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Vívian Rio Stella Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Doutora em Linguística pela Unicamp. Idealizadora, curadora e professora da VRS Academy, pesquisa e desenvolve trabalhos voltados à lifelong learning
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Comunicação Não Violenta: como usar essa técnica para aumentar a empatia

Escutar e ser empático não é ser bonzinho, mas criar espaços e deixar o outro se expressar. E a Comunicação Não Violenta traz ferramentas para isso

Por Vívian Rio Stella, colunista de VOCÊ RH
14 set 2021, 07h00

“Sempre vejo anunciados cursos de oratória.
Nunca vi anunciado curso de escutatória.
Todo mundo quer aprender a falar…
Ninguém quer aprender a ouvir.
Pensei em oferecer um curso de escutatória,
mas acho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil.”

Rubem Alves

Rubem Alves se surpreenderia com tantas pessoas querendo – e precisando – aprender a escutar. Mas ainda afirmaria que essa habilidade é complicada e sutil, ainda mais em tempos de infoxicação, excessos de conteúdos e muitas vozes precisando ser ouvidas.

Seja nas relações familiares, amorosas ou profissionais, criar espaços de escuta propiciaria mais diálogo, em vez de apenas termos monólogos ou conversas sem conexão efetiva. E não é simples, porque requer mudar o mindset: da comunicação como transmissão de conteúdo, de uma predisposição em aconselhar ou provar o próprio ponto, da lógica comando-controle e de autoritarismo como formas de conseguir o que se quer. Mais do que isso, é preciso uma boa dose de coragem. Como dizia Winston Churchill, é preciso coragem para levantar e falar; é também preciso coragem para sentar e escutar.

Há quem associe a escuta com ser bonzinho/boazinha ou permissivo/a. E é aí que mora uma outra confusão: escutar e ser empático não é ser simpático nem se colocar no lugar do outro, pois o risco é querer resolver o problema da outra pessoa com base na sua forma de ser e ver o mundo. Empatia requer criar espaço, deixar o outro se expressar, exercitar o seu sentir, perguntar, construir junto. Como bem nos ensina Brené Brown, a empatia não nos torna bons, ela nos faz bem; é um grande antídoto para a vergonha e um incentivador para a coragem de ser imperfeito.

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Mas veja que contradição: escutar de forma empática requer pausa, presença, atenção e vivemos num mundo acelerado, com pressa para cumprir agendas desumanas, agindo no modo piloto automático mesmo em momentos de lazer.

A força da Comunicação Não Violenta

Talvez por isso a Comunicação Não Violenta (CNV) tenha ganhado grande proporção em diferentes contextos, dos profissionais aos familiares. Vista muitas vezes como um método, com passos a serem seguidos, pode tornar concreto o que é, afinal de contas, vivenciar a escuta e a empatia.

Mas é preciso compreender observação, sentimentos, necessidades e pedido não como passos, dicas ou um método pelo método. Marshall Rosenberg, psicólogo e autor que sistematizou e disseminou a CNV, já alertava ser esse um instrumento eficiente e oportuno para capacitar aqueles que visam se autoeducar para restabelecer confiança mútua entre pessoas, instituições e países. A CNV é profunda, transformadora, propicia novos meios de ser e estar no mundo, se baseia no princípio da não violência (não violar o espaço do outro), é uma via de autoconhecimento, permite abrir canais de diálogo em situações de conflitos e nas situações mais corriqueiras.

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Vivenciá-la requer mais uma boa dose de coragem, de reconhecer quem somos e o que valorizamos, nomear sentimentos que nem sempre conhecemos, ouvir e perceber que nem sempre compartilhamos valores mesmo com quem mais convivemos e amamos, quanto mais com quem não temos afinidade e convivemos apenas por relações de trabalho.

Por que enfatizo isso nesta coluna dedicada à Comunicação Não Violenta? Porque mais do que lembrar dos pilares e usá-los sistematicamente, lembre de perceber em você e no outro o que está vivo em cada interação. Só assim é possível criar pontes e não muros entre as pessoas; sair do vitimismo e da culpabilização e passar a atuar de forma corresponsável, praticando a auto empatia e a empatia com o outro.

Vale fazer essa escolha corajosa. De sentar, estar presente, escutar. Em alguns dias, será difícil, conflituoso, e ali serão criadas pontes. Em outros dias, será enriquecedor, leve, e ali também serão criadas pontes. Com a arte da escutatória, poderemos colher ambientes de mais diálogo, colaboração, confiança e diversidade de ideias, ações e modos de ser e estar no mundo. O presente que podemos nos dar e dar aos outros é transformar em leveza desafios diários de comunicação.

Assinatura de Vívian Rios
(VOCÊ RH/Divulgação)
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