A saúde mental está realmente entrando na pauta estratégica das empresas. Pelo menos é isso o que indica uma pesquisa feita pela Gupy, plataforma de recrutamento online, em parceria com a consultoria Ideafix, que ouviu 500 profissionais de RH de todo o Brasil. Segundo o levantamento, 54% dos entrevistados acreditam que a segurança psicológica será um dos principais indicadores de recursos humanos no futuro – ao lado do indicador de sustentabilidade, diversidade e inclusão.
Mas como criar um local de trabalho psicologicamente seguro? Primeiro, é preciso compreender o conceito. “Um ambiente de segurança psicológica é aquele em que as pessoas não têm medo ou receio de se expor, de compartilhar as suas opiniões e sentimentos e de expressar sua identidade”, diz Mariana Dias, CEO e fundadora da Gupy. “É algo que envolve toda a empresa. Por isso, o primeiro passo é tornar a segurança psicológica parte da cultura corporativa, de maneira que ela ajude a guiar as decisões em todos os níveis da empresa – desde indicadores de desempenho e treinamentos das lideranças até a definição de rituais e de benefícios corporativos”.
No entanto, isso só é alcançado quando as companhias realmente entendem a importância da segurança psicológica. “As pessoas são o ativo mais valioso das empresas e em um ambiente inseguro elas não poderão ser a melhor versão de si mesmas, o que pode não só inibir a criatividade e a produtividade, mas impactar negativamente na saúde mental”, diz Mariana. “Ouvir as pessoas, ter uma liderança humanizada que seja empática e promova o acolhimento quando necessário, e ter um canal seguro para reclamações e denúncias são algumas das iniciativas mais importantes para que essa cultura se fortaleça e gere resultados no ambiente de trabalho”, explica a CEO.
Diversidade e saúde mental são as maiores preocupações
O levantamento da Gupy mostra ainda que as duas maiores preocupações dos executivos de RH no momento são diversidade e saúde mental. Para trabalhar essas questões, a liderança precisa entender como está o momento atual da empresa. “No caso da diversidade, é possível realizar um censo com a ajuda de uma consultoria para entender como está a diversidade da equipe atualmente”, diz Mariana. Isso ajuda a tirar uma fotografia do cenário atual, entender o que é preciso melhorar e a traçar metas de transformação.
A saúde mental também vai pelo mesmo caminho: os funcionários têm que ganhar voz para externar seus sentimentos. “É possível fazer uma pesquisa (de preferência anônima) para entender como os funciona´rios estão se sentindo e encontrar os principais problemas que precisam ser resolvidos”, explica Mariana. Esse passo também auxilia na construção de um local de trabalho psicologicamente saudável. “Não adianta só oferecer auxílio para terapia ou criar rituais de meditação. É preciso rever o modelo de gestão, os processos e avaliar as lideranças. Em alguns casos, vale até mudar escopo de trabalho das pessoas para gerar um ambiente saudável e uma rotina que não sobrecarregue e permita que cada um extraia o melhor de si mesmo no trabalho e na vida pessoal”, diz Mariana.