Empresa lança programa de formação profissional para pessoas trans
A EDP, companhia que atua em todos os segmentos do setor elétrico, está lançando uma escola de eletricistas exclusiva para pessoas trans
Aumentar a diversidade nas empresas é uma prática relevante e necessária não só para os empregadores. A iniciativa dá visibilidade a grupos minorizados e oportunidade de carreira a quem a sociedade costuma virar as costas. E a população transgênero é uma das mais vulneráveis. No Brasil, 90% das pessoas trans já recorreram ao trabalho sexual como fonte de renda em algum momento da vida, segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Não raro, quem faz parte desse grupo costuma enfrentar, muito cedo, adversidades na família, sendo expulso de casa pelos pais, em média, aos 13 anos de idade.
Diante desse cenário, a EDP, companhia que atua no setor elétrico, acaba de lançar um programa gratuito de formação profissional de eletricistas exclusivo para pessoas trans. São duas turmas, com 16 participantes em cada uma, em Guarulhos (SP) e em Serra (ES). As inscrições estão abertas até o dia 3 de dezembro e podem ser feitas pelo link da empresa. Já as aulas começam em janeiro, mês da Visibilidade Trans. “Acreditamos que iniciativas como a escola para pessoas trans são passos importantes para fomentarmos cidadania, dignidade e inclusão das populações mais vulnerabilizadas”, afirma Monica Pirrongelli, consultora de diversidade e inclusão da companhia.
O programa
A iniciativa é uma parceria da empresa com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Durante o curso, que terá carga horária de 500 horas, com três meses de duração, os participantes vão aprender sobre planejamento e execução das atividades, avaliação e inspeção de redes elétricas e manutenção preventiva e corretiva. A EDP vai fornecer material didátics, uniformes e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), além de uma bolsa-auxílio e almoço no local. Após a finalização das aulas, os estudantes receberão certificado pelo SENAI e vão permanecer no banco de talentos da EDP para futuras vagas.
O objetivo da companhia é direcionar pelo menos 50% de suas contratações para profissionais de grupos sub-representados, como mulheres, pessoas negras, pessoas com deficiência, LGBTQIAP+ e 50+. “Transformar metas em ações concretas é fundamental para avançarmos na agenda de diversidade, equidade e inclusão”, afirma Monica.
Os participantes também terão acesso a um módulo voltado ao desenvolvimento de competências comportamentais e ao Programa de Assistência Social da empresa, que oferece suporte psicológico, social, previdenciário e jurídico por meio de um canal que funciona 24h, sete dias por semana, com ligação gratuita e confidencial.