Brasil à flor da pele: afastamentos por saúde mental crescem 28% no 1º trimestre
Levantamento da VR pede calma aos ambientes corporativos: ansiedade é o motivo de 90% dos atestados no começo do ano.

Um levantamento da VR, ecossistema de serviços para trabalhadores e empregadores, aponta que o número médio de afastamentos mensais por problemas de saúde mental nas empresas aumentou 28% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com a média de 2024. Entre janeiro e março de 2025, foram registrados 1.088 afastamentos, o que equivale a 363 casos por mês, ante os 283 mensais observados ao longo do ano anterior.
Os dados foram coletados junto a uma base de quase 30 mil empresas clientes da VR, representando mais de 1,2 milhão de trabalhadores que registram sua jornada e precisam apresentar atestados médicos para justificar ausências. Os números também revelam que os afastamentos nos três primeiros meses de 2025 somaram 3.149 dias de ausência nas empresas.
Transtornos de ansiedade seguem como os principais diagnósticos
Dos códigos CIDs (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) reportados nos atestados de afastamento entre janeiro e março deste ano, 57% dizem respeito a episódios de ansiedade. Na sequência, aparecem o transtorno de ansiedade generalizada (18%), o transtorno misto ansioso e depressivo (17%) e os episódios depressivos leves, graves ou recorrentes (7%).
Os dados mostram que a ansiedade, em suas diferentes formas, é responsável por mais de 90% dos casos reportados no início de 2025.
Indústrias e regiões mais afetadas
O levantamento também revelou os setores com maior incidência de atestados médicos relacionados à saúde mental. O segmento de varejo e comércio lidera com 20% dos casos, seguido por consultorias (12%), saúde (12%), indústria (10%) e construção e imobiliárias (10%).
Geograficamente, o estado de São Paulo concentrou 47% dos afastamentos, seguido por Paraná (9%), Santa Catarina (5%), Rio de Janeiro, Goiás, Rondônia e Distrito Federal (todos com 4%). A região Sudeste se mantém como a mais afetada, reflexo da densidade populacional e da concentração de empresas.