Diana Gabanyi | Você RH

Temos metas para tudo, de carreira e finanças à saúde. Especialmente no início do ano. Mas uma coisa é estabelecer metas, outra é definir como alcançá-las.

Para isso, precisamos pensar em algumas perguntas que parecem simples de serem respondidas, mas não são. O que exatamente queremos alcançar? O que estamos dispostos a sacrificar ao longo do caminho? Ao equilibrar esforços com metas sustentáveis, podemos alcançar objetivos significativos que servirão de base para o nosso crescimento a longo prazo.

Gosto de lembrar uma história do autor francês Victor Hugo. Ele tinha uma missão: escrever seu melhor romance no prazo de um ano. O ideal seria dividir o projeto em pequenas etapas e trabalhar de forma consistente ao longo dos 12 meses para concluir sua obra-prima. Mas a realidade foi bem diferente. Victor viajou, foi a festas e desfrutou dos prazeres da vida durante a maior parte do ano.

Quando o editor apareceu para cobrá-lo, Victor não havia escrito uma única palavra, mas conseguiu postergar o prazo de entrega em seis meses. Era hora de agir. Como alcançar o novo objetivo, após fracassar tanto na primeira tentativa? Ele tomou medidas radicais para vencer sua procrastinação: pediu a seu assistente que guardasse todas as suas roupas, exceto uma capa grande. Sem seus trajes elegantes, ele não poderia mais sair de casa. Ele não teria escolha a não ser começar a escrever. Seis meses depois, ele concluiu um clássico: “O Corcunda de Notre-Dame”.

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Aceite a imperfeição

A história de Victor Hugo é divertida, mas também fala de uma verdade universal: como humanos, somos profundamente imperfeitos. Muitas vezes, leva tempo e esforço para agir de acordo com nossos melhores interesses. Os gregos antigos tinham uma palavra para esta falta de autocontrole: acrasia. Se você já estabeleceu uma meta de ano novo – comer bem, ser menos consumista, fazer exercícios, ler mais – e falhou, conhece perfeitamente esse sentimento.

Alcançar metas merece reconhecimento porque é mesmo algo difícil. Isso não significa que devemos desistir. Tenho aprendido com a The School of Life que cada meta é única – em escala, importância e esforço necessário. Assim como cada pessoa que traça um objetivo, seu contexto e seus recursos disponíveis são únicos.

Não é receita de bolo

O mundo seria muito diferente se existisse uma fórmula para alcançar os nossos objetivos. Não há. Mas tenho aprendido que o caminho até o cumprimento de uma meta pode ser facilitado com algumas estratégias:

Tenha clareza em relação às suas intenções;
Seja consistente nas ações que se propuser a fazer, sempre que possível, com pequenos passos de evolução;
Planeje como alcançar o objetivo de acordo com sua rotina – e não a complique demais;
Elimine as distrações no momento em que o foco for essencial.

Será muito mais difícil comer de maneira saudável, por exemplo, quando o seu armário estiver cheio de guloseimas. Vai ser mais complicado focar em um livro quando você estiver com dez abas abertas no seu navegador de internet. Também vai ser difícil concluir aquele e-mail importante se o celular estiver ao alcance da mão. Na dúvida sobre como manter o foco no seu objetivo, adote a atitude mais simples: elimine as possíveis distrações.

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Lembre sempre das suas prioridades. Como disse a autora francesa Anais Nin, “saber que somos responsáveis por nossos atos e nossas atitudes não precisa ser desanimador, pois também significa que somos livres para mudar esse destino”.