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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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As 12 certezas do futuro do trabalho

Estudo aponta as mudanças que estão moldando o mundo corporativo e a importância de se preparar para elas

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
Atualizado em 4 nov 2022, 10h16 - Publicado em 4 nov 2022, 07h10
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stamos nos aproximando de mais um final de ano, período em que costumamos começar a olhar para o ano seguinte. É quando há o questionamento do que deve mudar no mercado no curto, médio e longo prazo, como deve ser o futuro nas empresas. É sempre difícil fazer uma previsão certeira, mas gostaria de compartilhar algumas reflexões com base no que tenho conversado com líderes e liderados no dia a dia do meu trabalho como headhunter.

Recentemente, acompanhei a apuração de uma pesquisa interessante sobre esse tema, realizada por meio da parceria entre FGV-EAESP, Grupo Stefanini, Talenses Group e MIT Sloan Review Brasil. Intitulado como “Dicotomias no futuro do trabalho”, o estudo se propôs a avaliar os diferentes graus de concordância das pessoas em relação a assuntos que permeiam o futuro do trabalho e como os gestores podem tomar decisões mais estratégicas em meio a tantas incertezas.

A pesquisa considerou a opinião de 508 executivos de todo o país avaliando 33 mudanças que vêm sendo apontadas como parâmetros do futuro do trabalho, agrupadas em quatro tópicos: natureza do trabalho, força do trabalho, execução do trabalho e educação do trabalho. Desse conjunto de informações, destaco 12 que acredito serem úteis para lideranças interessadas em se preparar para o futuro:

12 certezas do futuro do trabalho

  1. A aposentadoria está mais distante e será menos comum entre os trabalhadores.
  2. As habilidades comportamentais serão indispensáveis para progredir na carreira e aumentar a remuneração.
  3. O trabalho será marcado pela cooperação direta entre humanos e máquinas.
  4. Os profissionais vão preferir trabalhar mais tempo remotamente a estar no escritório.
  5. O modelo de “trabalhar de qualquer localidade” terá relevância no aceite de uma proposta de trabalho.
  6. O engajamento dos profissionais será o maior desafio das empresas.
  7. Os trabalhadores irão valorizar cada vez mais a saúde mental e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
  8. Os trabalhos e as tarefas rotineiras serão automatizados.
  9. Trabalhos humanos intensivos que exigem criatividade e inovação serão altamente valorizados e bem remunerados.
  10. Haverá grandes mudanças nas relações de trabalho contratuais com alto uso e valorização de acordos temporários e flexíveis.
  11. As inovações tecnológicas exigirão uma constante requalificação da força de trabalho.
  12. Os profissionais estarão constantemente aprendendo e desenvolvendo novas habilidades, em vez de se preocupar com novos diplomas.

Em contrapartida, quando olhamos para as dicotomias, ou seja, as premissas que tiveram as maiores dispersões de pensamentos, vemos itens como: “empresas buscarão cada vez mais ativamente possuir políticas de diversidade e inclusão”, “habilidades digitais serão comoditizadas a curto prazo”, “o equilíbrio entre vida pessoal e profissional será mais importante na cultura da empresa e para o engajamento dos colaboradores” e “o mercado irá desempenhar um papel cada vez mais ativo na educação e qualificação dos trabalhadores”. Sobre essas afirmações, o público ficou bem dividido, mostrando incertezas.

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Um tema que gerou o maior antagonismo na pesquisa diz respeito a seguinte afirmação: “gestores não serão mais necessários porque os profissionais se tornarão crescentemente mais autônomos e responsáveis”. Eu, particularmente, ainda não acredito que de fato chegaremos a não ter mais gestores dentro das organizações. Tendo a crer na evolução da relação entre líder e liderado para um patamar cada vez mais de parceria, em vez de ordem e comando. Mas entendo que, em alguma faixa da pirâmide ou etapa de uma ação ou projeto, sempre teremos alguém com a missão de orquestrar o time.

Extinção de cargos é algo para estar no radar de empresas e profissionais

Quando penso no futuro do trabalho, a primeira reflexão que me vem à mente é com relação aos cargos que deixarão de existir. Isso não só por informações que adquiri por meio de leituras e conversas como por fatos reais ao nosso redor, como caixas de supermercado que foram automatizados e entregas que começam a ser feitas por drones. Sem falar nos veículos autônomos, que já estão em teste. Com relação à pequena aeronave não tripulada e controlada remotamente, ela já foi útil para levar comida a pessoas isoladas pela neve.

Dentro das empresas, a tendência é que, cada vez mais, a automatização e a inteligência artificial sejam aderidas para substituir humanos ou otimizar a operação em ações burocráticas, repetitivas ou estratégicas. E se esse é um futuro certo, minha recomendação é que as empresas mapeiem as necessidades de capacitação para realocação do seu time interno. Aos profissionais, sugiro uma autoavaliação sincera para entender onde podem ou devem melhorar para se destacar diante de candidatos concorrentes e da inteligência artificial. Paralelamente a isso, é importante que as lideranças e os profissionais de RH pensem no que fazer para evitar a desumanização da organização.

Habilidades comportamentais seguirão muito valorizadas

Seja qual for o rumo da tecnologia e a interferência dela no dia a dia de uma organização, as empresas continuarão precisando de profissionais que saibam se comunicar, colaborar, lidar com problemas e agir com resiliência e diplomacia, por exemplo. Isso quer dizer que as habilidades comportamentais seguem importantes tanto no momento da contratação de líderes quanto de liderados. Afinal, é mais fácil ensinar uma pessoa a operar um sistema do que garantir que ela vá atender um cliente adequadamente.

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Formato de trabalho: quanto mais liberdade de escolha, maior será o engajamento da equipe

A árdua escolha das empresas entre trabalho remoto, híbrido ou presencial continua em pauta. Entendo que cada empresa e cargo têm necessidades particulares. Mas o que vejo é que o modelo de trabalho oferecido tem interferido diretamente na decisão de um colaborador por ingressar ou permanecer em uma organização. Há um entendimento de que quanto mais liberdade de escolha nesse quesito, maior é o engajamento desse profissional, tendo em vista o maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional e o consequente aumento da qualidade de vida e da saúde física e mental. Então, é um tema sobre o qual vale pensar estrategicamente.

Enfim, existe uma série de reflexões que podem surgir da análise dessa pesquisa que citei. E acredito que, para nós profissionais, as primeiras reflexões devem ser: “Qual será o papel de cada um de nós nesse contexto?”; “O que eu devo fazer para me adequar a esse futuro do trabalho e garantir minha empregabilidade e diferenciação frente aos demais?”; “O que eu, como líder, posso fazer em prol dos meus liderados?”; “De que forma posso solicitar que a minha organização me apoie para ser um profissional melhor?”.

Tão ruim quanto não ter uma oportunidade de trabalho é não estar adequadamente preparado para quando ela se apresentar. Isso faz sentido para você?

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