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Vida nômade: a história da gerente de RH que mora e trabalha numa Kombi

Natália Franco, gerente de RH da Loggi, adotou a vida nômade em junho. Com o marido e a filha, ela redefine o jeito de trabalhar. Conheça a história deles

Por Elisa Tozzi
Atualizado em 2 fev 2022, 16h57 - Publicado em 30 jun 2021, 07h00

Natália Franco e seu marido, Aleandro Ribeiro, tinham um sonho: comprar um motorhome para rodar o Brasil. Mas esse desejo era visto como algo que seria realizado apenas daqui a muitos anos, quando o casal se aposentasse. Só que tudo mudou neste ano, quando os dois tiveram vontade de experimentar a vida na estrada em uma viagem de férias para o Rio de Janeiro saindo de Santo André, na região metropolitana de São Paulo, onde moravam. “Começamos a pesquisar para as férias e vimos que motorhomes e trailers são muito caros, mas que era possível adaptar uma Kombi. Compramos o carro e meu marido, que nunca tinha feito nada de carpintaria antes, construiu tudo assistindo a vídeos do YouTube”, diz Natália que concedeu essa entrevista para VOCÊ RH em seu “roots-office” em frente ao mar da Bahia.

Em março, o casal e a filha de 3 anos, Lorena, pegaram a estrada e passaram 15 dias em terras fluminenses com a Kombi carinhosamente apelidada de Catarina (@kombihomecatarina), que tem cozinha, chuveiro e espaço para dormir. A experiência foi tão marcante que eles queriam repeti-la o mais rápido possível. Mas não apenas nas férias: no dia a dia. “Conhecemos muitas pessoas com o estilo de vida nômade e começamos a conversar sobre como poderíamos viver assim”, diz Natália.

Havia algumas maneiras. Gerente de operações de RH na Loggi, empresa de tecnologia logística, Natália estava com um novo regime de trabalho durante a pandemia e poderia trabalhar remotamente – algo que talvez não fosse possível antes da crise da covid-19. Seu marido, que atua na área comercial, já começava a desenhar uma transição de carreira para o empreendedorismo. E Lorena não precisa frequentar a escola por enquanto. Com uma reserva financeira, o casal se encheu de coragem e decidiu: viveriam como nômades até o final de 2021. “A sensação de liberdade que sentimos quando viajamos foi mais forte do que qualquer medo ou insegurança”, diz Natália. “O ambiente corporativo te coloca entre paredes e pode te limitar. Mas eu queria provar que é possível ser livre e trabalhar.”

Escritório sem paredes

Quando a decisão estava tomada, o casal estruturou a viagem: sairiam de Santo André para percorrer Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Maranhão e Tocantins e voltariam para São Paulo. O trajeto, que começou em 3 de junho, deve durar até dezembro de 2021. “Nossa família achou uma loucura no começo, mas quando explicamos os detalhes e os cuidados que tomaríamos, ficaram mais tranquilos.”

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A grande preocupação de Natália era poder continuar trabalhando na Kombi. “Descobri que a maioria dos campings têm internet e trouxemos modens caso precise de um plano B. Mas a minha conexão nos campings costuma ser até melhor do que as dos meus colegas de São Paulo”, diz a RH. E foi exatamente ao garantir que estaria sempre disponível para trabalhar que Natália convenceu facilmente a liderança da Loggi sobre seu novo estilo de vida. “A empresa é muito aberta e flexível. Recebi apoio dos chefes e dos colegas. Um dia antes da viagem, ganhei um caderninho de felicitações”, diz.

A rotina de Natália mudou completamente. Antes, ela e a família viviam mais distantes, cada um em seu cômodo no sobrado grande que alugavam em Santo André. Agora, compartilham todos os momentos do dia com muita intensidade ao lado do cachorrinho Flufi. “Meu marido fica bastante com a Lorena enquanto eu trabalho e a minha filha tem a oportunidade de conhecer vários quintais, de conviver mais comigo e com o pai. Vai levar muita coisa boa.”

Para aproveitar ao máximo a paisagem, Natália acorda bem cedo, por volta das 5h30, dá uma caminhada na praia e começa a trabalhar em torno das 7h. O dia normalmente é cheio de reuniões – menos às quartas, quando a Loggi criou um dia sem encontros virtuais – e termina por volta das 17h. “Vamos dormir umas 20h30”. A pandemia é uma preocupação e a família mantém os cuidados de uso de máscara e distanciamento social. Mas, na maior parte do tempo, são apenas os três juntos. “Os campings estão vazios e até as cidades mais turísticas estão tranquilas, quando conversamos com outros amigos de estrada tomamos cuidado”.

Lições da estrada

Esse quase um mês de vida nômade já traz grandes aprendizados. O primeiro é a necessidade de se adaptar. “Somos tirados da rotina e acontecem muitos imprevistos. Temos que nos reinventar todos os dias e pensar em novas formas de fazer as coisas”, diz Natália. Eles já pegaram estradas erradas, quase atolaram, mas continuam na jornada com jogo de cintura e com apoio de pessoas que conhecem no caminho – o que dá para a família uma sensação de que estão pertencendo a uma comunidade.

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Mas a competência mais importante para Natália é a coragem. “Você pode se planejar e se organizar financeiramente, mas o mais importante é a coragem. A vida é tão curta e passa tão rápido. Não podemos deixar para amanhã.” Ela e o marido passaram por uma grande prova no primeiro dia em que chegaram a um camping: tiveram que lidar com um problema policial. Um invasor havia entrado no local e vários carros de polícia apareceram. Mas isso não os assustou. “Eu tinha acabado de perguntar para uma pessoa se ali era seguro e me disseram que em 20 anos nada nunca tinha acontecido. Fomos para outro camping no dia seguinte e continuamos.”

A experiência está deixando marcas profundas em Natália – e uma delas é a sensação de que está com mais capacidade de acolher seus colegas e sua equipe. “Agora que consigo respirar e ter paz, percebo que estava em um ritmo frenético que não enxergava. A maioria das pessoas está assim, todo mundo vive muito pilhado. Tento levar essa mensagem de calma porque, por mais que nos preocupemos com resultados e entregas, temos que colocar nossa saúde mental em primeiro lugar.”

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