Homens pedem salário 77% maior do que mulheres para ocupar cargos de diretoria
Eles também são maioria entre os aspirantes a vagas de liderança, segundo um levantamento do Grupo Hub.

Homens dominam as candidaturas para cargos de liderança, segundo um levantamento realizado pela plataforma Hub Labs, do Grupo Hub. Eles representam 60% dos candidatos para vagas de gerência e coordenação, e 53,2% dos candidatos para vagas de diretoria.
Eles também têm pretensões salariais mais ambiciosas: em média, solicitam uma remuneração 77% maior do que a exigida por mulheres para posições de diretoria. Para cargos de gerência, a discrepância é de 8,3%. (Na faixa da coordenação, as pretensões salariais entre os sexos praticamente se equiparam.)
E mais: homens que se candidatam a cargos de diretoria ganham, em média, 60% a mais que as mulheres (R$ 16 mil versus R$ 10 mil). Entre os aspirantes a cargos de gerência, a diferença é de 42% (R$ 9,6 mil versus R$ 6,7 mil). Quando o desejo é a coordenação, a discrepância salarial é de 17,6% (R$ 5,5 mil versus R$ 4,7 mil).
O levantamento considerou 2.789 profissionais de cinco setores: varejo, bens de consumo, indústria, agronegócio e tecnologia.
“Muitas mulheres só se candidatam a oportunidades quando sentem que estão 100% preparadas”, afirma Inara França, gerente de RH do Grupo Hub, em comunicado à imprensa. “Os homens se arriscam mais.” Na opinião da executiva, esse padrão existe porque as mulheres são “cobradas e corrigidas com mais rigor desde cedo, enquanto os meninos têm mais liberdade para errar e aprender com o tempo”.
Além disso, a pretensão salarial dos profissionais tende a ser influenciada pela remuneração atual – e as mulheres ganham menos que os homens. Se elas pedem menos, e as empresas aceitam o valor sem revisão, a disparidade salarial continua. É um ciclo vicioso, explica Inara. “E o mercado não vai quebrar este ciclo sozinho. As empresas precisam fazê-lo de forma estratégica e intencional.”