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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group

Os impactos da inteligência artificial no papel dos líderes

Em breve, cada profissional terá uma equipe de agentes autônomos que não precisam de propósito, mas de parâmetros bem definidos e supervisão ética.

Por Isis Boge, colunista da Você RH
16 Maio 2025, 16h27
Fotografia de um empresário analisa gestão de dados corporativos por tecnologia de inteligência artificial de IA.
 (Supatman/Getty Images)
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Durante muito tempo, a grande pergunta era: “Você sabe usar inteligência artificial?”. Depois, o questionamento evoluiu para: “Você já está usando IA no seu dia a dia?”. Hoje, porém, essa não é mais a principal questão. A verdadeira virada está acontecendo agora – e ela exige outra pergunta: “Você está se preparando para gerir agentes de IA?”.

Essa mudança de perspectiva pode parecer sutil, mas é profunda. Se antes o desafio era explorar ferramentas específicas e construir bons prompts, agora estamos caminhando para um cenário em que cada profissional terá à sua disposição uma equipe de agentes autônomos, capazes de executar tarefas de ponta a ponta com supervisão mínima. O que muda? Tudo. Inclusive o papel do líder.

O relatório do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) sobre os horizontes da inteligência artificial já aponta com clareza essa transição. O documento indica que estamos saindo da fase de assistentes pontuais e entrando na “era de agentes autônomos” sob orientação humana – que, em breve, darão lugar a operações conduzidas majoritariamente por IA, com os humanos assumindo papeis estratégicos, interpretativos e criativos. É a evolução natural do trabalho, impulsionada por uma abundância cognitiva sem precedentes.

Existe IA para praticamente tudo: planejamento estratégico, análise preditiva, atendimento automatizado, gestão de tarefas, curadoria de conteúdo, criação de apresentações, relatórios, planilhas, redação, codificação… A lista cresce a cada dia. Plataformas como o There’s an AI for That já catalogam mais de 10 mil ferramentas disponíveis.

Por que isso importa para os líderes?

Gerir agentes de IA exige competências diferentes daquelas que aprendemos para gerenciar pessoas. Agentes não precisam de motivação, propósito ou feedback emocional – mas necessitam de comandos claros, parâmetros bem definidos, supervisão ética e uma lógica de operação ancorada em objetivos estratégicos. A IA não pensa sozinha. Ela replica, combina, amplia. Mas a responsabilidade sobre o “por que” e o “para que” segue sendo nossa.

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Segundo um estudo da PWC, “Previsões de negócios com IA para 2025”, espera-se que empresas que integram profundamente a IA ao seu dia a dia possam alcançar melhorias em produtividade entre 20% e 30%. Mas há uma condição: não basta adotar as ferramentas. É preciso transformar a forma como lideramos as pessoas e as tecnologias.

Esse mesmo estudo mapeou que a força de trabalho das empresas poderá ser praticamente dobrada com a chegada dos agentes de inteligência artificial. São “trabalhadores digitais” que já são capazes de assumir tarefas como atendimento ao cliente, prototipagem, geração de código e apoio a vendas.

É um movimento que permite que as equipes humanas se concentrem em decisões estratégicas, inovação e resolução de problemas mais complexos. O papel do humano não desaparece – ele se transforma: passamos a coordenar times híbridos, supervisionando, refinando e direcionando agentes para ampliar o impacto da operação.

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Em breve, cada profissional poderá ser visto como um “gerente de agentes”, com uma abundante equipe digital. A pergunta será: “Você está conseguindo orquestrar essa força invisível?”. E essa nova liderança exige clareza estratégica, capacidade de tomada de decisão, visão sistêmica, pensamento crítico e profundo senso ético. Como bem apontado pela Harvard Business Review, mesmo com IA avançada, as decisões continuarão exigindo contexto, interpretação e julgamento humano – atributos que nenhuma máquina (ainda) domina.

Nesse novo cenário, competências, antes chamadas de soft skills, passam a ser a nova infraestrutura das organizações. Pensamento crítico, empatia, intuição, criatividade e autenticidade não são mais diferenciais. Tornam-se habilidades que garantem que a inteligência técnica não seja desatenta, enviesada ou desumanizada.

Uma revolução gradual

Estamos diante de um momento de transição – de como operamos, como lideramos e, sobretudo, como nos percebemos dentro de um sistema produtivo em transformação. A inteligência que realmente fará diferença será a combinação entre o técnico e o sensível, entre dados e discernimento, entre performance e propósito, entre IA e “IE” (inteligência emocional).

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No fim das contas, essa revolução não se faz com alardes. Ela acontece no cotidiano, em decisões silenciosas, na forma como lidamos com o tempo que sobra. Porque não se trata apenas de produzir mais. É uma questão de criar espaço para sermos a nossa melhor versão. E, talvez, a grande pergunta que fique para líderes e profissionais não seja “Qual IA usar?”, mas sim “Como quero evoluir a partir dela?”.

A tecnologia pode acelerar processos, mas é a consciência que define o caminho. E isso ainda é – e continuará sendo – uma característica humana.

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