Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Este CEO acredita que os próximos líderes sairão do RH

Eduardo Machiori, CEO da consultoria Mercer, conta como é liderar uma empresa de gestão de pessoas e afirma que o RH tem ganhado relevância nas organizações

Por Luciana Lima, da VOCÊ RH
Atualizado em 22 out 2024, 12h46 - Publicado em 10 jul 2019, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Trabalhar em uma empresa que tem na gestão de pes­soas um de seus pilares é meu desafio e minha vantagem.” É assim que Eduardo Machiori, CEO da Mercer no Brasil, define seu trabalho à frente de uma das maiores consultorias do mundo.

    Completando um ano e meio no cargo, Eduardo chegou à cadeira de presidente depois de passar cinco anos no comando da Marsh, divisão de benefícios do Grupo Marsh & McLennan Companies.

    Durante o período, além de dobrar de tamanho, a unidade brasileira tornou-se a maior operação internacional do MMC. “No final, meu objetivo hoje continua sendo o mesmo: alinhar incentivos, colocar as pessoas certas nos lugares certos e destravar os nós para que o negócio prospere”, afirma Eduardo.

    Na entrevista a seguir, o executivo fala sobre os desafios da área de gestão de pessoas e das questões da própria Mercer diante das transformações tecnológicas e do cenário da economia brasileira.


    Como você influencia a área de gestão de pessoas na Mercer?

    É meu principal assunto atualmente. E o que torna maior meu desafio é que nosso público interno é muito crítico e exige uma postura diferente de mim e de nosso RH. Então preciso ficar atento para ter, dentro de casa, a mesma excelência do que entrego a meu cliente.

    Continua após a publicidade

    Para isso, é necessário estar próximo não só do executivo de recursos humanos mas também dos gestores e empoderá-los, além de criar um ambiente colaborativo para os funcionários.

    E o que vocês têm feito para tornar isso possível? 

    Estamos fazendo várias ações nesse sentido, como derrubar o dress code, liberar a bermuda ou mesmo a mudança para nosso novo escritório [em março de 2019], que passou a ser aberto e deixou de ter mesas fixas. Não queremos perder a tecnicidade pela qual somos conhecidos, mas favorecer espaços mais informais.

    Sabemos que estar em um ambiente mais aberto e aconchegante possibilita maior troca entre o time, o que é fundamental em um mundo com problemas cada vez mais complexos e sem respostas únicas.

    E, sobretudo, acreditamos que essas ações reforçam valores como accountability e transparência, algo que tenho olhado com atenção.

    Continua após a publicidade

    *Assine a newsletter de VOCÊ S/A e da VOCÊ RH neste link      

    O crescimento do mercado de HRtechs é uma ameaça para as consultorias tradicionais?

    Nós temos nos aproximado do ecossistema de startups, não só de RH mas também financeiras, de seguros e de outros segmentos.

    Em Nova York, por exemplo, temos uma incubadora e, recentemente, também adquirimos a Mettl, startup de assessment, e a Darwin, de benefícios flexíveis.

    No Brasil, vários dos novos executivos são mentores de empreendedores, e nós buscamos entender como ajudá-los em seus desafios, como o de crescer rapidamente e estruturar processos. Nosso posicionamento é ter essas empresas como aliadas, e não como ameaças.

    E, embora 90% das vezes tenhamos soluções dentro de casa, eventualmente consideramos contratá-las como parceiras em questões específicas de clientes. Em paralelo, porém, acreditamos que a transformação digital da Mercer, como em qualquer empresa, seja um binômio.

    Continua após a publicidade

    Não adianta só implantar a tecnologia sem preparar o time, porque, se estiverem ameaçadas, as pessoas não vão abraçar as inovações nem mudar o mindset.

    No final, você pode até ter torcida contra dentro de casa. Por isso estamos mapeando se nossos funcionários e nossa cultura estão prontos para a digitalização. Acredito que teremos novidades em breve sobre isso.

    De acordo com o último Estudo Global de Tendências, publicado pela Mercer, cerca de 88% dos executivos acreditam que sua empresa terá alguma disrupção importante nos próximos três anos. Esse percentual era de 44%. Como o RH capitaneia essa mudança?

    Está muito clara na cabeça dos CEOs essa proximidade com a inovação. O executivo de recursos humanos hoje, para ter protagonismo na transformação das empresas, precisa entender a concorrência e ter uma estratégia que atraia e desenvolva as competências necessárias para esses novos negócios.

    Se ele não tiver clara a importância que tem no processo, isso não vai impactar só o RH, mas toda a empresa. Acredito que temos executivos fazendo muito bem esse trabalho e, no futuro, a boa gestão de pessoas será tão impactante para os negócios que veremos CEOs saindo do RH.

    Continua após a publicidade

    Por que você acredita nisso?

    É uma evolução. Ora, se falamos que as pessoas são o maior ativo das empresas e se a área de gestão de pessoas de fato consegue movimentar o capital humano para atingir grandes objetivos, como dar esses saltos nos negócios, nada mais natural do que valorizar os profissionais responsáveis por cuidar desses talentos.

    O RH tem uma importância grande para a sobrevivência das organizações, mas esse papel transcende as empresas, é social também. O Brasil tem uma carência de eficiência, de desenvolver habilidades para os profissionais do futuro, e esse papel, além do governo, também é da iniciativa privada.

    Diante do cenário brasileiro, de lenta recuperação econômica, o que os executivos de gestão de pessoas podem esperar nos próximos anos?

    Grande parte da agenda das áreas de remuneração e benefícios era voltada para custo e eficiência. Passado esse período, que ajudou a fazer o dever de casa e a otimizar o que poderia ter espaço, o momento atual é de inflexão.

    Continua após a publicidade

    O desemprego não vai cair do dia para a noite, mas a expectativa, principalmente com a aprovação da reforma da Previdência, é de um retorno das contratações e dos investimentos.

    Diante disso, surgem discussões nas companhias: se o Brasil voltar a crescer, como eu me preparo? Quais áreas são estratégicas? Com o aquecimento do mercado posso aumentar meu turnover?

    Ainda há uma agenda de eficiência, mas as empresas que têm sucesso são as que se antecipam e começam a discutir esses pontos no planejamento estratégico deste semestre, por exemplo.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Você RH impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.