja um aplicativo, agenda, planilha, o que preferir. O mais importante é ter uma organização que funcione para você e permita voltar a essas informações quando retornar de férias. Dica extra, porém, muito importante: Silencie todas as notificações de trabalho e use as mensagens automáticas de férias para avisar a todos de sua ausência. Assim você não será constantemente interrompido com novas demandas.

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Planeje suas atividades de descanso

Diversos estudos também têm mostrado que as pessoas que planejam o que farão com seu tempo livre são mais felizes e costumam tirar mais tempo de férias do que aquelas que não possuem esse hábito. Um ponto interessante é que ao planejar suas atividades de descanso, as pessoas tendem a priorizar atividades com caráter social, onde têm a oportunidade de conviver com amigos e familiares. Essas atividades são conhecidas por terem um impacto maior sobre nosso bem-estar do que as atividades ditas passivas, como ver televisão, cochilar ou apenas não fazer nada. Mas mesmo que você não queira — ou não possa — estar rodeado de amigos e familiares, não se preocupe. O mais importante é colocar intenção naquilo que irá fazer com seu tempo livre e buscar atividades relaxantes e prazerosas que sejam de seu interesse. 

Valorize a sua motivação

Ao planejar as férias, reflita: O que você realmente gostaria de fazer com esse tempo livre? Tire alguns minutos para pensar a respeito de suas ambições e objetivos que vão além do trabalho e leve em consideração essas informações na hora de organizar suas férias. As nossas emoções são governadas no cérebro pelos chamados sistemas motivacionais e, ao fazermos boas escolhas a respeito daquilo que nos agrada e interessa verdadeiramente, favorecemos a ativação do Sistema Motivacional Apetitivo. Esse sistema é conhecido por coordenar comportamentos de aproximação e pela sua relação com as emoções positivas. Ou seja, quando priorizamos atividades que levam em conta nossas verdadeiras ambições e interesses, nos colocamos em contato com aquilo que nos motiva positivamente, potencializando as respostas de prazer e relaxamento. Além disso, ao fazer essas escolhas conscientemente também ajudamos a reduzir o estresse. Isso acontece pois investir naquilo que nos motiva traz uma sensação saudável de controle sobre a rotina, ao contrário daquela sensação de que estamos sendo levados por um dia a dia muitas vezes intenso e vazio em termos de realização e significado.

Autocuidado é um desses termos que está na moda, mas é difícil de colocar em prática. Devemos aprender a nos conectar com aquilo que faz sentido para nós, nossas motivações e assim fazer boas escolhas que nos permitam fugir do piloto automático. Seja arrumar os armários, investir em um novo hobby ou encontrar amigos e familiares, saber identificar nossas paixões e desejos é fundamental para que possamos viver experiências mais significativas durante esse período.

Aposto que agora será mais fácil aproveitar as próximas férias, mas não esqueça de que é importante manter-se flexível. Essas atividades devem ser fonte de felicidade e não se transformar em mais uma lista de afazeres. E sabe o que mais? Essas dicas também servem para nossa rotina! Fazer planos para o final do dia, finais de semana e feriados também são práticas que favorecem nosso bem-estar.

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