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Edwiges Parra

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Psicóloga e professora de educação executiva da FGV, especialista em saúde mental corporativa e dependências tecnológicas
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Você conhece a geração dos “perennials”?

Entenda quem são essas pessoas e por que a idade não deveria ser um fator tão determinante para traços de personalidade e comportamento neste novo mundo

Por Edwiges Parra, colunista de VOCÊ S/A
Atualizado em 18 jul 2021, 09h23 - Publicado em 16 jul 2020, 06h30
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  • Quando atuava como profissional de RH, o que durou um pouco mais que 15 anos, eu nunca gostei de rotular o indivíduo por sua idade ou pela geração a que pertencia. Até porque o ser humano é muito complexo para limitar-se a uma simples cronologia do tempo.

     Mas acredito que todos vocês já ouviram falar dessas gerações: 

     Segundo os pesquisadores geracionais, cada período histórico influencia, com seus principais acontecimentos e inovações tecnológicas, aspectos como personalidade, comportamento, padrões e valores sociais.

    Eu até concordo quando nos referimos ao fator influência, mas não quanto ao determinismo. Acreditar nisso seria ignorar todo período evolucionista da história humana.

    Por isso é interessante notar que, a partir de 2016, um novo termo veio à tona: perennial. Ele foi cunhado por Gina Pell, chefe de conteúdo da newsletter e do site The What, e quer dizer “aqueles que não tem idade”, ou seja, que são perenes.

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     Esses indivíduos atemporais têm um estilo de vida que contém gostos e hábitos de diversas faixas etárias e, para lidar consigo mesmo, com os outros e com o ambiente, não se baseiam em aspectos geracionais – mas na forma como percebem a si mesmo. Ou seja, de acordo com sua identidade social. É uma nova geração, completamente atemporal.

     Por que o mercado precisa dos perennials

     Essas pessoas são entusiastas, curiosas e experimentam a vida. Gostam de aprender, de desenvolver novas habilidades e conhecimentos e de se relacionar com diferentes idades. Apresentam um gosto para o risco, para a ousadia, possuem mente aberta e visão sistêmica. Ou seja, a idade não importa. É a atitude que conta.

     De acordo com Gina Pell, esse tema se tornou relevante nos dias atuais porque estabeleceu-se uma crença que a geração millennial é sinônimo de tecnologia e inovação. E que pessoas acima de 40 anos representem o oposto disso, fazendo-as se sentirem irrelevantes. Segundo ela, “por que alienar as pessoas fora dessa margem muito pequena? Quando é muito mais fácil encontrar semelhanças entre gerações e vender isso?”

    Quando fazemos essas separações, estamos criando rótulos e nos limitando cada vez – o que é disfuncional em todas as esferas seja no trabalho, na família ou nas relações sociais.

     Precisamos ser mais inclusivos. Ainda mais porque há estimativa de que, em 2025, existirão 35 milhões de pessoas com mais de 60 anos no Brasil e, em 2050, um em cada três brasileiros pertencerá a essa faixa etária.

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     Quanto mais amplitude de pensamento, experiência, flexibilidade cognitiva e curiosidade e gosto por interagir com pessoas de diferentes faixas etárias, maior será a nossa maturidade e habilidade emocional – ou seja, maior a inteligência emocional. E esta é um diferencial no mundo do trabalho, principalmente para lidar com as diversidades e adversidades.

    Vejam o cenário atual e desafiador em que vivemos no momento: se não tivermos sabedoria e maturidade emocional não conseguiremos atravessar essa jornada evolucionista que a sociedade e o ser humano estão vivenciando.

     A mensagem final que deixo para todos é: não se concentrem na idade. 

    Reinventar-se não tem idade. Enquanto houver vitalidade, há longevidade, possibilidades e prosperidade.

     O mundo precisa de pessoas dispostas, abertas, produtivas, com maturidade para arregaçar as mangas e construir uma sociedade próspera, com saúde física e mental.

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    Assinatura Edwiges Parra
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