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Dez passos para desenvolver a autoliderança

Liderar envolve um processo educativo comportamental que se inicia com o reconhecimento do líder sobre o exercício de sua gestão

Por Letícia Furlan
Atualizado em 14 mar 2022, 15h54 - Publicado em 20 jan 2022, 07h35
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  • Do dia para a noite, a pandemia da covid-19 provocou grandes mudanças na vida das pessoas. Entre tantas turbulências e novidades, fomos obrigados a lidar com os desconfortos e problemas que ignoramos ou adiamos por anos.

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    No livro Inovação Emocional (Editora Gente, 34,60 reais), a escritora e CEO do Centro Hoffman, Heloísa Capelas, faz um paralelo entre a reciclagem e a inovação emocional e convida os leitores a encarar seus “lixos” de frente. Com a reciclagem de sentimentos, segundo a autora, é possível transformar todo o lixo emocional em inovação.

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    Heloísa deixa claro que a jornada é longa e, por vezes, pesada, já que haverá um contato maior com emoções mais arraigadas — algumas que nos acompanham desde a infância. Em um bate-papo com a VOCÊ RH, a escritora explicou como realizar esse processo e como ele pode ser benéfico não só para as relações pessoais, mas também para as profissionais. Ao final da entrevista, ela ainda detalhou os dez passos para desenvolver a autoliderança.

    O que a reciclagem emocional tem a ver com a inovação?

    A busca por inovação é uma constante na sociedade moderna e faz todo sentido, afinal, estamos mesmo precisando encontrar novas soluções para alguns dos nossos mais antigos problemas. No entanto, nos últimos anos, fui percebendo que as pessoas estão fazendo um movimento de fora para dentro — elas querem inovar no trabalho, inovar nos processos, inovar nas descobertas, sem, antes, inovarem a si mesmas. Então, o tema da Inovação Emocional traz, justamente, essa abordagem: como é que podemos dar início a um processo intenso e sustentável de inovação a partir de nós mesmos e de nossas próprias vidas? Como podemos inovar na forma como gerenciamos nossas emoções e comportamentos, assumindo a responsabilidade por nossas decisões e saindo do vitimismo?

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    Assim, os leitores são convidados a realizar uma ampla reflexão sobre suas vidas e escolhas: se estão felizes com seus casamentos (ou com a vida de solteiro); se vivem bem no trabalho e sentem prazer naquilo que fazem; se conseguem um tempo livre diariamente para cuidar de seus filhos ou se dedicar às atividades que lhes proporcionam bem-estar; se estão se alimentando bem; se conseguem dormir sem tristeza ou ansiedade; se estão conseguindo viver em sintonia com seus propósitos de vida. As pessoas em geral têm medo de se aprofundar nessas questões, medo do que vão descobrir sobre si mesmas e sobre suas vidas, mas, querendo ou não, as dificuldades sempre aparecem, mais cedo ou mais tarde. A pandemia é um excelente exemplo disso: do dia para a noite, estávamos trancados em nossas casas, tendo que lidar com os desconfortos e problemas que ignoramos ou adiamos — e que, de repente, precisavam ser resolvidos e encarados de frente.

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    Portanto, o convite é também para que as pessoas passem a aceitar o processo de mudança que se intensificou com a pandemia e que olhem para o lixo gerado com outros olhos, de forma que compreendam o impacto de seus gestos. Nem o lixo gerado em casa desaparece, nem o lixo emocional. A única opção possível, sustentável e saudável para ambos é a reciclagem. É preciso assumir a responsabilidade pelo impacto que estamos gerando no meio ambiente, nas nossas relações e, em primeiríssima instância, nas nossas próprias vidas se quisermos reverter o quadro.

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    De que forma o lixo emocional se relaciona com os comportamentos negativos, compulsivos e automáticos?

    O lixo emocional é a causa e consequência dos comportamentos negativos, compulsivos e automáticos. Porque estamos engajados em formas inconscientes de reagir aos acontecimentos, nós vamos espalhando nosso lixo emocional por aí, contaminando a nós mesmos e as nossas relações.

    A minha defesa, portanto, é que inovação e lixo são parte da mesma ideia. É tudo uma questão de reciclagem. Quando estamos vivendo nessa corrida de ratos da vida moderna, das pressões de conquistar, consumir e entregar, estamos acumulando muito lixo – tanto físico, quanto simbólico. Acumulamos lixos emocionais que geram desgaste, frustração, impotência, degradam relações e nos fazem perder o eixo de quem somos e do que realmente queremos. A montanha de lixo emocional que construímos fica tão alta que não dá para enxergar o que existe no horizonte. E, refletindo sobre isso, enxerguei que nossa relação com o lixo, material ou emocional, é uma verdadeira barreira para a inovação.

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    A maneira de romper com esse círculo vicioso é tornar conscientes os comportamentos que, hoje, são inconscientes. Perceber a si mesmo, reconhecer os próprios comportamentos infantis e assumir a responsabilidade pelas próprias escolhas são ações essenciais para que se possa reduzir o lixo emocional gerado e gerar inovação.

    Como este acúmulo pode afetar a saúde mental?

    Consciente ou inconscientemente, há quem plante o pensamento de “ser um lixo”, o que fatalmente gera ansiedade e depressão. É ainda muito comum as pessoas não assumirem que estão insatisfeitas com a própria vida ou com as próprias relações porque não encontram energia para abrir e mexer na grande composteira de sentimentos. O casamento esfriou, o filho dá trabalho, a carreira não vai para frente, o dinheiro está curto, mas mudar para quê? É tão arriscado. Não vale a pena. Diante desse conformismo, a ansiedade e a depressão acabam surgindo, porém, muitas pessoas preferem esconder tudo isso debaixo do tapete, o que só faz aumentar o problema. Porque não fomos treinados a encarar e aceitar nossas vulnerabilidades e nossos pontos fracos, tentamos escondê-los a qualquer custo — sem perceber que o preço que pagamos por isso é altíssimo.

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    E como afeta o trabalho?

    O autoconhecimento se tornou fundamental, pois é através dele que líderes e colaboradores podem obter mais êxito diante dos desafios profissionais. Quando um líder se conhece de verdade, consegue gerenciar as suas emoções e, consequentemente, os seus comportamentos e aprender a lidar com os seus colaboradores.

    Há hoje também uma tendência de que as empresas estimulem seus colaboradores a buscar o autoconhecimento ao investirem em programas e treinamentos que promovam a saúde mental e emocional. Muitas companhias do Brasil e do mundo “perdem” seus profissionais mais brilhantes porque os esgotam emocionalmente.

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    O que a discussão trazida no livro tem a ver com a liderança?

    As discussões apontadas no livro têm total relação com a chamada autoliderança. Tudo porque uma pessoa só pode passar a gerenciar suas emoções e tomar as rédeas de seus comportamentos a partir do momento que passa a ter total entendimento sobre suas reações perante toda e qualquer situação, ou seja, encarando os desafios de frente. Algumas das dicas que destaco para esse processo são:

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