oje é o Dia do Profissional do RH. A data passou a ser comemorada desde outro 3 de junho, em 1976, com a fundação da WFPMA (Federação Mundial de Associações de Gestão de Pessoas, na tradução ao português).
Relativamente jovem, a área de recursos humanos passou por mudanças desde o seu nascimento, em 1890, durante a Segunda Revolução Industrial. À época, ficou claro que alguém precisava cuidar das relações entre empregador e empregado. “Mas era uma área que tratava e via os funcionários como mão de obra”, explica Wilma Dal Col, diretora de gestão estratégica de pessoas e porta-voz da ManpowerGroup Brasil à VOCÊ RH.
Ao fim da Segunda Guerra Mundial, especialmente em países industrializados, havia uma situação de pleno emprego. A partir de então, os empregados passaram a ser tratados como indivíduos com necessidades – as relações não eram mais industriais, mas sim humanas.
E, desde então, o RH foi se moldando até virar o que é hoje: muito menos operacional e muito mais estratégico. Dal Col explica como a área vem se expandindo e ganhando cada vez mais significado no negócio. Confira na entrevista a seguir.
Como foi a trajetória do RH até os dias de hoje?
Assim como a sociedade e o mundo corporativo passaram e ainda passam por transformações, é natural que a área de RH também avance, acompanhando essas transformações.
No início, tínhamos um RH como uma área mais operacional, com ações focadas nas tarefas administrativas, treinamento dos funcionários, recrutamento e seleção. Esse modelo mais operacional evoluiu à medida em que os funcionários passaram a ser vistos como parte da estratégia do negócio, dando espaço para o papel do RH como business partner, mesclando um olhar técnico, legal, com processos administrativos e relacional, contribuindo no apoio para tomada de decisão sobre funcionários, que já são vistos como colaboradores do negócio.
Com o avanço da tecnologia e o início da digitalização, as tarefas ligadas a rotinas administrativas ganharam uma dimensão mais ágil e permitiu que o RH assumisse uma atuação mais consultiva, apoiando e ajudando a organização a trabalhar questões como a motivação elevada e o aprendizado contínuo. Tudo atrelado a indicadores de desempenho dos colaboradores.
Hoje, com os desafios tecnológicos, ambientais, sociais e de saúde mental, em um cenários de grande competitividade, mudança demográficas e a ampliação da força das escolhas individuais, podemos dizer que o RH assume um papel estratégico junto ao negócio no que se refere a cultura organizacional, à gestão estratégica de talentos e à transformação. Está integrando uma perspectiva interna (empresa) e externa (sociedade).
Como o RH passou de mais operacional para algo mais estratégico e essencial para o negócio?
Com o avanço da tecnologia e a velocidade das transformações, muitas profissões ganharam outras dimensões, novas definições de função e exigências de habilidades. O potencial humano tornou-se o fator diferenciador para o resultado do negócio e precisa ser tratado como tal dentro do plano estratégico da empresa. Dessa forma, o RH precisa agir e pensar de forma estratégica, estudar cenários e a influência que as ações internas e externas têm ou podem ter no negócio.
Quais serão os próximos passos para a área?
Cada vez mais a tecnologia será uma aliada nas ações e no papel do RH. Principalmente porque ela, além de agilizar a trazer a Inteligência Artificial para apoiar os processos, abre espaço para a necessidade de foco em ações mais estratégicas e voltadas para excelência na atuação das pessoas. Isso pode significar mudanças importantes também nas competências necessárias para o profissional de RH, como visão estratégica e do negócio, tomada de decisão, capacidade de analisar cenários em um contexto sistêmico – empresa-sociedade-pessoas-clientes.
Quais os principais desafios para os profissionais que querem entrar nessa área?
Preparar-se e entender sobre cultura organizacional, engajamento e liderança, cenário externo e perspectivas de impacto para os diferentes segmentos e negócios. Além disso, estar pronto para ser um facilitador na conexão da empresa com os funcionários e dos funcionários com a empresa.