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Líderes precisam ser acolhedores, diz Adriano Lima, da Minerva Foods

Adriano Lima tinha decidido não voltar mais ao mundo corporativo, até que recebeu a proposta da Minerva Foods para assumir a liderança de RH

Por Elisa Tozzi
Atualizado em 15 dez 2021, 10h12 - Publicado em 15 out 2021, 07h00
Foto de Adriano Lima, um homem branco, de cabelos grisalhos e camisa polo preta, que está sorrindo.
Adriano Lima, líder de RH da Minerva Foods: projeto de saúde com impacto em 43.000 pessoas e desenvolvimento de 1.000 gestores (Celso Doni/VOCÊ RH)
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Este texto faz parte da edição 76 da VOCÊ RH

Até dezembro de 2020, Adriano Lima tinha uma certeza: não voltaria para o mundo executivo. Com uma carreira em RH que contou com passagens por empresas como Itaú, Safra e Dasa, ele deu uma guinada nos últimos anos para atuar como coach, conselheiro, mentor de startups e escrever um livro sobre reinvenção profissional.

Em seu papel de conselheiro, Adriano foi convidado a assessorar a Minerva Foods, empresa que lidera a exportação de carne bovina na América do Sul e que está presente no Paraguai, na Argentina, no Uruguai, na Colômbia e no Chile, além do Brasil. Seu objetivo é ajudar a empresa a desenvolver suas práticas de gestão de pessoas.

“Foi uma paixão à primeira vista e um namoro rápido”, diz o executivo que, no final do ano passado, foi chamado para se tornar líder de RH. “Houve um casamento grande de valores, cultura e comportamentos. Tanto que, quando o CEO e os acionistas me convidaram para o cargo, eu disse para eles não falarem sobre salário naquele momento e pedi uma semana para tomar a decisão.” O convite foi aceito e Adriano começou na empresa em fevereiro deste ano.

O desafio

Um dos valores mais importantes da Minerva Foods é a sustentabilidade. E o olhar não fica restrito aos termos ambientais: criar um ambiente de trabalho sustentável que possibilite o desenvolvimento e a saúde dos mais de 20.000 funcionários é fundamental. Por isso, um dos projetos mais importantes para Adriano e sua equipe é o Estar Bem, programa de saúde que quer auxiliar na busca pelo equilíbrio mental, físico e financeiro. “Quem tem a responsabilidade de cuidar de si são as pessoas, mas a empresa pode estimulá-las”, diz Adriano. O projeto já contou com palestras sobre diferentes temáticas, como autoconhecimento, home office, produtividade e orçamento pessoal. “As finanças são um tema importante. Muitas pessoas estão enfrentando queda na renda porque algum familiar perdeu o emprego na pandemia, e queremos ajudá-las a gerir o orçamento. Também doamos jogos educativos para que os pais e as mães pudessem brincar com os filhos nos momentos mais enclausurados, para que as crianças não ficassem no tablet o tempo todo”, explica o executivo.

A multinacional estima que 43.000 pessoas, entre empregados e familiares, serão impactadas de alguma maneira pelo Estar Bem. Para Adriano, o alto engajamento na iniciativa tem uma boa explicação: não estar restrito ao RH. “É um programa da empresa, não da área de pessoas. A ideia, inclusive, nasceu porque nosso CEO nos provocou a pensar nesse assunto. Existe um comprometimento muito forte dos líderes com esse projeto”, afirma.

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A liderança, aliás, é outro foco do time de recursos humanos da Minerva Foods. Como uma das metas da organização é continuar crescendo internacionalmente, é importante desenvolver gestores que sejam capazes de conduzir esse processo e que representem no dia a dia os valores da companhia: orientação para resultados, comprometimento, sustentabilidade, inovação e reconhecimento. O programa de desenvolvimento de liderança atua no momento com 1.000 gestores. “Parece muita coisa, mas precisamos de mais e melhores líderes. Por isso trabalhamos para que nossos estagiários, por exemplo, se tornem gestores no futuro com o alinhamento cultural da empresa.”

Segundo Adriano, o desafio dessa geração de gestores é aprimorar competências comportamentais. “No geral, os líderes dão show em planejamento, definição de orçamento, criação de KPIs e definição de rotas. Mas precisam de habilidades para se tornar inspiradores, acolhedores, conduzir feedbacks construtivos e fazer o time dar aquele algo a mais.” Outra questão importante é a agilidade para encarar as mudanças — que acontecem não apenas no mercado mas na cultura corporativa. “Nosso setor é dinâmico, e isso requer agilidade. Só que ser ágil não é simplesmente chegar mais rápido a algum lugar — algo em que eu já acreditei no passado. Um professor de Stanford me ensinou que agilidade é, sim, chegar de um ponto a outro mais rápido, mas mudando de direção sem perder o equilíbrio. É disso que precisamos.”

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