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A semana de quatro dias – na vida real

O trabalho vai de segunda a quinta, ou de terça a sexta, na fintech Efí. A gerente de RH Glícia Braga conta como tem sido essa experiência.

Por Letícia Furlan
4 ago 2023, 07h00
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inamarca, Finlândia, Reino Unido, Espanha, Chile… Nesses países, a semana de quatro dias já é um experimento praticado em uma série de empresas. E no Brasil? Bom, por ora, a ideia ainda está mais na esfera da especulação que na de uma realidade robusta, cheia de exemplos concretos. Mas isso não significa que ninguém tenha experimentado. E com bons resultados.

É o caso da instituição financeira digital Efí, antiga Gerencianet. O CEO Evanil Paula decidiu, em julho de 2022, que o modelo seria testado por seus 350 funcionários. E deixou essa mudança a cargo de Glícia Braga, a gerente de RH. “O próprio presidente sentia falta de um dia a mais para resolver questões pessoais”, conta a executiva.

40% mais faturamento

A redução foi significativa: de 40 horas semanais para 32. A grande maioria do time trabalha todo esse tempo em casa, mas há a possibilidade do modelo híbrido para quem quiser, já que a empresa tem escritórios em Ouro Preto, São Paulo, Recife e Belo Horizonte.

Quando a companhia implementou a nova carga horária, uma grande preocupação foi com os clientes: eles não poderiam ficar na mão um dia útil por semana. Por isso, embora a folga aconteça preferencialmente às sextas, as equipes que têm interface com os clientes revezam suas escalas. Com isso, na Efí, a semana de trabalho pode ser de segunda a quinta ou de terça a sexta.

E os resultados, desde o início, não deixaram dúvida: a opção foi bem-sucedida. “Os números eram favoráveis, estávamos em uma linha de crescimento e lançando novos produtos. Passamos a focar a energia no que realmente importava e a otimizar processos”, afirma a gerente.

Já em 2022, com o novo modelo, a Efí teve um crescimento de 40% no faturamento e um aumento de 27% no número de clientes.

Sem mexer nos salários

Para evitar riscos, a empresa promoveu muitas conversas com suas lideranças, com os sindicatos trabalhistas e com o time jurídico.

Este último foi quem deu a tranquilidade de que um dia a menos de trabalho não faria com que a empresa escapasse de nenhuma das obrigações que constam na CLT. Salários e benefícios foram mantidos como eram.

Ainda durante o período de teste, nos seis meses corridos a partir de julho de 2022, a fintech logo fechou um acordo com os sindicatos. “Formalizamos esse período e também fizemos um aditivo contratual com cada funcionário, votado em reunião”, conta Braga.

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Paciência e organização também foram palavras-chave para que o experimento desse certo. “Estabelecemos um prazo de um mês para que as lideranças começassem a se ajustar”, afirma Glícia Braga. “Os gestores começaram a ponderar o que deveria ser enxugado, o que era de fato importante e o que poderia ser descartado.”

Um exemplo: sabe aquelas reuniões desnecessárias, sobre assuntos que poderiam ser resolvidos em um e-mail? Viraram todas e-mails mesmo.

Não quer dizer que seja para todo mundo

Em maio de 2023, 38 líderes participaram de uma pesquisa de clima. E todos eles concordaram que houve manutenção ou aumento da produtividade com a implementação da semana de quatro dias. Tanto que pretendem manter o benefício.

Sim, tudo lindo na Efí. Mas Glícia Braga lembra que esse sucesso do modelo pode ter sido algo particular. Não dá para generalizar. “Para empresas fora da tecnologia, pode ser mais desafiador. Minha percepção é que, por causa do segmento em que estamos, muitos processos puderam ser repensados e otimizados, e isso independe do número de funcionários.”

Para ela, em companhias com muitos cargos mais operacionais, é provável que houvesse necessidade de contratar mais gente para suprir a ausência de um dia por semana. Haveria mais custos. E aí a história poderia ser bem diferente.

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