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Sua empresa não estará preparada para o futuro sem seguir esses 6 passos

O mundo exigirá mais humanidade, valores e consciência. Para isso, é necessário ampliar a visão para além do dinheiro e buscar mais valor para as companhias

Por Delphine Gibassier*
23 Maio 2021, 08h00

Hoje em dia, as empresas ainda são gerenciadas em função dos resultados financeiros e da contabilidade financeira. Mas o mundo está mudando, e a pandemia destacou ainda mais a necessidade de mudar para superar os futuros desafios.

A linguagem dos negócios tem que mudar e as empresas têm quem tomar em conta uma variedade de capitais na equação: humano, intelectual, social e ambiental. Algumas empresas já estão à frente do jogo, por exemplo, Danone, que mudou de status para ser uma “Empresa com uma Missão” no ano passado. Mas muitas outras estão ficando para trás. Portanto, aqui estão seis propostas para os diretores financeiros refletirem e, com sorte, agirem.

1. Ter uma visão mais ampla

As empresas devem ampliar seu campo de visão, deixando o ponto de vista de capital único para tomar em conta vários capitais. Elas devem incluir no seu capital o impacto ambiental e social, entre outros. A empresa de agronegócios Olam, por exemplo, avalia seu capital por meio de sete medidas: capital financeiro, social, humano, manufaturado, natural, intangível e intelectual, com o objetivo de criar valor de longo prazo; a empresa de alimentos Danone foca em seu capital da saúde e a empresa de mídia Vivendi em seu capital cultural desde 2013.

Mais de 1.500 empresas em todo o mundo adotaram um integrated reporting model (modelo de relatório integrado), tomando em conta seis capitais. Muitos modelos de contabilidade “multi-capitais” foram desenvolvidos sob o impulso da International Integrated Reporting Council e da Capitals Coalition, um grupo de organizações que incentiva a integração de vários tipos de capital no processo de tomada de decisão dos sistemas .

2. Usar uma nova bússola

Segundo Kate Raworthm que desenvolveu o conceito da “economia Donut”, as empresas devem operar com consciência dos limites ambientais do planeta e das necessidades sociais fundamentais, como acesso à saúde ou educação para todos. Os gerentes podem usar a “bússola Donut” para guiar sua organização na direção certa. No entanto, hoje, apenas 1.040 empresas estão comprometidas em agir para alcançar os objetivos climáticos (que não deve ultrapassar 2 – 1,5 ° C de aumento de temperatura), enquanto todos deveriam estar usando esta bússola. Algumas empresas usam a “bússola Donut”, como Olam, mencionada acima, ou a empresa do agronegócio Alpro, que, por meio de seu trabalho com o WWF, ajudou a criar métodos de cálculo da diversidade da agua e do planeta para limitar o impacto das empresas na flora e na fauna.

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3. Aplicar a contabilidade transformadora

A nova contabilidade deve ser transformadora e focar no futuro. Não é para olhar no espelho retrovisor mas para o horizonte. Assim, os indicadores de desempenho terão que ser reorientados: os que mostram o desempenho passado não são mais suficientes para avaliar se as empresas estão realmente enfrentando os desafios de amanhã – a IIRC Framework pediu isso desde 2013, a Task Force on Climate-related Financial Disclosures desde 2017: a necessidade urgente de trabalhar em cenários para futuro, incluindo objetivo dos acordos de Paris de 2°C.

4. Substituir diretores financeiros por “diretores de valor”

Os diretores financeiros (CFOs) se tornarão “Chief Value Officers” (CVOs), atuando como parceiros e focando na criação de valor múltiplo. O “Chief Value Officer” compartilhará com as equipes de liderança e de gestão os resultados da contabilidade “multi-capitais” para ajudar a tomar decisão na estratégia de longo prazo da empresa. O CVO guiará a evolução do modelo de negócios em direção a um modelo mais abrangente e resiliente. Tudo isto não é mero um desejo utópico.

Para várias empresas já uma realidade: Olam (agronegócio), SSE (energia) ou ​​Orsted (energias renováveis) criaram modelos de contabilidade inovadores, com a suas equipes de Finanças dedicadas à Sustentabilidade. A associação Accounting for Sustainability criou uma rede de liderança de CFOs com CFOs que estão se tornando CVOs no Reino Unido, Canadá e Estados Unidos.

5. Desenvolver o modelo contábil de capital múltiplo

Tanto as grandes empresas quanto as pequenas e médias empresas (PMEs) devem seguir o caminho da contabilidade “multi-capitais”. Hoje, ferramentas estão disponíveis e podem ser personalizadas para cada empresa: por exemplo, a iniciativa ACT, apoia as PME em sua transição de baixo carbono. Novos contadores, treinados em modelo contábil de capital múltiplo, serão capazes de apoiar as PMEs neste novo mundo.

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6. Mudar radicalmente a formação das pessoas

E fundamental repensar a formação das pessoas que trabalham com números, para preparar esta nova geração de contadores, controladores de gestão e auditores internos e externos para os desafios de amanhã. Não precisamos mais ensinar métodos que vão cegar os futuros gerentes, pelo contrário, precisamos ensiná-los habilidades e ferramentas que os capacitarão a desenvolver os negócios no mundo de amanhã. O primeiro curso do mundo dedicado à transformação de equipes de contabilidade, controle e auditoria já está disponível na Audencia Business School.

* Professora de Contabilidade de Desenvolvimento Sustentável na Audencia Business School

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