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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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Tiro férias ou não? O que meu gestor vai pensar disso?

Não são poucas as lideranças que estimulam, principalmente pelo exemplo, que seus colaboradores abram mão dos dias de folga. Entenda por que isso é um erro.

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
27 nov 2023, 17h49

Mensurar o desempenho de um colaborador levando em consideração se ele tira seus merecidos dias de folga é uma prática que existe e, inclusive, está no plano de desenvolvimento de muitos executivos que atuam em organizações que valorizam a saúde mental da equipe e ambientes de trabalho menos tóxicos.

Isso tem sido comum, até mesmo, em consultorias estratégicas e instituições financeiras que são vistas como as organizações em que as pessoas têm jornadas de trabalho mais longas.

O que noto é que as empresas que mensuram o desempenho dos executivos, também, pelo fato de eles usufruírem de férias ou não, acreditam na liderança pelo exemplo. Nelas entende-se que é fundamental e saudável que os profissionais alternem a jornada na empresa entre períodos de trabalho e pausas para descanso. Quando essa é uma prática da liderança, todo o negócio e as pessoas se beneficiam.

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A razão, por trás disso, é muito simples: um líder que não tira férias, inconscientemente, transmite a mensagem para as demais faixas da pirâmide que a organização não vê com bons olhos esse período de descanso, ainda que ele seja garantido por lei. Consequentemente, os demais profissionais dessa companhia passam a ter receio de planejar as férias ou, tão ruim quanto, quando decidem usufruir do descanso, fazem isso com sentimento de culpa ou medo.

O cenário que descrevi acima impacta diretamente na segurança psicológica das equipes. E, pelo que tenho apurado, muitos dos executivos não tiram férias por estarem sobrecarregados com altas cargas de trabalho, o que os deixa sem tempo e ânimo para programar uma saída.

Apesar do aspecto prejudicial desse cenário, é comum ver pessoas se vangloriando que estão há muitos meses ou anos sem tirar férias, como se isso fosse uma virtude, uma prova de alta dedicação ao trabalho. Mas, na verdade, aos olhos da gestão moderna de pessoas, essa é uma atitude prejudicial tanto para o profissional, quanto para a equipe e o resultado dos negócios.

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Os benefícios das férias

O período de folga é uma oportunidade de reconexão do indivíduo com ele mesmo. É um momento para explorar novos horizontes, esvaziar a mente, oxigenar as ideias com novas experiências, descansar e se cuidar. Isso é importante porque o corpo humano é uma máquina como outra qualquer, que requer manutenção preventiva para não colapsar em algum momento.

Tirar férias é autocuidado, uma ferramenta para retornar ao trabalho com mais motivação, produtividade, engajamento e criatividade. Não tirar férias, por outro lado, é um caminho certo para o cansaço extremo, que, muitas vezes, se traduz em doenças físicas e mentais.

Atualmente, no frenético mundo corporativo, em que o ritmo acelerado e as demandas incessantes, muitas vezes, são a regra, é fácil para os executivos negligenciarem o período de férias. Essa pausa, sempre merecida e muitas vezes subestimada, é mais do que um freio na rotina profissional. É um investimento essencial no bem-estar.

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Ninguém é insubstituível

Muitos executivos não tiram férias por avaliarem que são insubstituíveis. Como headhunter, reconheço que, às vezes, é muito difícil encontrar determinados perfis profissionais. Mas, acredite: em um caso extremo, se hoje acontecer algo que realmente te impossibilite de voltar ao trabalho, nos próximos dias, por necessidade e não por falta de sensibilidade, a empresa terá alguém disponível para tocar suas atividades.

A gestão moderna entende, aliás, que um bom líder é aquele que aproveita o período do expediente de maneira produtiva e estratégica. E estrutura a rotina e o trabalho de uma forma que, na sua ausência, as entregas e as decisões mais importantes continuem acontecendo.

Com essa postura, o líder estimula as equipes a, também, terem uma rotina profissional mais organizada e, consequentemente, um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional, usufruindo das férias sem culpa, como deve ser.

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5 sugestões para aproveitar melhor o período de férias

Quando bem planejado, o período de férias pode, inclusive, ajudar o profissional a desenvolver ou aperfeiçoar habilidades técnicas e/ ou comportamentais. Veja alguns exemplos de como fazer isso:

Fortaleça o networking

Se você sair de férias e não conseguir viajar, o período será um ótimo momento para organizar com antecedência uma agenda de cafés, almoços e passeios com pessoas que te fazem bem. Inclua nessa lista contatos pessoais e profissionais e cuide para que seja um momento de real conexão com o outro, e não um simples momento de troca ou pedido de favores. Lembre-se que o networking é fundamental para a vida e para a carreira.

Intensifique os laços com a família

Vivenciar períodos de qualidade com a família é parte de uma vida que vale a pena, seja em uma viagem, em casa ou em passeios simples pela cidade. Esses dias, li em algum lugar, que, normalmente, os filhos estão dispostos a viajar com os pais até os 18 anos de idade. Isso me fez pensar que estarei em poucas viagens com meus três meninos, considerando a expectativa média de vida. Tenho pouco tempo para explorar lugares novos com eles. Não tirar férias com as crianças é perder a oportunidade de construir memórias afetivas em família e fortalecer o nosso vínculo.

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Aprenda ou explore algum conhecimento

As férias podem, também, ser um bom momento para fazer um curso intensivo em algum idioma que seja importante para a sua carreira. Pode ser em alguma instituição aqui do Brasil, com um professor particular ou em um mini-intercâmbio. O tempo pode ser útil, ainda, para fazer um curso de especialização que agregue valor para a carreira ou aqueles mais ligados a suas paixões pessoais, como artes, fotografia e culinária, por exemplo.

Candidate-se para ações voluntárias

Existe uma série de ONGs fora do estado ou país que oferecem hospedagem e alimentação em troca de horas de trabalho voluntário. O investimento do voluntário, usualmente, é apenas no transporte. Que tal ensinar matemática ou inglês, ou mesmo português, em algum país da África e vivenciar uma cultura diferente? Ou ir para uma reserva de elefantes na Índia? Existem destinos no mundo todo, incluindo na América do Sul, que o valor do investimento em passagem não seria tão alto. Vou citar algumas organizações que são sérias nesse tipo de iniciativa e podem ser uma opção a ser pesquisada para o seu próximo período de férias: Piece Corps, GVI (Global Vision International), IVHQ (International Volunteer HQ), Volunteers for Peace (VFP), Cross-Cultural Solutions, Global Volunteers, African Impact e a Projects Abroad.

Algumas dessas organizações internacionais têm programas também no Brasil, mas aproveito para citar algumas opções de organizações brasileiras, como a Casa do Rio na região da Amazônia, o Projeto Tamar em diversas localidades, a Casa Taiguara em Belo Horizonte, a Collab.Tour, com diversas opções de voluntariados, dentre outras.

Hospede-se em troca de trabalho temporário e novas aventuras

Há, também, diversos lugares lindos no mundo que aceitam hospedar pessoas e fornecer a alimentação em troca de algumas horas de trabalho. Que tal se hospedar em uma vinícola na Europa ou em uma praia paradisíaca na Tailândia em troca de meio período de trabalho em alguma atividade do local? Algumas plataformas fazem essa conexão entre anfitriões e viajantes. A experiência de vida é interessante e a viagem torna-se bem mais acessível. Eu já vivenciei isso pela World Packers e foi uma experiência incrível. Outras organizações que sei que são sérias nesse tipo de arranjo são: Workaway, HelpX, WWOOF (World Wide Opportunities on Organic Farms), Hostelling International (HI) e Volunteers Base.

Acredito que existe uma rica oportunidade de desenvolver soft skills fora do nosso dia a dia, vivenciando outras experiências de vida e de cultura. Isso faz sentido para você? Que tal aproveitar as próximas férias para vivenciar algo diferente?

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